Os Peregrinos

O caminho não é novo... O novo está em nós, no nosso jeito de caminhar!

Jingle bell, Jingle bell, acabou o papel...

"Seja pobre, ou seja rico, o velhinho sempre vem..."
(Pode ser... Mas de que velhinho estamos falando?)

Advento puxa Natal, que para alguns lembra Cristo e, para outros, Papai Noel e presentes! Em nosso post anterior, era disso que falávamos, não é mesmo!?!

Como bem lembrado, em um dos comentários ao post anterior, tem quem acha positiva a crença no Papai Noel porque suscita pelo menos um "mínimo de bondade" nas pessoas!

Mas então vejamos... Que mínimo de bondade é esse, estimulado pela cultura anglo-saxã? Um "bom"(?) velhinho – na verdade, o Garoto-Propaganda da Coca-Cola –, cuja imagem acaba se tornando maior do que seu "muso" inspirador (São Nicolau), e que só atende aos desejos dos meninos "bonzinhos"!

Quem são esses meninos bonzinhos? Bom... Em primeiro lugar, eles não podem ser pobres, porque Papai Noel só entrega presentes... Quem compra são os pais! Como uma criança, que não foi "abençoada" por São Capitalismo, vai compreender que foi boazinha o ano inteiro e mesmo assim Papai Noel não veio?

Em segundo lugar, ser bonzinho parece mesmo estar vinculado ao poder aquisitivo, pois um garoto mimado e/ou que não faz outra coisa a não ser judiar dos que não fazem parte da sua patota (normalmente, os menorzinhos, pois não oferecem resistência), acaba recebendo a visita do "bom"(?????) velhinho... Um prêmio por suas ações, será???

Em terceiro lugar, todo bem, feito na esperança de se receber algo em troca, já não é um bem de verdade! Trata-se, isso sim, de uma interessante "pedagogia do capitalismo", treinando ludicamente nossas crianças para as técnicas mercantilistas, de barganha, de negociação, que serão utilizadas quando elas enfim chegarem à idade adulta e tiverem que enfrentar a "dura concorrência desse mundo cão"!

Essas mesmas crianças, por serem assim criadas, uma vez adultas, passam a tratar a Fé comercialmente também! Vai promessa, vem "graça" (se está vinculado a uma promessa, já não é gratuito... Por isso o "graça", entre aspas)! Rezar limita-se a pedir! Agradecer é opcional... O mais importante é pagar a dívida (= promessa)!

Porque assim crêem, pensam que Deus age da mesma forma, em relação às nossas faltas! Por isso dizem que tudo o que fazemos tem volta! Tem até o ditado que diz: "Aqui se faz, aqui se paga!" Ou: "O castigo vem a cavalo!" Alguns, ainda mais escrupulosos, afirmam que as coisas voltam em dobro! É o tal do: "Deus não mata, mas achata!"

Se com Deus, a relação vira mercantilista, imaginem com os familiares e amigos! Pai e mãe só servem pra bancar, patrocinar! Os amigos só são úteis enquanto tiverem algo a oferecer e, de preferência, se não exigirem muito em troca! Maridos e esposas, então, só sendo bons de cama, ou inteligentes, ou oferecerem qualquer outro atrativo do qual possamos tirar vantagens!

E o que o aniversariante – como assim: “que aniversariante???” Jesus, ora essa!!! Por que vocês acham que comemoramos um dia chamado “Natal”? – Então... O que Ele diz??? “De graça recebestes; de graça dai!” (Mt 10, 8b)

Bom... Talvez não precisemos mais explanar o assunto, né!?! Já ficou entendido... Ou não!?! Dito isso, será que ainda teremos essa visão "romântica" de uma cultura que, mesmo substituindo Cristo por Papai Noel, prega um "mínimo de bem"?