tag:blogger.com,1999:blog-289816412024-03-14T03:21:09.980-03:00Os PeregrinosO caminho não é novo... O novo está em nós, no nosso jeito de caminhar!Possato Jr.http://www.blogger.com/profile/09900284739908000817noreply@blogger.comBlogger91125tag:blogger.com,1999:blog-28981641.post-54576104705096389232011-12-08T18:12:00.001-02:002011-12-08T18:15:40.768-02:00Apresentando 'opedaletra'Olá!!!<br />
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Aos poucos, estou migrando para meu novo blog!<br />
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Já postei alguma coisa lá, mas gostaria principalmente que vocês prestigiassem o seguinte artigo:<br />
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<a href="http://opedaletra.blogspot.com/2011/12/o-papel-da-biblia-nos-grupos-de-base.html">http://opedaletra.blogspot.com/2011/12/o-papel-da-biblia-nos-grupos-de-base.html</a>
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Paz e Bem!!!<br />
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José Luiz Possato Jr.Possato Jr.http://www.blogger.com/profile/09900284739908000817noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-28981641.post-11953439027870904742011-11-02T22:12:00.002-02:002011-11-02T22:15:03.733-02:00Mudança de CasaAviso aos navegantes:<br />
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O blog "osperegrinos" vai sair do ar.<br />
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Mas eu não estou desistindo da vida de blogueiro. Não é isso... É que, há muito, esse nome já não representa quem sou, ou o material que venho publicando.<br />
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Quero falar de mais coisas além de Bíblia. Estou fazendo Letras. Isso me abriu um horizonte indescritível para a possibilidade de escrever contos, crônicas, histórias...<br />
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Além disso, sou casado e pai de família. Este blog não me parece propício para falar das aventuras do lar. O nome sugere sempre uma vida mais voltada à estrada, a um eterno caminhar. A casa, por outro lado, é um lugar de chegada, de repouso, de parada. Uma pausa na peregrinação, para descansar e reabastecer as energias.<br />
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Também sou músico e apaixonado por futebol. Ah, e ainda encontro tempo para discutir política e sociedade. São tantos assuntos de que gosto de falar que ficava impossível manter exclusivamente este espaço.<br />
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Por outro lado, como criar um blog para cada assunto seria loucura (eu mal consigo dar conta de um blog), resolvi criar um espaço único mas dividido em sessões. Assim, quem quiser falar de futebol vai encontrar um lugar propício para isso. Enquanto quem gosta de falar de Bíblia e Juventudes vai encontrar outro lugar, mas no mesmo espaço.<br />
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Ficou confuso? Bom, então confiram meu novo lar: <a href="http://opedaletra.blogspot.com/">O 'P' DA LETRA</a>.Possato Jr.http://www.blogger.com/profile/09900284739908000817noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-28981641.post-19349728627734437512011-10-02T22:14:00.000-03:002011-10-02T22:14:52.344-03:00Teatro e Bíblia - São Chico<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">Olá!!!<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">Novamente estou saindo de um período de reflexões, de realinhamento de conceitos, de inércia, de crise, enfim...<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">Hoje quero brindar meus amigos e amigas com a peça de conclusão do curso de Teatro e Bíblia de São Francisco de Paula/RS, que teve a assessoria bíblica deste que vos fala (e a assessoria cênica de Darci Thomassim, companheiro já de muitas jornadas).<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">A peça a seguir foi adaptada de um roteiro escrito por uma menina de 10 anos. Os textos-base são Gn 3,1-19 (pecado de Adão e Eva) e Jo 20,1-18 (encontro de Madalena com o Jardineiro/Cristo Ressuscitado).<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">A ideia, como de costume, era promover hermenêuticas juvenis, principalmente debatendo a questão da violência. Mas, como os participantes deste curso em especial eram de diversas faixas etárias, vocês perceberão uma visão de juventude um pouco diferente da habitual.<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">Entretanto, cabe ressaltar que as/os jovens envolvidos neste ato pactuam com esta visão. Portanto, vejamos como uma parcela da população juvenil enxerga a si mesma, e procuremos debater (aqui mesmo, neste canal, ou em outro fórum apropriado) sobre como dialogar com esse público.<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">Vejamos o vídeo:<o:p></o:p></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/G356YI013Ec?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;"><br />
</div>Possato Jr.http://www.blogger.com/profile/09900284739908000817noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-28981641.post-62270088750996084362011-04-13T19:47:00.005-03:002011-04-13T20:00:49.241-03:00BRANCA DE NEVE, LINDA COMO O ÉBANO<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">E aqui vou eu, mais uma vez mudando meu estilo. Bom... Na verdade, fui desafiado, em meu curso universitário (Letras), a fazer releitura de um clássico infantil. Então bolei algo que denunciasse o racismo. Vejam como ficou...</span><br />
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<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Releitura de Branca de Neve<o:p></o:p></span></b></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Era uma vez, um vale encantado, conhecido por seu rio sinuoso, onde moravam Moacir e sua filha de 15 anos, Larissa. Ele era viúvo e descendia de uma linha de reis africanos. Ela perdeu a mãe muito cedo e se confortava ouvindo histórias de um tempo e um continente distantes. A cor de sua pele os tornava diferentes dos outros moradores da região, todos descendentes de alemães. Entretanto, a inteligência e simpatia faziam de Moacir um homem muito respeitado naquela comunidade. Tudo ia bem até que ele arrumou uma namorada, Marli, loira e muito bonita, mas muito vaidosa.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Quando mais nova, Marli fora eleita a mais bela do vale. Agora que estava novamente em evidência, resolveu fazer um novo concurso de beleza. Larissa ficou muito animada, não tanto pela competição, mas pela oportunidade de estar numa festa. Porém, como a madrasta não se dava muito bem com a enteada, criou uma regra: somente mulheres que tivessem a cor branca poderiam participar. A menina ficou muito triste. Mas suas amigas, inconformadas, bolaram um plano. Inscreveram-na com o nome de Branca de Neve. Assim, ela não poderia ser desclassificada, pois tinha a cor branca, pelo menos no nome. E lá se foi Larissa, desfilar na passarela. Marli ficou com muita raiva, pois, no fundo, temia ser derrotada justo pela filha de seu namorado.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">E foi o que aconteceu. Branca de Neve foi aclamada a mais bonita mulher do vale. A megera ficou vermelha de raiva e questionou os jurados: “Vocês não estão vendo que ela é negra?” Ao que eles responderam: “O regulamento não diz nada sobre a pele. Somente que as candidatas deveriam ter a cor branca. E é o que ela tem no nome.” Marli não disse mais nada. Para Moacir, inventou a desculpa de que queria preservar a menina de olhares maldosos. Porém, o que ela desejava mesmo era matar a garota.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">A inveja ia corroendo a madrasta. Passados alguns dias, ela contratou um pistoleiro para que matasse Branca de Neve e sumisse com seu corpo. Ele aceitou o serviço, pois não sabia que se tratava de sua amada, Larissa. Quando descobriu, recomendou que ela fugisse e se escondesse, pois sabia que Marli não iria desistir. Antes, porém, pegou o colar de seu pescoço, a fim de apresentar à malvada como prova da execução do crime. A menina não tinha onde se esconder. Ficou perambulando pela mata, até encontrar uma casa onde moravam sete irmãos. Eles trabalhavam na roça, o dia inteirinho. Por isso, a casa vivia bagunçada. Então resolveram acolhê-la, desde que lavasse, passasse e cozinhasse para eles. E assim viveram por longos anos.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">As coisas começaram a mudar no vale quando Moacir, que fizera de tudo para encontrar sua filha, foi entristecendo até morrer. Única herdeira, Marli tornou-se a mulher mais popular da região. E tornou-se também a mais rica, aumentando sua fortuna com uma empresa de eventos. Os mais apreciados eram os concursos de beleza. Mas ela sempre dizia que eram para escolher a segunda mulher mais bonita das redondezas (a primeira, obviamente, era ela). Como não havia mais negros, as pessoas foram esquecendo como era viver com o diferente. A contínua promoção de disputas e competições tornou o povo mesquinho. Mesmo as amigas de Larissa começaram a aceitar em seu grupo somente aquelas que se vestiam igual a elas, ou então tivessem olhos tão clarinhos quanto os seus. O povoado do Vale do Rio Sinuoso, tão conhecido pela acolhida, passou a não fazer mais jus a sua fama.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Um belo dia, sentindo saudade do pai, Larissa se disfarçou de camponesa e foi ao povoado, ver se o encontrava. Perguntou sobre o bom Moacir aos que passavam, mas ninguém lhe deu atenção. Estranhou a frieza do povo. Então encontrou um menino de rua e este lhe contou como tudo se transformara com o sumiço da menina negra e a morte de seu pai. Ela soltou um grito, sendo reconhecida pelo menino. Saiu correndo, desesperada, chorando. Nunca mais veria seu paizinho querido. Ficou três dias sem comer e sem fazer o serviço de casa. Os sete irmãos tentaram animá-la, mas ela não saía de seu quarto. Enquanto isso, Marli ficou sabendo que sua enteada estava viva. E o pior... Outras pessoas também sabiam. Era necessário tomar providências.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">A malvada contratou homens acostumados com a mata para localizar Larissa. Logo a encontraram na casa dos sete irmãos. A madrasta decidiu fazer </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">ela mesma</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"> o serviço. Disfarçou-se de anciã e dirigiu-se, escondida, à mata. Do lado de fora da casa, gritou que conhecia Moacir. A menina abriu a porta mais do que depressa. Foram conversando, Marli foi elogiando a beleza da moça, fazendo de tudo até ganhar sua confiança. De repente, puxou um pedaço de pau e bateu na cabeça dela, que caiu desacordada. Ouvindo passos, a vilã saiu correndo. Eram os sete irmãos que, felizmente, voltavam mais cedo para casa. Levou um tempo para que a garota acordasse. A madrasta voltou para casa, sem ter certeza de ter matado a jovem. Porém, assim pensava, só o susto já deveria ser o suficiente para mantê-la longe do vilarejo.