Os Peregrinos

O caminho não é novo... O novo está em nós, no nosso jeito de caminhar!

Ainda sobre os Josés…

Alguém aí conhece o resumo do Projeto de Jesus, contado pelo evangelista São Lucas?

Está em Lc 4, 16-30:
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16. (Jesus) Dirigiu-se a Nazaré, onde se havia criado. Entrou na sinagoga em dia de sábado, segundo o seu costume, e levantou-se para ler.
17. Foi-lhe dado o livro do profeta Isaías. Desenrolando o livro, escolheu a passagem onde está escrito (Is 61,1s.):
18. O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu; e enviou-me para anunciar a boa nova aos pobres, para sarar os contritos de coração,
19. para anunciar aos cativos a redenção, aos cegos a restauração da vista, para pôr em liberdade os cativos, para publicar o ano da graça do Senhor.
20. E enrolando o livro, deu-o ao ministro e sentou-se; todos quantos estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele.
21. Ele começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu este oráculo que vós acabais de ouvir.
22. Todos lhe davam testemunho e se admiravam das palavras de graça, que procediam da sua boca, e diziam: Não é este o filho de José?
23. Então lhes disse: Sem dúvida me citareis este provérbio: Médico, cura-te a ti mesmo; todas as maravilhas que fizeste em Cafarnaum, segundo ouvimos dizer, faze-o também aqui na tua pátria.
24. E acrescentou: Em verdade vos digo: nenhum profeta é bem aceito na sua pátria.
25. Em verdade vos digo: muitas viúvas havia em Israel, no tempo de Elias, quando se fechou o céu por três anos e meio e houve grande fome por toda a terra;
26. mas a nenhuma delas foi mandado Elias, senão a uma viúva em Sarepta, na Sidônia.
27. Igualmente havia muitos leprosos em Israel, no tempo do profeta Eliseu; mas nenhum deles foi limpo, senão o sírio Naamã.
28. A estas palavras, encheram-se todos de cólera na sinagoga.
29. Levantaram-se e lançaram-no fora da cidade; e conduziram-no até o alto do monte sobre o qual estava construída a sua cidade, e queriam precipitá-lo dali abaixo.
30. Ele, porém, passou por entre eles e retirou-se.
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O texto todo daria uma bela reflexão, mas é de uma mudança de comportamento que eu pretendo falar agora.

Todos devem ter percebido que as pessoas dentro da sinagoga, naquele sábado, ficaram maravilhadas com Jesus... Até que alguém se lembrou: “Não é este o filho de José?”

Pronto... Começou o conflito!!! Jesus já não merecia mais crédito; e isso porque era filho de José, um simples carpinteiro.

“José” significa “Deus acrescentará”. Na Bíblia, existem alguns Zés... Mas dois foram os mais famosos: O esposo de Maria e o vice-Rei do Egito.

O do Egito viveu milhares de anos antes do outro. Mas ambos tinham algo em comum: Não eram Zés-manés!

O que tiveram de similar era a capacidade de ler os sinais (= sonhos).

O do Antigo Testamento soube interpretar os próprios sonhos, mas principalmente o do Faraó; e isso lhe proporcionou poder sobre todo o império egípcio, abaixo apenas do Faraó sonhador (Gn 41, 1-45).

O do Novo Testamento aceitou Maria, evitou que Jesus Menino caísse nas mãos do impiedoso Herodes e, dois anos depois, de seu filho Arquelau. Tudo porque “fora avisado por um anjo”. E adivinhem como este avisava José? Isso mesmo!!! Em sonhos!!! Curioso, não!?!

Outra semelhança foi o caráter: Um foi assediado por sua senhora, no Egito. Acabou preso porque todos preferiram acreditar na madame, em vez de acreditar no escravo (Gn 39, 6b-20).

O outro não acreditou muito naquele papo de “obra do Espírito Santo”, de início... Mas não iria deixar que apedrejassem Maria mesmo assim. Por isso, intentava deixá-la em segredo (Mt 1, 18-25). Desfeita a dúvida, ele assume Maria e, depois de Jesus nascido, Zé-carpinteiro comporta-se como o verdadeiro pai do Menino (Lc 2, 40-52).

As diferenças só começaram a aparecer quando surgiu o poder:

O Zé do Novo Testamento foi tutor do Rei, do Deus feito Homem. E nada se diz sobre ele na Bíblia, depois do “susto” que Jesus lhe dera, aos 12 anos de idade. Hoje este Zé é venerado como santo e é considerado o patrono dos trabalhadores. Fala-se da Sagrada Família, mas ele sempre aparece como o “terceiro no comando”. Foi o legítimo Zé-carregador-de-piano.

Já, o Zé-vice-Rei-do-Egito, uma vez tendo assumido o poder, subjugou o próprio pai e os irmãos, “oferecendo-lhes” moradia no Egito, durante o período das vacas magras. Aparentemente, um agradinho aos familiares... Mas o tempo das vacas magras durou apenas 7 anos, enquanto Israel (nome dado por Javé a Jacó, pai de José) só pôde sair do Egito 400 anos depois.

Portanto, senhoras e senhores, lembrem-se: O Zé não é mais do que ninguém... Nem menos!!! Menosprezar um homem pelo nome que tem é o mesmo que dizer: "Eu sou mais do que você!" E aí aquela historinha de "diante de Deus somos todos iguais" não vai passar de papo furado... Mas qual o quê??? Ame o teu próximo como a ti mesmo!

2 caminhantes:

Paulo disse...

Ninguém é mais que ninguém, seja Doutor ou um Varredor de rua, todos ao olhos de Deus são iguais. Já agora, a imagem do meu artigo "suplica" também é de NS Guadalupe...europeizada:)

sábado, 16 junho, 2007