Os Peregrinos

O caminho não é novo... O novo está em nós, no nosso jeito de caminhar!

Cadê o Diabo do Respeito???

Já perceberam como as pessoas são queridas, enquanto concordamos com elas? Mas ai de quem ousa demonstrar que discorda do outro! É um tal de levantar a guarda e exigir o diabo do respeito...

Parece consenso: Temos o direito de discordar e o dever de não debater! Ou seja: Digamos o que pensamos, mas tu ficas com o teu e eu fico com o meu! O curioso é que ninguém sabe por que manifestamos nossas opiniões, se de nada servem para os outros.

Conhecemos a frase:
“Posso não concordar com nada do que dizes, mas defenderei até à morte o direito que tens de dizê-lo!”

Mas... Que diabólico poder nós temos de relativizar e suavizar tudo, não é!?! Essa frase era um slogan, em tempos mais difíceis, para motivar a luta pelo direito à voz, à liberdade de expressão.

Aí o tempo – sempre ele – passou, conquistamos mais e mais direitos, liberdade de imprensa até... Agora todos podem expressar suas opiniões e, claro, sofrer as conseqüências.

O calor do debate sempre gera atrito. Então, o medo de não suportar as críticas, de não conseguir sustentar nossas opiniões (com bons argumentos, o que exige disposição para o raciocínio e a reflexão), e a nossa vocação para inverter tudo, inclusive valores, deram à frase um significado completamente oposto ao original.

Em vez de garantir o direito à voz do oprimido, agora ela serve de “cala-boca” para os chatos de plantão, que ainda hoje se permitem discordar.

Mas será mesmo sinal de respeito calar-se ao discordar? O que tem de construtivo em emitir uma opinião só pelo prazer de emitir? Será que tira pedaço mudar, ou ajudar alguém a mudar de opinião? Não é aderindo às opiniões mais sensatas que construímos o nosso caráter, as saudáveis relações, a sociedade, as nações etc., e chegamos mais perto da Verdade?

Afinal, o que é mais respeitável? Deixar que o outro fale, escutando-o mas não ouvindo, não importando se ele está certo ou errado, ou partir das opiniões pessoais para consensos que sirvam de guia para o bem do grupo?

Ao fim dessas reflexões, cremos que só restará dizer, aos que ainda acham a busca da Verdade um tempo perdido:
“Conhecereis a Verdade; e a Verdade vos libertará!”
(Jo 8, 32)