</span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Mas Larissa ficou revoltada. Essa mulher tinha destruído sua vida, matado seu pai de desgosto e transformado o vale em um lugar frio e triste. Como sentia que não tinha mais nada a perder, resolveu acabar com isso. Voltando à vila, soube que um concurso se aproximava. Procurou conhecer as regras (agora era proibida a participação de mulheres negras) e bolou um plano. Pintou sua pele de branco, ficando bem mais alva do que as próprias habitantes da região. Mudou seu nome para Alice e se inscreveu no evento. Quando a viu na passarela, Marli a reconheceu. Mas não podia revelar sua identidade porque temia o escândalo. O tempo foi passando, e a vilã pensava em como se livrar do problema. Então começou a chover. A tinta escorria da pele de Larissa. Alguém gritou: “Vejam... É Branca de Neve!” O povo se alvoroçou, mas, antes que alguém pudesse falar alguma coisa, a madrasta pulou em cima dela, tentando sufocá-la.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Foi quando apareceram os sete irmãos, que na verdade eram sete ex-maridos da malvada. Ela havia acabado com a vida de todos. Os mais velhos foram reconhecendo os sete homens. Todos eles eram pessoas influentes do passado do vale. Até então, ninguém entendera por que eles haviam sumido. Mas as pessoas, lentamente, foram relembrando os fatos. Essa mulher havia destruído a família e a vida de todos eles. Furioso, o povo colocou Marli para correr, e uma guarda foi montada no vale, a fim de manter a vilã sempre longe, e também de descobrir quem eram seus ajudantes.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">E a história está prestes a terminar, mas parece que falta alguma coisa... Ah, sim! Não tendo mais que se esconder, e linda (e rica) como era, Larissa foi procurada por vários pretendentes. Agora, ela possuía sete pais. Conforme eles foram refazendo sua vida, ela foi adquirindo também novas mães (mas todas eram muito boas). Nenhum dos rapazes, porém, chamava a atenção dela. Até que apareceu um lindo moço, cujo olhar não lhe era estranho. Ele puxou um saquinho de joias e mostrou-lhe algo que fez seu coração acelerar. Era o colar que ela ganhara de herança de sua mãe, o mesmo que o pistoleiro levou como suposta prova de sua morte. Ela, então, reconheceu o rapaz, e ele declarou seu amor. Disse que não conseguia se desfazer do colar, que pensava nela todos os dias, e que nunca mais havia matado alguém, ou usado uma arma, depois daquele encontro. Então, ela pegou sua mão e sorriu. Sabia que não era branca como a neve, mas isso não importava, porque Moacir (por uma dessas coincidências da vida, este era também o nome do rapaz) disse-lhe que era linda como o ébano. E aí, enfim, todas e todos viveram felizes para sempre. <b>FIM.</b></span><o:p></o:p></div>Possato Jr.http://www.blogger.com/profile/09900284739908000817noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-28981641.post-18481251082061077102011-04-05T23:02:00.000-03:002011-04-05T23:02:06.692-03:00ECOLOGIA SE APRENDE EM CASAMesmo negando a necessidade de Deus, a sociedade atual não conseguiu se livrar de suas culpas e do peso do pecado. Catástrofes como a do Rio de Janeiro e a do Japão tornaram inevitável o seguinte questionamento: estaria o Deus (que esta mesma sociedade declarou não existir) zangado? É natural esta indagação, uma vez que já nos primeiros capítulos da Bíblia vemos a queda como consequência da desobediência. Por outro lado, principalmente nos Evangelhos, vemos um Pai que acolhe, perdoa, restaura, “esquece” a ingratidão do filho pródigo num abraço... Poderia este Ser, que passou de punitivo a amoroso, voltar a ser vingativo conosco hoje?<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Não que o senso comum esteja sempre certo, mas numa coisa ele tem razão: o que move o mundo não são as respostas, mas as perguntas. Mesmo com tantos avanços científicos em nossos dias, temos inúmeras questões existenciais. De onde viemos, para onde vamos, o que devemos fazer no breve intervalo entre uma coisa e outra? O que dizer, então, do povo há quase 3000 anos? Por que o parto, início de uma nova vida, causa tanta dor? E o trabalho, fonte do nosso sustento, por que exige tantos sacrifícios? Os primeiros capítulos de Gênesis procuram responder a essas e outras dúvidas, não demonstrando como surgiram os dilemas, mas o porquê.<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Salvo interpretações mais conservadoras, hoje já sabemos que os contos bíblicos não são necessariamente fatos históricos. Como explicar, por exemplo, que em Gn 6,19 entrou um casal de cada espécie na Arca de Noé, enquanto Gn 7,2 conta sete casais de animais puros? Antes da criação, tudo estava tomado pelas águas (Gn 1,1) ou era deserto (Gn 2,4b)? Essas e outras perguntas geram sérios problemas para leituras “ao-pé-da-letra” (fundamentalistas). Por isso, a preocupação atual não é tanto saber o que aconteceu, mas o que Deus quer nos falar e, por outro lado, de que forma as autoras e autores bíblicos entenderam e retransmitiram esta mensagem.<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Este novo modo de olhar nos leva a rever algumas “verdades” bíblicas. A primeira delas é a afirmação de que Deus era punidor, tornou-se Pai amoroso e voltou a ser vingativo nos dias atuais. Como pode um Ser, que já é perfeito, evoluir ou mudar? Talvez seja o nosso olhar que mude. Isso explicaria como o Javé dos Exércitos, guerreiro à frente das batalhas dos israelitas, tornou-se o Paizinho Querido de Jesus. Portanto, crer num Deus vingativo, hoje, seria um retrocesso, um descaso com os ensinamentos de Cristo.<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Na época em que foi redigido o relato do Pecado Original (Gn 3,1-19), o povo tinha, de fato, uma visão diferente do Sagrado. Por volta do século VIII a.C., sob o reinado de Salomão, acreditava-se que Javé era autor tanto do bem quanto do mal. A ideia de um ou mais espíritos malignos surgiu tempos depois, no período do pós-Exílio babilônico. Para os israelitas, Deus era bom, mas também justo. Logo, as dores de parto e a fadiga do trabalho, vistas como “mal necessário”, só podiam ser consequência de culpa humana. E como os líderes religiosos não nutriam muita simpatia pelas esposas estrangeiras de Salomão (e não eram loucos de criticar abertamente o rei), por que não criar um mito usando a serpente (símbolo dos deuses estrangeiros), que seduz a mulher (esposas), que seduz o marido (Salomão)? A severidade do castigo é, então, justificada pelo pecado grave da idolatria, isto é, da adoração a outros deuses. Ainda hoje, há quem considere justo isso. Mas não é esta a imagem do divino retratada pelos evangelhos.<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Vamos encontrar, em <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Jo 20,1-18</i>, uma recriação do Éden. Durante a madrugada, Madalena vai ver o Mestre sepultado, mas encontra o túmulo vazio. Pedro e o outro discípulo encontram a mesma cena. Porém, enquanto estes voltam para suas casas, a mulher continua a procura. Olhando, então, para o lado oposto ao do sepulcro (qual o lado oposto ao da morte, senão o da vida?), encontra um jardineiro. Se Eva inicia um processo de afastamento e esquecimento de Deus, Maria Madalena faz o caminho inverso. Primeiro ela vê apenas o Zelador do Jardim, como se estivesse olhando para alguém distante. Depois, como se chegasse mais perto, ela re-conhece o Criador (afinal, quem vê Jesus, vê o Pai). A partir dessa experiência com o divino, ela não sente mais medo (já não é mais de madrugada) e sai a recriar o mundo, isto é, vai correndo anunciar: <i style="mso-bidi-font-style: normal;">“Eu vi o Cristo”</i>.<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Curioso que os Apóstolos não tenham dado crédito a esta mulher. Os homens passaram anos (alguns fazem isso até hoje) acusando as mulheres de serem perigosas, sedutoras, porta de entrada do pecado. Mas conseguiram bravamente resistir à sedução quando estas portavam a Boa Nova. Foi necessário o próprio Cristo ressuscitado aparecer entre eles para que agissem. Sim, porque a verdadeira experiência de Deus nos leva a agir. O discípulo amado acreditou, ao ver o túmulo vazio, mas limitou-se a seguir Pedro. Criticamos o Apóstolo incrédulo, mas somos todas e todos meio <i style="mso-bidi-font-style: normal;">“São Tomé”</i>.<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Está na moda falar <st1:personname productid="em Ecologia. Pensar" w:st="on">em <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Ecologia</i>. Pensar</st1:personname> a criação é pensar ecologicamente. O ser humano é convidado a contemplar o rosto de Deus em suas criaturas, tendo a responsabilidade de zelar pela saúde do nosso planeta. Ações simples, como não jogar papel de bala no chão, ajudam a preservar o meio ambiente. Reciclar, reaproveitar e reutilizar são as palavras de ordem. É preciso mudar de uma relação de exploração para uma postura de cuidado mesmo com a Mãe-Terra. Infelizmente, muitas medidas são tomadas somente quando a situação já está crítica. Por isso, na maioria das vezes, só resta remediar. Mas, então, o que fazer para mudar esse quadro? Comecemos olhando para os lados. A forma como tratamos as outras pessoas reflete que tipo de relação temos com o restante da natureza.<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i><br />
</i></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">“Quem não ama o seu irmão, a quem vê, não poderá amar a Deus, a quem não vê”</i> (1 Jo 4,20). Ora, é impossível amar o Criador e não amar sua Obra. Amar é conhecer. Há quem pense que a natureza se resume a animais, rios e florestas. Homens e mulheres, porém, são o ápice da criação (Gn 1,27). Se os homens, desde há muito tempo, subjugam as mulheres, o que podemos esperar que façam com o planeta? Se os brancos escravizam índios e negros, não é de se estranhar que coloquem animais <st1:personname productid="em gaiolas. Se" w:st="on">em gaiolas. Se</st1:personname> os adultos menosprezam a capacidade produtiva e intelectual de jovens e idosos, o que podemos esperar que aprendam com os astros? Se as pessoas guerreiam por causa de sua religião, como esperar que respeitem animais, plantas, rios e até mesmo o ar que respiram? Se os ricos assim se fizeram explorando os pobres, por que não veriam a natureza como uma grande oportunidade de negócio? Quando o planeta, doente, reage, ficamos assustadas e assustados, e dizemos que é a “ira divina”. Mas a verdade é que, se queremos um novo Céu e uma nova Terra, devemos começar por novas relações interpessoais, baseadas não mais na exploração, mas no amor.<o:p></o:p></div>Possato Jr.http://www.blogger.com/profile/09900284739908000817noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-28981641.post-31307574744973096622011-03-22T23:02:00.003-03:002011-03-22T23:03:41.864-03:00BANCOS PREFERENCIAIS: PRA QUÊ?<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman', serif;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Estou saindo para Rio Grande/RS, fazer mais uma de minhas assessorias. Meu trabalho é promover a leitura bíblica popular. São 06:30h de um sábado. Sigo de trem até a rodoviária de Porto Alegre/RS. Entre uma estação e outra, cenas comuns. Uma delas, porém, me chama a atenção. Um idoso pede à mulher que o deixe se sentar. Ela não cede. Outro passageiro lhe sugere ocupar um assento vago. Depois que ele se acomoda, a senhora se percebe num banco preferencial. Ela pede desculpas e afirma que dará o lugar ao próximo idoso, gestante ou pessoa com deficiência que entrar no trem.<o:p></o:p></span></span></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman', serif;"> </span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Um final aparentemente feliz. Entretanto, o desfecho me incomodou. As leis foram feitas para facilitar o convívio em sociedade, mas o modo como são aplicadas acaba bitolando as cidadãs e cidadãos deste país. Ninguém se pergunta por que existem bancos preferenciais. As pessoas se habituam a cumprir as regras, não porque as entendem, ou as consideram justas, mas por medo de serem punidas.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Numa sociedade que se diz cristã, se os valores fossem, de fato, cristãos, todos os bancos, filas e caixas seriam preferenciais. Alega-se que os idosos conquistaram este direito pelos serviços prestados à comunidade. Mas, mesmo que nada tivessem feito, possuem menos resistência física que jovens e adultos. Por mais fortes que aparentem ser, cansam-se bem mais rápido. Vendo o descaso com as velhinhas e velhinhos, dá vontade de gritar: cadê a solidariedade com a próxima, o próximo?<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Revolta, ainda mais, perceber que a falta de caridade não acontece somente com a terceira idade, nem apenas nos trens e ônibus. Outro dia, em minhas andanças, discutíamos sobre o sistema de cotas nas universidades. É triste ver companheiros de caminhada dizerem que as cotas são injustas com os brancos. Numa sociedade onde houvesse igualdade de condições, eles teriam razão, mas os negros, ainda hoje, são os que menos ocupam os espaços do poder. Basta um dia em uma universidade, centros empresariais, shoppings, igrejas centrais, ou prédios do poder público, para ver qual a cor de pele predominante entre os transeuntes. Em contrapartida, a maior parte da população brasileira é de pardas e pardos, negras e negros. Por que, então, o acesso às oportunidades é inversamente proporcional?<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Podemos aplicar a mesma lógica à questão do Bolsa-Família. É público e notório que se trata de uma medida paliativa e assistencialista. Mas o que mais revolta boa parte da população é o fato de que os mais beneficiados são os nordestinos. Ora, o nosso país tem uma dívida tão grande com eles quanto a que ostenta junto aos índios e negros. Até hoje, setores públicos e privados do Brasil e do mundo exploram as riquezas naturais daquele solo, enquanto mantêm o povo local na miséria. Deveríamos reivindicar mais direitos para aquela região, em vez de acusar seu povo de “viver às nossas custas” (é muito comum ouvir isso na região Sul do país).<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Há um texto bíblico que mostra Javé descontente com os sacrifícios (Is 1,10-20). São os ritos do Templo. Ou seja, é o reto cumprimento da Lei. Venerada como Vontade de Deus, ela foi instituída para facilitar a convivência e consolidar a identidade do povo israelita. Porém, a elite judaica manipulou os santos mandamentos para submeter o povo à sua vontade. O profeta Isaías denuncia esta prática e anuncia que a Vontade de Deus é que se faça o bem, principalmente ao órfão e à viúva, isto é, aos prejudicados e excluídos da sociedade.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Podemos comparar essa passagem com o que vimos até agora. Também no nosso caso, o simples cumprimento da lei não é o suficiente para garantir vida digna aos órfãos e viúvas dos nossos tempos. Devemos exigir que as autoridades continuem, sim, determinando regras, mas – como diria Paulo, em sua carta aos coríntios – isso de nada servirá se não amarmos nossas/os semelhantes (1Cor 13,1-3). Paulo adverte que o amor não é um sentimento pra ficar curtindo, num mundinho paralelo. Amar é agir. O amor é paciente, mas também não se agrada com a injustiça. Tudo desculpa, mas se regozija com a verdade (1Cor 13,4-7). Precisamos de normas que nos façam lembrar as necessidades de outras pessoas, mas devemos também mudar nossa cultura, cumprindo os mandamentos por amor aos outros, e não por medo de punições.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Bom, mas começamos falando sobre bancos preferenciais. Neste momento, estou no ônibus, sentado na poltrona nº 9. Nada demais, se neste ônibus os dez primeiros assentos não fossem executivos, e o restante comum. Paguei R$ 20,00 a mais para ganhar um copo d’água, um travesseiro e um banco mais reclinável (recurso que, aliás, não estou usando, por dar vazão ao desejo intenso de escrever). São quatro horas e meia de viagem. Eu sempre viajei na ala comum, mas queria saber qual a vantagem de estar aqui. Percebi só uma diferença: os pagantes comuns ficam te olhando com despeito. Por que será que, mesmo num ônibus de viagem, algumas pessoas precisam ter tratamento diferenciado? Estou sinceramente envergonhado por esta experiência, mas foi bom ter passado por ela. Só assim para entender que, enquanto uns e umas quiserem ser mais que outras e outros, precisaremos ter bancos para idosas e idosos, gestantes e pessoas com deficiência, cotas nas universidades e Bolsas-Família.<o:p></o:p></span></span></div>Possato Jr.http://www.blogger.com/profile/09900284739908000817noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-28981641.post-74699075662142675002011-02-09T14:31:00.002-02:002011-02-09T14:31:56.736-02:00VALOR SEM LIMITES<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Outro dia, vi uma cena que merecia uma charge: uma senhora carregando seu cachorrinho no colo, enquanto trazia consigo o filho num colete preso por uma corda. A cena seria cômica, se não fosse trágica. É, no mínimo, estranho que alguém busque contato físico com um animal de estimação, privando desse carinho seu próprio rebento. Eis um perfeito retrato de como a humanidade inverteu seus valores.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">A vida humana perdeu o sentido quando deixou de ter valor, ou melhor: quando começou a ter um valor monetário, financeiro. E isso não é de hoje. A confissão dos jovens que, por diversão(?), mataram o líder pataxó Galdino Jesus dos Santos, em 1997, espantou o Brasil: “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">pensamos que fosse um mendigo</i>”. Desde quando a vida se mede pela condição social de uma pessoa?<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Quando o crime aconteceu, a população logo fez eco à mesma e velha máxima utilizada ainda hoje: “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Faltam limites para essa juventude que está aí</i>”. De fato, é muito comum ouvirmos falar que o filho da vizinha está crescendo “solto demais”. Parece até que só se mantém a ordem quando as pessoas estão sob controle. A turminha de jovens que se encontra na pracinha, por exemplo, é chamada de desordeira porque ninguém “pode” com eles. Mas será que impor limites é a solução?<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Quando perguntado sobre o fato de seus discípulos não se purificarem, isto é, não se lavarem antes das refeições (este rito era imposto pela lei judaica), Jesus respondeu duramente: “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Não é o que vem de fora e entra na pessoa que a torna impura, mas sim o que sai dela</i>” (Mc 7,15). Cristo queria dizer, com isso, que as coisas externas não tornam ninguém puro nem impuro, mas sim o seu caráter, moldado no interior do ser humano e revelado por suas atitudes.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">As leis se tornam impositoras de limites na medida em que nos dizem o que podemos e o que não podemos fazer. Criadas e aplicadas pelos nossos representantes no Congresso Nacional, elas são externas a nós, impostas de cima para baixo, muitas vezes não correspondendo àquilo que, em nosso interior, acreditamos ser a decisão mais correta. Sem cultivar uma cultura de valores, elas poderão até ser obedecidas, mas não cumprirão o seu objetivo, que é educar para a cidadania.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">A maior prova de que o caráter da pessoa vale mais do que a lei está no fato de que ela, sujeita à interpretação humana, tem sido manipulada através dos tempos. Essa, aliás, é a denúncia de Jesus, no texto que lembramos. Quando questionado, pouco antes de falar sobre o que entra e sai do corpo, Ele primeiro lembrou como a lei de honrar pai e mãe (inclusive acudindo-os financeiramente) era burlada, dando-se a desculpa de que o dinheiro estava destinado à oferta no Templo (Mc 7,9-13). É a mesma lógica que parece mover nossa classe política, que pratica 62% de aumento do próprio salário e, no mesmo período, aprova o aumento de menos de 6% do mínimo. Ou seja, usava-se – e hoje ainda é assim – a lei conforme o interesse de quem detém o poder.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">É necessário, portanto, resgatar os valores humanos, em vez de insistir em impor limites. Um animal adestrado pula sem saber por que está pulando. Um/a jovem que não sabe por que deve dar à vida de um mendigo o mesmo valor que à sua própria, em que se diferencia do animal? Tentar educar uma pessoa depois de seu caráter formado é lutar para que a água corra rio acima. Por isso, reduzir a maioridade penal, decretar o toque de recolher para jovens, aprovar a pena de morte e a prisão perpétua, é esquivar-se da responsabilidade social de que todos partilhamos, ao ter ou não ensinado valores às nossas crianças. Depois de formados, não adianta marginalizá-los. Afinal, que valor tem uma sociedade que deturpa seu filhos para depois destruí-los?<o:p></o:p></span></div>Possato Jr.http://www.blogger.com/profile/09900284739908000817noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-28981641.post-8739128855686571402010-10-28T22:20:00.004-02:002010-10-29T10:37:08.689-02:00UMA OPÇÃO HISTÓRICA<div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Resisti ao assunto porque não achei que algum dos candidatos a Presidente merecia uma linha deste blog a seu respeito.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br />
</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Mas as bobagens que li e ouvi, as farsas que andei presenciando, e o fato de ver pejoteiras/os (jovens militantes da Pastoral da Juventude - PJ - da Igreja católico-romana, historicamente engajada nos movimentos sociais) chamarem seus colegas de "esquerdistas" (usando o termo como se fosse uma ofensa), tudo isso pesou em minha consciência.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br />
</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Ser eu me omitisse, neste momento, como eu poderia esperar uma postura profética de minhas companheiras e companheiros de jornada?</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br />
</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Enfim, sem mais delongas, vejam o texto:</span></span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><b><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">UMA OPÇÃO HISTÓRICA</span></b></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Tudo começou lá no Êxodo. Um dia Javé ouviu o clamor do povo, viu sua miséria e então desceu (Ex 3,7)... Desde então, sempre esteve em meio aos pobres. Já, a Igreja de Pedro... Diante dos últimos acontecimentos, decretou que os senhores bispos não se envolvessem em questões políticas, o que não deixa de ser um gesto político (claro! assim ela não fica mal com ninguém!). Que tristeza... Graças a essa falta de um posicionamento claro, seus fiéis não param de atacar uns aos outros, divididos em duas fileiras, cada grupo achando que tem o aval do Papa. Mas, e Jesus? Está com quem?</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Bom, ao longo da História, Ele sempre demonstrou que não está a favor das elites. Logo, não dá pra dizer que, nestas eleições, Cristo esteja com Dilma ou Serra. Este representa a direita, defensora do capitalismo neoliberal, embora queira se passar por socialista. Aquela representa a esquerda, historicamente socialista, embora seja a continuação de um governo que, mesmo caindo nas graças do povo, não implantou o regime esperado, minimizando apenas os efeitos do capitalismo selvagem. Embora diferentes em sua raiz, PT e PSDB defendem projetos que não combatem o mal em sua essência, pois ambos têm por princípio a manutenção do atual – e perverso – sistema econômico.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Então com quem está Jesus? Sim, porque um Cristo apolítico é invenção dos ricos, para que a massa não se meta nas decisões do país. Se a Igreja não quer tomar partido, Deus não liga pra isso, pois se põe do lado dos menos favorecidos desde sempre. Mesmo que as semelhanças entre Lula e FHC tenham confundido o eleitorado recente, não podemos nos esquecer que, historicamente, a esquerda sempre foi porta-voz dos pobres, enquanto a direita sempre esteve a serviço dos poderosos. Por isso, mesmo que os partidos políticos não tenham sido invenção divina, é certo que, enquanto não surgir uma proposta diferente, Deus apoiará a esquerda socialista.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Aliás, textos como At 4,32-35 indicam o desejo divino de um sistema comunista. Melhor, comunista não... Pôr tudo em comum não deve ser uma exigência do Estado, mas entrega livre de cidadãs e cidadãos. Talvez por isso tenham fracassado as experiências colocadas em prática na URSS e outros países (hoje não mais) socialistas. Então, por que não defender um sistema econômico comunitário? O nome muda um pouquinho, mas faz uma grande diferença, pois imprime um movimento que nasce do meio, dos membros, não de cima para baixo (como aconteceu com o comunismo). Ou, então, podemos utilizar o já consagrado termo “Economia Solidária”. O importante é entender que o comunismo falhou por falta de liberdade, não de Deus (defensor dos pobres, mesmo os ateus).</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Mas voltemos a estas eleições. Agora não dá para lamentar, pensar em propostas alternativas. O 1º turno, com mais possibilidades, era o momento certo para isso. Agora sobraram um partido de esquerda e outro de direita, ainda que ambos estejam próximos do centro. Militante consciente vota Dilma, sem hesitação. Mas vota sabendo que a luta por um Brasil melhor continua sendo missão popular. Ser fermento na massa (Mt 13,33; Lc 13,20-21), no fim das contas, não é catequisar, doutrinar o povo, mas caminhar junto, fazendo com que, pela nossa ação, a massa não se conforme, mas transforme-se (= ultrapasse os limites impostos pela forma), transformando-nos com ela (Rm 12,2).</span></div>Possato Jr.http://www.blogger.com/profile/09900284739908000817noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-28981641.post-72350705089775285622010-09-27T22:36:00.000-03:002010-09-27T22:36:07.130-03:00RAP DE JONASOlá, pessoas!!!<br />
<div><br />
</div><div>Hoje vou quebrar as regras e o protocolo. Vou postar um texto que não é meu. Este presente foi uma composição de autoria de jovens que fizeram o curso de Bíblia e Ecumenismo, promovido pelo CEBI de Santana do Livramento/RS, região de fronteira com o Uruguai.</div><div><br />
</div><div>Espero que apreciem! Ao final, o link do vídeo com a música!</div><div><br />
</div><div>Ah, caso passe despercebido, a letra foi inspirada no quarto capítulo do livro de Jonas. Com vocês, o...</div><div><br />
</div><div><div class="MsoNoSpacing"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">RAP DE JONAS<o:p></o:p></b></div><div class="MsoNoSpacing">Jonas tava mal, tava muito despeitado e rezou a Javé:</div><div class="MsoNoSpacing">Ah, Javé! Não era isso que eu queria!</div><div class="MsoNoSpacing">O Senhor disse que a cidade puniria!</div><div class="MsoNoSpacing">Quando fugi da sua ordem, era porque eu sabia:</div><div class="MsoNoSpacing">Você cheio de amor, sua ira passaria!</div><div class="MsoNoSpacing">Jonas, irritado, não queria mais viver,</div><div class="MsoNoSpacing">Pediu a Javé para sua vida remover!</div><div class="MsoNoSpacing">Javé respondeu: “Vale a pena irritar-se assim?”</div><div class="MsoNoSpacing">O sol estava forte, Jonas não se protegia,</div><div class="MsoNoSpacing">Javé mandou a mamoneira que sombra lhe fazia!</div><div class="MsoNoSpacing">Jonas ficou contente com essa manoneira,</div><div class="MsoNoSpacing">Mas Deus mandou uma praga para dar uma lição:</div><div class="MsoNoSpacing">Nem tudo é tão fácil, tem que respeitar o irmão!</div><div class="MsoNoSpacing"><o:p> </o:p></div><div class="MsoNoSpacing"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Jovens estão morrendo, não podemos descuidar!</b></div><div class="MsoNoSpacing"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"></b><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Chega de extermínio, vamos juntos anunciar!</b></div><div class="MsoNoSpacing"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><br />
</b></div><div class="MsoNoSpacing"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><br />
</b></div></div><object height="385" width="480"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/KyId5Mx9ZfY?fs=1&hl=pt_BR"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/KyId5Mx9ZfY?fs=1&hl=pt_BR" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="480" height="385"></embed></object>Possato Jr.http://www.blogger.com/profile/09900284739908000817noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-28981641.post-29783629785813896592010-09-05T20:46:00.005-03:002010-10-28T22:25:42.274-02:00ECOS DA VIDA<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: verdana;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Chegando setembro, mês da Bíblia para os católicos de rito romano, a proposta neste ano de 2010 é ler/estudar o livro de Jonas, buscando refletir o desafio de ser missionário no mundo urbano. Assim como é narrado no texto, também hoje Deus nos chama: “</span></span><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: verdana;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Levante-se e vá à Cidade Grande</span></span></i><span class="Apple-style-span" style="font-family: verdana;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">” (Jn 1,1). Temos sido profetisas e profetas fujões, ou protagonistas?</span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: verdana;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Esta reflexão pretende duas coisas: descobrir qual a nossa missão hoje e mostrar como Jonas nos ensina tudo o que um missionário NÃO deve ser. Tanto a profetisa como o profeta precisam estar atentos e disponíveis ao chamado, que só pode ser escutado através dos sinais, os ecos da Palavra de Deus. Jonas ouve esses ecos, mas não está disponível, tanto é que confessa a Deus: “</span></span><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: verdana;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Eu sabia... por isso fugi!</span></span></i><span class="Apple-style-span" style="font-family: verdana;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">” (Jn 4,2).</span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: verdana;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">São três os gritos que ecoam hoje: </span></span><b><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: verdana;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Ecologia, Economia e Ecumenismo.</span></span></i></b><span class="Apple-style-span" style="font-family: verdana;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> Estes, os ECOS da Vida. Porém, o projeto de Jonas é de morte. Javé o envia para denunciar a maldade de Nínive (Jn 1,1), mas ele anuncia a destruição (Jn 3,4). O ódio que nutre pelos ninivitas o faz preferir a própria morte (Jn 4,3.8b.9b) do que presenciar Javé perdoando e restaurando a vida daquelas pessoas e animais (Jn 3,10).</span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: verdana;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">O ódio de Jonas até que se justifica pelo fato de Nínive ser a capital da Assíria, símbolo das forças imperialistas que oprimiam o povo judeu. Mas querer a morte do opressor é o projeto de quem pretende tomar o poder. O autêntico projeto popular quer vida para todos. Olhando o texto, vemos que o Templo só é citado duas vezes, quando Jonas, no interior do grande peixe, lamenta não poder mais contemplar sua beleza (Jn 2,5.8). E quando o rei decreta jejum em todo o reino (Jn 3,6-9), o povo já está “vestido de saco” há muito tempo (Jn 3,5). Por isso, defendem os estudiosos que o livro é escrito por um movimento popular de resistência tanto ao poder externo, imperial, quanto ao poder interno, exercido pelos sacerdotes do Templo em Jerusalém.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: verdana;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">E como entender os ecos que movem a nossa missão, a partir deste projeto popular? “</span></span><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: verdana;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Eco</span></span></i><span class="Apple-style-span" style="font-family: verdana;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">” vem do grego “</span></span><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: verdana;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">oykos</span></span></i><span class="Apple-style-span" style="font-family: verdana;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">”, que significa “</span></span><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: verdana;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">casa</span></span></i><span class="Apple-style-span" style="font-family: verdana;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">”. A ecologia, portanto, estuda as relações da pessoa humana com o meio ambiente, casa de todos os seres vivos. Jonas se aborrece porque Javé faz uma mamoneira morrer. O que lhe irrita não é o fim da mamoneira, mas ter perdido sua sombra, seu conforto (Jn 4,6-9). Então Javé lhe faz a pergunta que é o grande desfecho do livro: “</span></span><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: verdana;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Você tem pena de uma manoneira, que não lhe custou trabalho... e Eu não terei pena de Nínive, a grande cidade, onde há mais de cento e vinte mil seres humanos... e muitos animais?</span></span></i><span class="Apple-style-span" style="font-family: verdana;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">” Javé quer a vida de todo o planeta: rios, florestas, animais e seres humanos. Limitamos nossa compreensão de meio ambiente às florestas e rios. Mas nossos esgotos a céu aberto, a água que desperdiçamos, o óleo que jogamos no ralo, o lixo sem tratamento ou jogado nos terrenos baldios, a extração indiscriminada do petróleo, o descaso com as pessoas que vivem abaixo da linha da miséria, comendo as sobras... Não serão estes problemas ecológicos também?</span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: verdana;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Quando se fala em economia, pensamos logo em dinheiro. Mas “</span></span><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: verdana;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">oykos-nomia</span></span></i><span class="Apple-style-span" style="font-family: verdana;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">” são as regras, as normas de regência da casa. Se esta palavra está atrelada ao dinheiro, hoje, deve-se ao fato do nosso sistema econômico ser capitalista. Tudo se organiza a partir de um valor financeiro. As coisas que custam mais caro são as mais importantes. As “pessoas que interessam” são as mais ricas. Hoje, até uma ideia pode ser vendida, sendo-lhe atribuído um valor monetário. É comum as pessoas nos fazerem um favor e, quando vamos agradecer, ouvirmos: “</span></span><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: verdana;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">não precisa agradecer; um dia vou precisar de você!</span></span></i><span class="Apple-style-span" style="font-family: verdana;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">” Até os favores se tornaram moeda de troca... No tempo de Jonas não era bem assim, mas o ódio que este nutria pelos ninivitas vinha do fato de que o rei, isto é, o imperador cobrava pesados impostos de seus subordinados, ou alimento para seus exércitos, ou mulheres para sua diversão, o que empobrecia e humilhava cada vez mais o povo. O engraçado é que Jonas devia achar justo o preço das ofertas que os judeus tinham que apresentar ao Templo para serem purificados. Mas... e nós? Como podemos substituir, ou viver de forma alternativa à imposta pelo atual sistema econômico?</span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: verdana;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Por fim, o ecumenismo, “</span></span><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: verdana;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">oykos-úmene</span></span></i><span class="Apple-style-span" style="font-family: verdana;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">”, casa comum. Jonas ouve a Palavra de Deus, mas não a pratica. Os marinheiros estão mais atentos aos ecos desta Palavra. Eles percebem, no comportamento anormal das ondas, a ira de um Deus. Como verdadeiros sacerdotes, resolvem a questão oferecendo um sacrifício, isto é, jogando Jonas ao mar. O problema se resolve. Quando está em Nínive e ameaça a cidade com a destruição, Jonas não espera que o povo tome a iniciativa de jejuar e vestir-se de saco, buscando aplacar a ira de Javé pela penitência. Eles reconhecem o poder de Javé, assim como os marinheiros, mas o texto não diz que se tornam judeus por isso. Jonas não é nada ecumênico, mas o povo é. E quem escreve o texto procura demonstrar que Javé também é ecumênico. Ele quer o arrependimento dos ninivitas, mas também o de Jonas. Como estão nossas relações ecumênicas hoje? Os mesmos problemas sociais que atingem os cristãos, atingem também espíritas, budistas, ateus... Temos consciência disso? O que fazemos para tornar nossa casa comum?</span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: verdana;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Tendo pensado rapidamente sobre os Ecos da Vida, como podemos continuar esta reflexão? O livro de Jonas é crítico ao Templo e ao sistema econômico opressor, e aponta como solução o levante popular. A mensagem está bem clara. Que ações podemos realizar, além de projetos como o “Ficha Limpa” e o “Plebiscito pelo Limite da Propriedade de Terra”, que são importantes conquistas populares, mas não passam de paliativos, soluções temporárias que não resolvem definitivamente o problema? Como fazer, por exemplo, para que a campanha contra a violência e extermínio de jovens, que é iniciativa das Pastorais de Juventude católico-romanas, mas que deveria ser assumida por todas as Juventudes, não se torne outro paliativo, mas solução eficaz?</span></span><o:p></o:p></div>Possato Jr.http://www.blogger.com/profile/09900284739908000817noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-28981641.post-79738943226371704632010-07-22T09:53:00.007-03:002010-10-28T22:26:14.408-02:00JOVENS, EU VI!<div align="justify"><span style="font-family: arial; font-size: 85%;"><strong>Aconteceu, no último fim-de-semana, em Brasília/DF, um Seminário ecumênico sobre Bíblia e Juventudes, promovido pelo CEBI, em parceria com as seguintes entidades: CAJU, REJU, FALE e Trilha Cidadã. Participaram jovens e cuidantes de todo o Brasil.<br />
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O que ofereço a vocês (texto abaixo) não é o relato oficial, que deve sair em alguns dias. Esta é a minha síntese do que foi o encontro, inspirada em Jo 20,1-18, texto que foi o fio condutor do evento.<br />
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<strong>BÍBLIA E JUVENTUDES: JOVENS, EU VI!</strong><br />
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Meninas e meninos, eu vi! Foi lá em Brasília/DF, mesma terra onde profetizou e morreu Gisley, o jovem. Morreu não... Foi assassinado! Aliás, como acontece com a maioria dos profetas. O fato é que eu vi, mais ou menos um ano depois da partida dele.<br />
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Antes, eu vira – estarrecido – mãos juvenis capazes de matar, sem questionar muito por quais lentes me fora possível ter esta visão. Porém, a partir dos últimos acontecimentos, à luz de uma nova lente, vi também histórias juvenis tecendo vida, ainda que timidamente, dispersas, isoladas e confusas – era madrugada e havia um jardineiro.<br />
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Mas eu não vi sozinho. Havia mais gente lá! Enxergamos primeiramente um túmulo. Estava vazio, embora devesse ter alguém. Tomadas/os de espanto, preocupamo-nos mais com o cenário de morte, mesmo estando vazio, do que com a possibilidade da vida, de uma nova criação, um novo jardim. Foi preciso que uma mulher gritasse: “Onde está Ele?” Se ela não dissesse nada, quanto tempo ainda ficaríamos dentro do túmulo, antes vazio, mas agora cheio de gente, nossa gente?<br />
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Vi as juventudes saindo de seus túmulos pessoais, alguns/umas jovens logo se acomodando em outros túmulos, mas a grande maioria saindo à procura de uma habitação de vivos. Embora tivéssemos vontade de andar pelo caminho certo, esquecemo-nos de perguntar: “Onde está Ele?” Sorte nossa termos Madalena, que forçara o olhar para enxergar alternativas à realidade nua e crua, a dar-nos a Boa Notícia: “Eu vi o Senhor!” Com isso, percebemos que não adiantava sair do túmulo. Precisávamos aprender a enxergar por nós mesmas/os, treinar nosso olhar. Mas não só isso... Era preciso saber, ainda, o que, ou a quem procurávamos.<br />
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Já falei que vimos um jardineiro? Melhor dizendo: não vimos, não; mas ele estava lá! Conseguimos vislumbrar o jardim, mas nos esquecemos que era necessário cultivá-lo, se quiséssemos vê-lo florido. Por isso, ignoramos o jardineiro. Somente Madalena se dirigiu a ele, perguntando se tinha levado o corpo do Senhor para outro lugar. Qual não foi a surpresa dela ao descobrir que o Senhor não estava morto coisa nenhuma, e que ele e o jardineiro eram a mesma pessoa? Nesse momento amanheceu, e Madalena pode ver claramente.<br />
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Demoramos para acreditar em Madalena. Lamentávamos a morte, em vez de perguntar por que o mataram. Ele fora executado como criminoso político, isso nós sabíamos. Mas por que, se ele falava de um Reino que nem deste mundo era? Tínhamos muito medo de fazer esta pergunta. Entretanto, quando amanheceu, fomos às ruas. Por que Ele morreu? Por que morrem as/os jovens? Quem nos está matando? Por que estão fazendo isso? Quando percebemos que a morte d’Ele não fora acidental, deduzimos que as outras mortes também não estavam acontecendo por acaso. Antes, foram arquitetadas. E isso – essa grande descoberta – incomodou quem estava querendo nos matar, sufocar, silenciar, tornar invisíveis. É preciso muita coragem para enfrentar esses grupos opressores. Coragem que só estamos tendo porque, igual à Madalena, “vimos o Senhor”.<br />
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Enfim, meninas e meninos, foram essas – além de outras, a serem contadas em outro momento – as coisas que eu vi. As juventudes dispersas em meio à escuridão da madrugada, ansiosas pelo sol prestes a despontar, perceberam na Bíblia uma ótima ferramenta para ver o Cristo, Alimento da Jornada. O encontro, em local e situação inesperados, porém livres das amarras institucionais, só foi possível porque deram-lhes novas lentes, as da Hermenêutica Juvenil.</div>Possato Jr.http://www.blogger.com/profile/09900284739908000817noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-28981641.post-81570329093064524232010-06-28T09:19:00.003-03:002010-10-28T22:26:57.025-02:00PAZ SEM VOZ... É MEDO!!!Desde a virada do milênio, a cada cinco anos celebramos uma Campanha ecumênica da Fraternidade, organizada pelo CONIC. Em 2000, sob o tema “<em>Dignidade Humana e Paz</em>”, desejamos um “<em>Novo Milênio sem Exclusões</em>”. Em 2005, gritamos: “<em>Felizes os que promovem a Paz</em>” (Mt 5,9a). Os temas foram baseados numa campanha do CMI (Conselho Mundial de Igrejas): <strong>“<em>2000-2010: Uma década para superar a violência</em>”</strong>. Mas o tema, agora, é: “<em>Economia e Vida</em>”. Será que, diante deste assunto, poderemos continuar a falar de Paz?<br />
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À primeira vista, parece que este assunto se esgotou e, por isso, o CONIC resolveu abrir outra discussão. Mas é justamente o contrário. O tema deste ano aprofunda as reflexões sobre a Paz, pois vai direto à fonte da violência: as desigualdades sociais, fruto do desequilíbrio econômico e financeiro entre classes e entre nações.<br />
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A mola propulsora das desigualdades é o acúmulo, prática onde uns/umas possuem mais do que necessitam, enquanto outros/outras passam necessidade. Ora, se a reação dos que possuem em abundância é acumular cada vez mais, qual será a reação dos que nada possuem?<br />
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Os telejornais, e a mídia em geral, insistem em pôr a culpa da violência em jovens armados, ou ladrões de esquina: a “ponta fraca” do sistema. Mas serão eles os verdadeiros vilões? Isso me faz lembrar algumas palavras de <em>Bertold Brecht</em>: “<em>Quem é teu inimigo? O que tem fome e te rouba o último pedaço de pão, chama-o teu inimigo. Mas não saltas ao pescoço de teu ladrão que nunca teve fome.</em>” Claro, a ideia não é combater violência com violência. Sou da seguinte opinião: “<em>Se queres a Paz... <strong>Prepara-te para a Paz!</strong></em>” Lembrei as palavras desse teatrólogo alemão somente para demonstrar quem é o nosso verdadeiro inimigo, pois – é preciso que se diga – as revoluções só acontecem mediante um inimigo comum e declarado.<br />
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Dificuldade em identificar o inimigo, ou medo de sofrer represália: eis as principais razões de muitas pessoas não saberem como reagir, diante da violência. Jesus viveu muitas situações onde era preciso identificar a causa do problema e vencer o medo de enfrentá-lo. Um exemplo claro é a tradicional fórmula: “<em>Eu vos deixo a Paz, eu vos dou a minha paz. A paz que eu vos dou não é a paz que o mundo dá. Não fiqueis perturbados, nem tenhais medo</em>” (Jo 14,27). A paz que o mundo (entenda-se: “Roma”) proporcionava, na época de Jesus, era na base da espada. Tudo corria bem para quem obedecia o imperador (entenda-se: “não criava confusão e mantinha os impostos em dia”). Já, a paz que Jesus oferecia era gratuita e verdadeira. Por isso, não havia razão para ter medo. Falando assim, Jesus encorajava seus ouvintes e, ao mesmo tempo, denunciava o verdadeiro inimigo, a fonte originária da violência: o poder opressor.<br />
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Entendendo desse modo a “paz que o mundo dá”, fica compreensível o motivo do Jesus de Mateus parecer o oposto do Jesus de João. Não entenderam? O Jesus de Mateus não vem trazer a paz, mas a espada (Mt 10,34). E o de Lucas vem trazer fogo e divisão (Lc 12,49-53). Sem entender o que estava acontecendo naquela época, o evangelho de João e os de Mateus e Lucas parecem ser contraditórios. Mas a paz que Cristo não quer é a dos romanos. E a espada, o fogo e a divisão, a que Ele nos chama, é a reação contra as injustiças que promovem a violência e a morte.<br />
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Divisão, neste caso, não é algo ruim. É preciso romper com o que nos faz mal. Mas, para combater a violência, não basta sermos não-violentos. Isso pode até anular os efeitos dela, mas não propõe nada melhor em seu lugar. Urge promover ações positivas, geradoras de paz. E então... O que são atitudes promotoras da Paz? Quem pode promovê-las? Em que espaços? Em que momentos? O que faz o grupo ou comunidade em que você vive para promover a Paz?Possato Jr.http://www.blogger.com/profile/09900284739908000817noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-28981641.post-39746143362941495822010-05-04T12:53:00.003-03:002010-10-28T22:27:29.766-02:00PELOS VIOLENTOS, CONTRA A VIOLÊNCIAComo dizia meu tio: “<em>Todo mundo vê as pinguinha que eu tomo, mas ninguém vê os tombo que eu levo!</em>” É óbvio que ele não se referia aos tropeções que tomava, cambaleando de bêbado, a caminho de casa, mas das dificuldades que o empurraram ao vício. Assim acontece com a violência: Todo mundo quer o fim dela, mas poucos se preocupam em investigar a raiz do problema.<br />
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Segundo a TV, é fácil identificar os culpados. Eles andam de armas nas mãos, sem camisa, falam palavrões e, quando não escondem o rosto, percebe-se que são feios, desdentados e negros. Mas, se é tão fácil traçar um perfil violento, por que ainda não eliminamos este mal do nosso meio?<br />
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Não é de hoje que as novelinhas de horário nobre têm desenvolvido o conceito de que há pessoas do bem e do mal. As do bem nascem em berço de ouro, ou são pobres, mas muito bonitinhas e, por isso, ficam ricas. Porém, sofrem a novela toda, tendo sua recompensa só no final. As do mal já nascem em ambientes ruins e nunca se corrigem: ou morrem, ou terminam seus dias na cadeia.<br />
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Olhando para nossa realidade, quem são os presidiários? Brancos ou negros? Pobres ou ricos? Adultos ou jovens? Todo presidiário é culpado? Toda pessoa livre é inocente? São questões intrigantes, não!? Mas talvez a pergunta crucial seja esta: As pessoas nascem violentas, ou são levadas a isto?<br />
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Vamos comparar os textos <em>At 4,32-35</em> e <em>At 5,1-11</em>, buscando perceber em qual situação e por qual motivo surge a violência. No primeiro, vemos o retrato da comunidade ideal, onde tudo era mantido em comum. No segundo, duas pessoas morreram. Isso por que mentiram? Não!!! Porque acumularam, quiseram ter mais que os outros. A morte foi consequência do egoísmo e do individualismo do casal.<br />
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Em nossa sociedade, vale mais a partilha, ou o lucro? Quem acumula não agride ninguém fisicamente. Mas, quando uns acumulam, outros passam privações. Viver na fartura sabendo que, por isso, outros passam fome, é um ato violento ou não!?<br />
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Ah, sim... E os descamisados com arma na mão, dos quais falamos no início? É bem verdade que eles não são ricos. Mas são vítimas daquela primeira violência, a das privações. Embora a TV diga que são bandidos, eles são marginais, ou seja, aqueles que vivem à margem, os excluídos da sociedade.<br />
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Há quem diga que essas pessoas deveriam procurar emprego. Mas há vagas para todo mundo? Os jovens conseguem facilmente o primeiro emprego, ou a maioria das vagas requer experiência? O salário que as empresas oferecem se equipara ao que se ganha na prostituição, ou no tráfico? As pessoas de menor condição social são respeitadas da mesma forma que as pessoas de melhor condição?<br />
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A pior agressão que esses grupos sofrem é serem convencidos de que são os culpados pela sua própria situação. Não foi o que fez o governo com os moradores dos morros cariocas, incriminando-os pelas mortes nos deslizamentos?<br />
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Quando o povo se insurge, é taxado de criminoso, violento. Mas há grupos naturalmente agressivos, ou a violência é um ciclo vicioso, fruto de um sistema que gera desigualdades e rouba a dignidade das pessoas? Não seria a agressão física uma reação desesperada, um grito de socorro? Afinal, é possível viver numa sociedade onde “<strong><em>não haja pessoas necessitadas</em></strong>” (<em>At 4,34</em>)? Isso garantiria o fim da violência?Possato Jr.http://www.blogger.com/profile/09900284739908000817noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-28981641.post-67221480752763881782010-03-12T12:56:00.004-03:002010-10-28T22:27:59.724-02:00SOU ASSESSOR/A – E AGORA???Tudo começa de um modo especial e diferente para cada um/a. No meu caso, por exemplo, vivia recusando os convites insistentes para participar de um tal grupo de adolescentes. Até que, um belo dia, resolvi “<em>ver qual é que era</em>”.<br />
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Fui e encontrei um pessoal muito animado, cantando em roda. Fiquei entre duas irmãs, loirinhas, que gentilmente sorriam pra mim e disponibilizavam um folheto de cantos. A primeira música (desse encontro em especial e de todos os outros em que participei depois) foi “<em>Pai-Nosso dos Mártires</em>”. A galera simplesmente enlouqueceu cantando essa música. Não sei se foram as irmãs, a música, ou a empolgação do pessoal. Só sei que não me lembro do que aconteceu depois. Mas deve ter sido muito bom, pois, graças a essa primeira impressão, estou inserido nos meios juvenis até hoje.<br />
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Entretanto, quando me tornei assessor, foi diferente. Não lembro o momento exato em que isso aconteceu. Até porque esse é o tipo de coisa que a gente não decide. Parece haver um consenso, uma espécie de acordo não-verbal entre as/os participantes para eleger alguém assessor ou assessora do grupo. Um dia simplesmente te tratam de forma diferente. E aí??? O que fazer???<br />
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Definir o papel do/a assessor/a é complicado. Observando os critérios do grupo, parece que o primeiro passo é ter um período de caminhada maior que os demais. Mas só isso não basta! É necessário ter carisma e iniciativa também. Tem muita “<em>figurinha antiga</em>” por aí que adora o anonimato. Do/a assessor/a espera-se, no mínimo, que aponte o caminho, principalmente quando o grupo estiver indeciso ou desorientado. Por vezes, esse carisma gera uma pressão natural para que ele/a assuma o papel de coordenador/a. Neste momento, é preciso ter claro quem aponta os caminhos e quem deve trilhá-los. Entretanto, muitas/os assessoras/es sucumbem à tentação, pois estão confusas/os quanto ao seu papel e, além disso, o poder seduz.<br />
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Olhando as <em>Escrituras</em>, vemos Jesus passar por um dilema semelhante: o povo queria aclamá-lo rei. Os apóstolos também sonhavam com um <em>Messias-Rei</em> e, por isso, não entendiam por que o Mestre fugia desse “<em>apelo popular</em>”. Vejamos como Jesus reage perante esta situação em <em>Mt 14,22-33</em>, passagem bem conhecida, onde Jesus caminha sobre as águas.<br />
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Orar é estar em intimidade com Deus. O monte, segundo o Antigo Testamento, é o lugar do encontro com Javé (Ex 24,16-18; 31,18; Lv 25,1 etc). Logo, estamos diante de Jesus ressuscitado. Alguém perguntará: “<em>Mas como, se aí Ele nem tinha sido crucificado?</em>” Lembremo-nos de que os Evangelhos (e toda a Bíblia) têm um compromisso teológico com a verdade, e não historiográfico. O mar agitado são as dificuldades pelas quais passa o grupo ou comunidade, simbolizados pelo barco. Uma vez ressuscitado, Jesus segue à frente (importante dizer: Ele não assume os remos; apenas mostra o caminho), andando por cima das dificuldades. Mas o medo impede o grupo de reconhecê-lo. Por isso, o vêem como a um fantasma. Ou seja, imaginam que o projeto de Jesus morreu com Ele, que tudo não passou de um sonho e, por isso, o que está bem diante dos olhos deles não passa de uma miragem.<br />
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Pedro (sempre o Pedrão) desafia Jesus: “<em>Se é você mesmo</em> (= se é verdade que você ressuscitou), <em>faça eu ir até aí!</em>” Pedro quer ressuscitar, mas não quer passar pela cruz, assim como os grupos que querem as/os assessoras/es assumindo as responsabilidades por eles. Pedro abandona o barco e até obtém resultados significativos, por um tempo, mas logo cai em si e afunda. Reconhecendo seus erros, pede socorro e Jesus o salva. Podemos deduzir daí que manter o grupo unido e navegando pode ser também uma tarefa do/a assessor/a. Vale ainda ressaltar que, quando ambos entram no barco, Jesus e Pedro (= assessor/a + jovens = grupo), o mar (= dificuldades, desafios) se acalma (= fica sob controle).<br />
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Pelo modo de agir de Jesus, talvez seja mais correto chamar as/os assessoras/es de acompanhantes. Esse é o papel de Jesus. Ele está sempre ciente dos fatos, ciente da realidade, mas nunca faz as coisas por nós. Se olharmos outros textos, Ele está sempre mandando fazer isso, fazer aquilo, mas Ele mesmo nunca põe a mão na massa. Entretanto, não nos deixa sozinhos. No caminho de Emaús, caminha ao nosso lado (Lc 24,15); na partilha dos pães, embora diga: “<em>dêem-lhes vocês mesmos de comer</em>”, é o primeiro a sentir compaixão do povo (Mt 14,14). Ele conhece tanto as pedras do caminho como as/os próprias/os caminhantes. E, por isso, pode indicar sempre a melhor alternativa. Que este, meus amigos e minhas amigas, seja o principal critério para quem pretende ser um/a acompanhante das juventudes.Possato Jr.http://www.blogger.com/profile/09900284739908000817noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-28981641.post-60880325929741009982010-02-25T11:21:00.003-03:002010-10-28T22:28:19.854-02:00É TUDO UMA QUESTÃO DE “ECO”Em 2010, novamente a Campanha da Fraternidade será ecumênica. O tema é: “<em>Economia e Vida</em>”. O lema: “<em>Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro</em>” (Mt 6,24). Há tempos não se via um ataque tão direto, por parte das instituições religiosas, ao cerne de todos os males de nossa era: o culto ao dinheiro.<br />
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O lema da CF lembra outra passagem: “<em>dêem a César o que é de César e a Deus o que é de Deus</em>” (Mt 22,21). Jesus disse isso quando lhe perguntaram: “<em>É lícito, ou não, pagar imposto a César?</em>” O imposto, como o nome já diz, é uma obrigação que, embora legal (porque previsto em lei), não seria exigido se quem o deve pagasse espontânea e livremente. O não-pagamento confere-nos o rótulo de mau devedor, má devedora, um/a “fora-da-lei”. Ora, quem já caiu nas armadilhas de um cartão de crédito sabe que o mau caratismo é de quem aplica juros abusivos, e não de quem foi enganado pela propaganda sedutora do consumismo.<br />
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Se a serpente encontrasse Adão e Eva hoje, diria: “<em>Se <strong>comprardes</strong> isso agora, sereis como deuses</em>”. E então eles correriam até o <em>shopping</em> mais perto de sua casa e, depois de gastar o que não podiam, Eva tentaria aplacar sua culpa comendo um chocolate e Adão se entupiria de cerveja. Mas ambos saberiam, em seu íntimo, que não deviam ter escutado a serpente em forma de “<em>tela-plana-trinta-e-quatro-polegadas</em>”.<br />
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O desejo de consumir deriva da necessidade que temos de não passar necessidade. Nada mais natural. Porém, o desejo desenfreado de consumir deriva do medo de que falte amanhã e, por isso, gera o acúmulo. Quando exagerado, o medo gera o egoísmo: “<em>importa é não faltar pra mim!</em>” E o grau superlativo do medo diz: “<em>importa não sobrar para os outros!</em>” Eureca!!! Descobrimos a fórmula da desigualdade social!<br />
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Bom... Na verdade, essa fórmula já é conhecida há anos. Quando os hebreus e hebreias estavam numa situação crítica de fome, bem no meio do deserto, Deus Javé fez chover maná do céu (Ex 16). O medo de passar fome no dia seguinte fez com que algumas famílias pegassem mais do que o necessário para o seu sustento. Porém, sem <em>freezer</em>, naquele deserto, logo elas perceberam que o maná tinha prazo de validade. Se não fosse consumido no dia da coleta, amanhecia estragado.<br />
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E assim, a duras penas, o povo foi aprendendo a viver só com o necessário. Tudo ia bem, até que um dia alguém resolveu cercar um punhadinho de terra e dizer que aquele espaço era seu. Mas essa é uma história para outro pôr-do-sol.<br />
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Aliás, falando em cercar um punhadinho de terra... Esta não seria uma análise completa do aspecto econômico e ecumênico do texto, se não falássemos de um terceiro “eco”: o da <em>ecologia</em>. Afinal, os três “ecos” estão interligados. Podemos observar, no texto, que as tentativas de exploração do meio ambiente, a extração indevida daquilo que Javé, aproveitando as características naturais do deserto, ofereceu para matar a fome (maná), foram frustradas (o maná acumulado apodreceu). Além de partilhar, o povo aprendeu a viver em harmonia com a natureza, pois colhia dela somente o necessário.<br />
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O que vale destacar aqui é a pedagogia da partilha e da harmonia com o meio, embora alguns vejam, na história do maná, uma justificativa divina para o consumismo imediatista de nossa época. Elas exigem o que é de César, mas esquecem o que é de Deus. No deserto, o povo estava murmurando contra Moisés e contra Javé, pois havia gente morrendo de fome. Hoje também há pessoas morrendo de fome, mas essas não parecem ser as mesmas que obedecem à lógica do “<em>eu quero, e tem que ser agora!</em>”<br />
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Essa proposta pedagógica da partilha indica uma economia bem diferente da praticada pelo atual sistema econômico mundial. A propósito: O que é economia? Que modelos econômicos conhecemos? Qual deles seria a melhor alternativa para os nossos dias? Ela tem alguma coisa a ver com a proposta do maná no deserto? Por quê?Possato Jr.http://www.blogger.com/profile/09900284739908000817noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-28981641.post-82756357592639996902009-12-20T15:45:00.006-02:002010-10-28T22:29:05.959-02:00Entendendo o que é Educação PopularPerdão pela ausência, pessoal! 2010 foi um ano muito corrido, principalmente no segundo semestre.<br />
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Foi, sem dúvida, um ano de muitos acontecimentos. Gostaria de lembrar, particularmente, os frutos do curso Bíblia e Teatro. Com ele, aprendi muito sobre assessoria e educação popular.<br />
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Cada etapa do curso consistia em um primeiro momento de reflexão bíblica, seguido de uma produção cênica. Esta produção era fruto da interpretação que as/os próprias/os participantes faziam dos textos bíblicos trabalhados.<br />
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No início, eu trabalhava as reflexões bíblicas como de costume: abria espaço para as/os jovens participarem, mas buscava fazer o fechamento com uma conclusão positiva, que inspirasse alguma atitude, algum engajamento popular.<br />
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Eu falava muito bem, mas logo na primeira experiência de tradução das reflexões em linguagem cênica, tive o maior choque de realidade que já me ocorreu até o presente momento.<br />
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Refleti longamente sobre o sentido social da comunhão. Disse-lhes que comungar não era ser um “papa-hóstia”, que comunhão era trabalho em grupo, era o ápice celebrativo de uma vida em comunidade.<br />
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Disse que, antes do rito litúrgico, deveríamos pensar na comunhão como alimento para o corpo de Cristo, que era a própria comunidade, segundo os textos que estávamos trabalhando (1Cor 11,17-34 e 1Cor 12,12-27). Logo, comungar era tornar-se uma ameaça para o sistema opressor, pois comungar era fortalecer a comunidade, o corpo de Cristo, que subvertia a lógica de sistemas como o capitalismo, onde o que vale é o lucro, e não a vida digna para todas/os. Enfim... Como dizem os gaúchos: “eu estava me puxando nas reflexões...”<br />
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Só que chegou o segundo momento, o momento teatral do curso. Foi pedido aos cursistas que ficassem em dupla e, ao ser dito qualquer palavra, que a interpretassem interagindo entre si. Foram ditas muitas palavras, até que o assessor (que neste momento não era eu) falou “comunhão”! As duplas foram unânimes em mostrar um padre colocando a hóstia na boca ou na mão de um/a fiel.<br />
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Foi um baque. Entrei em uma crise muito profunda. Não era nada daquilo que eu tinha dito. Foi então que percebi: <strong>estava tão preocupado com o que eu queria dizer que não parei um minuto para ouvi-las/os.<br />
</strong><br />
Antes disso, quantas vezes, em inúmeras assessorias de meio período, saí metralhando informações e voltei pra casa satisfeito porque todos gostaram de minhas palavras, quando na verdade estavam eufóricos com meu jeito comunicativo e com as músicas animadas que eu tocava ao fim dos encontros.<br />
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Depois do choque, comecei a escutar mais, a deixar que as/os participantes falassem mais, para depois ajudá-las/os a refletir criticamente sobre suas próprias opiniões. Mas nunca fechando definitivamente as discussões. Deixo sempre que voltem para casa refletindo sobre suas próprias vidas, sobre a relação entre o que leram e o que viveram até então.<br />
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Ainda não sei se estou alcançando meu objetivo, mas sinto que a cada dia entendo melhor o que é a educação popular. Nem sempre as conclusões são aquelas que eu queria, mas sempre são fruto da reflexão coletiva. E isso me anima a continuar...Possato Jr.http://www.blogger.com/profile/09900284739908000817noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-28981641.post-73435269703779842662009-10-25T21:21:00.006-02:002009-10-25T21:55:56.064-02:00Também sou "bixo"!!!<div align="justify"><span style="font-family:verdana;">Passei em Letras, na ULBRA!</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;">O curso é EAD, mas tem o peso de um faculdade presente em todo o país!</span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;">O vestibular consistia apenas em uma redação. E, segundo a diretora do campus, só reprovaria quem não soubesse escrever.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;">Havia dois temas, dos quais eu teria que escolher um: A fraude de Nelsinho Piquet, ou as Olimpíadas de 2016 (no Rio de Janeiro).</span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;">Escolhi a do Nelsinho, porque falava sobre valores. O texto de apoio dizia que o Nelsinho esquecera os valores aprendidos no seio de sua família. A redação deveria ser feita a partir de uma pergunta: "É válido negar os valores de berço para obedecer a ordem do chefe?"</span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;">Não fiquei com cópia do que escrevi, mas ainda lembro o esqueleto da redação. Ficou mais ou menos como segue, abaixo. Vejam se passei:</span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;">-----------------------------------------------------------</span></div><div align="center"><strong><span style="font-family:verdana;color:#3333ff;">"Que valor tem isso?"</span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:verdana;color:#3333ff;"></span></strong></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;color:#3333ff;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;color:#3333ff;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;color:#3333ff;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;color:#3333ff;">Seja na história da humanidade, seja no dia-a-dia de uma nação, ou de uma pequena comunidade, seja na nossa própria vida particular, o fio condutor dos acontecimentos são os valores, ou a ausência deles.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:times new roman;color:#3333ff;"><span style="font-family:verdana;"></span></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:times new roman;color:#3333ff;"><span style="font-family:verdana;">Quem define os valores ou contravalores são a Ética </span><span style="font-family:verdana;">e a Moral, sejam elas civis ou religiosas. Por isso, um valor depende da época, lugar e realidade a que se aplica. Nos dias de hoje, a porção ocidental vive o predomínio dos costumes cristãos, ainda que seja um cristianismo desviado de suas origens.</span></span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;color:#3333ff;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;color:#3333ff;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;color:#3333ff;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;color:#3333ff;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;color:#3333ff;">É inserido nessa realidade que encontramos Nelsinho Piquet, filho do ilustre campeão Nelson Piquet. Atendendo ao pedido do chefe, ele trapaceou numa corrida. Isso chocou o mundo da Fórmula 1. Mas para nós, brasileiros, o que deveria chocar foi a postura da família Piquet. Afinal, essa situação toda veio à tona por causa de uma investigação, e não pela possível denúncia do Sr. Nelson, que poderia ter usado seu respeitável nome e influência para enfrentar a escuderia de seu filho.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;color:#3333ff;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;color:#3333ff;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;color:#3333ff;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;color:#3333ff;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;color:#3333ff;">Mas o pior foi o que disse o Nelson Pai, durante o processo. Ele afirmou que tudo iria ficar bem, pois seu dinheiro bancaria os melhores advogados para cuidar do caso do seu filho. De fato, Nelsinho saiu impune. Mas não foi só o mundo da Fórmula 1 que perdeu. Sendo a família Piquet tão ilustre, que exemplo deixou para as famílias do nosso Brasil?</span></div>Possato Jr.http://www.blogger.com/profile/09900284739908000817noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-28981641.post-47955714932314143012009-09-22T21:14:00.001-03:002009-09-22T21:18:17.892-03:00JUVENTUDES E SUPERAÇÃO DA VIOLÊNCIACostuma-se dizer que, se espremermos alguns jornais, em vez de tinta, escorrerá sangue. A violência não se tornou apenas banal e comum a todas as realidades; ela virou entretenimento, um espetáculo, poderoso anestésico que nos domina, gerando um clima de terror que nos fascina e imobiliza ao mesmo tempo.<br /><br />A violência é institucionalizada. Ela serve aos interesses de uma minoria organizada e articulada, que mantém a maioria (população) dividida em subgrupos, desorganizados, desarticulados, guerreando uns contra os outros. E o pior... Essa minoria consegue fazer o povo acreditar que, em vez de vítima, é o principal culpado da situação. Mas que minoria é essa? De que forma isso atinge as juventudes? Há um só tipo de violência? Quais tipos nós conhecemos? Eles dependem de cor, sexo, condição social, ou idade?<br /><br />Chega de violência; queremos Paz! Em <em><strong>Is 32,17</strong></em> lê-se que <strong>a Paz é fruto da Justiça</strong>. Mas de qual justiça estamos falando? Vamos dar uma olhadinha no livro de Jonas. Enquanto vamos lendo, observemos: O que Deus quer de Jonas? O que Jonas deseja para os ninivitas? Quem inicia a mudança é o rei, ou o povo? Como Jonas se sente, no final? Qual a diferença entre a justiça de Jonas e a de Deus?<br /><br />O livro de Jonas é escrito no pós-Exílio, durante a dominação persa e a reconstrução do Templo e de Jerusalém. Lendo os livros de Esdras e Neemias, vemos que: a Lei se tornou bem mais rigorosa e abrangente; criou-se aversão à/ao estrangeira/o; o Templo se tornou central na vida do povo e os sacerdotes os grandes líderes, já que o rei persa não admitia reis locais (como os reis-vassalos da Idade Média).<br /><br />Jonas, então, representa a elite sacerdotal e Nínive os povos estrangeiros. O Templo só aparece uma vez no texto, na boca de Jonas, dentro da baleia. É o povo reagindo ao novo poder constituído, que aparenta restaurar a confiança em Javé, mas na verdade faz apenas um acordo político com o rei persa: “<em>Deixe-nos mandar na religião e cultura desse povo, que em troca garantimos teu poder sobre a nação e os devidos impostos!</em>”<br /><br />E nos dias de hoje... Como anda a nossa justiça? Ela recria a vida, como fez Javé com os ninivitas? Ela trata toda/o cidadã/o com misericórdia, respeito e dignidade? Ela educa para a cidadania, aplicando penas justas, recuperando as/os infratores e tranquilizando a população de que elas/es podem ser reintegradas/os à sociedade? O que podemos fazer para mudar este quadro, a partir da leitura de Jonas?<br /><br />Para ajudar na reflexão, uma pergunta: Se a violência atinge todas as realidades, por que a maioria das/os detentas/os de nosso sistema carcerário são jovens, pobres e negras/os?<br /><br />Diz o ditado: “<em>Se queres a paz, prepara-te para a guerra!</em>” O contraditado vem na letra de uma música: “<em>Paz sem voz não é paz; é medo!</em>” Os mais ingênuos acreditam que a paz é um mundo sem brigas, nem divergências, onde todas/os se abraçam e todo mundo é igual. Mas será que a violência nasce das diferenças? Já vimos que não!!!<br /><br />Urge despertarmos, criarmos consciência do que realmente está matando nossas/os jovens. Mas não basta!!! Precisamos agir, tomando partido das/os injustiçadas/os. Mas como???<br /><br /><strong><span style="font-size:130%;">Precisamos criar uma Cultura de Paz!!!</span></strong>Possato Jr.http://www.blogger.com/profile/09900284739908000817noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-28981641.post-12201211535101737872009-09-09T15:27:00.004-03:002009-09-09T15:34:54.036-03:00JUVENTUDES: UNIDADE NA DIVERSIDADEDesde os primórdios, a humanidade vive em grupos. Não dá pra negar: somos seres sociais. O que nos uniu, nas origens, foi o instinto de sobrevivência (éramos a caça), mas hoje, sobretudo no meio urbano, as relações se tornaram tão diversificadas e complexas que, além da sobrevivência, movem-nos outros interesses.<br /><br />Para começar, tornamo-nos nossos próprios caçadores. É de Júlio César, imperador romano, a frase: “<em>Dividir para conquistar!</em>” Ele sabia que, unidas, as aldeias teriam mais chances de resistir. E hoje... Quem é o Júlio César da nossa juventude? Quais os mecanismos para mantê-la dividida? Há uma única <em>tribo</em> (= grupo) juvenil, ou várias, reunidas mediante diferentes interesses ou realidades? Isso é bom ou ruim?<br /><br />Já que citamos César, que tal um passeio em Corinto? As cartas escritas por Paulo foram dirigidas às comunidades da terceira maior cidade do império romano, com mais de 400.000 habitantes. Situada entre dois portos, era passagem obrigatória do Ocidente para o Oriente e vice-versa. De solo irregular, a cidade vivia do turismo (festas, esportes e atrações culturais) e do transporte de cargas e de pessoas, de um porto para o outro. Os trabalhadores eram pobres: escravos ou libertos. Uma guarnição militar assegurava – e controlava – o transporte de mercadorias e pessoas. O grande fluxo de pessoas, de todos os cantos do império, também atraía comerciantes.<br /><br />Bem parecida com as grandes cidades de hoje em dia, não!?! Mas não era só isso... Havia shoppings, digo, templos espalhados por todos os lados, dedicados a vários deuses, sendo Afrodite a deusa principal. A administração da cidade (e de todo o império) estava vinculada ao culto aos deuses. Cultuá-los era garantir a prosperidade, tanto pessoal quanto social. Seus cultos eram regados a banquetes e orgias. A prostituição era comum, e havia inclusive prostitutas/os sagradas/os.<br /><br />É dentro desse contexto que Paulo escreve. Lá, como cá, havia divisões, o que enfraquecia a comunidade. Vejamos <strong><em>1Cor 11,17-34</em></strong>. Também fala de um banquete (<em>Ceia Eucarística</em>). Mas Paulo não está falando de ritos, celebrações, missas... A Ceia possuía uma função social. Nos banquetes, algo era oferecido aos deuses em troca do que se queria (sucesso nos negócios, por exemplo). Por isso, só podiam participar aquelas/es que tivessem como pagar. Na Ceia Eucarística, é o próprio Deus, Jesus Cristo, que se oferece. Todas/os podem participar, em pé de igualdade. Escravos sentam-se com senhores, homens com mulheres, jovens com adultos. Tudo é partilhado, há uma<em> comum-unidade</em>, não só de alimentos, mas de todo um estilo de vida. Porém, se alguns são desprezados, que diferença há entre a Ceia e os banquetes?<br /><br /><em><strong><span style="font-size:130%;">A proposta da Ceia, no fundo, era a proposta de uma sociedade alternativa.</span></strong><br /></em><br />A economia, nesse novo jeito de se relacionar, era baseada na partilha e no serviço. Paulo, inclusive, evoca uma imagem, mostrando que a comunidade é um corpo (o corpo de Cristo) e cada um de nós somos membros desse corpo (<strong><em>1Cor 12,12-30</em></strong>). Portanto, não podemos estar divididos. O braço não pode se desfazer do pé porque aí o corpo todo padece. Em <strong><em>1Cor 12,4</em></strong>, Paulo afirma: “<em>Há diversidade de dons, mas um só é o Espírito!</em>”<br /><br />A comunidade só sobrevive se permanece unida e cada um põe suas diferenças a serviço dos demais. E as <em>tribos</em> (= juventudes)? Será que têm algo a aprender com isso? De que forma podemos promover a unidade? É possível permanecer unidos na diversidade?Possato Jr.http://www.blogger.com/profile/09900284739908000817noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-28981641.post-835389922955153772009-08-27T19:53:00.003-03:002009-08-27T19:57:09.784-03:00VOCAÇÃO: JUVENTUDECreio que, ao sermos perguntados sobre o que é vocação, qualquer um/a dirá que é uma palavra proveniente do latim “<em>vocare</em>” e significa “<em>chamado</em>”. Bom... Isso é o básico que aprendemos na catequese e/ou nas escolinhas dominicais, não é!?! Mas, se nos perguntarem: “<em>chamadas/os a quê?</em>”; aí vai embolar o meio-de-campo.<br /><br />O mais provável é alguém dizer que somos chamados a ser engenheiros, médicas, psicólogas, arquitetos... Claro, empregos bons de preferência, porque em teste vocacional de faculdade nunca aparece balconista, servente de pedreiro, ou gari.<br /><br />Mas vocação está mesmo atrelada a sucesso profissional? Viver a vocação é uma realização pessoal? Não é de um chamado que estamos falando? Quando alguém nos chama, é para que seja satisfeita a nossa necessidade, ou a de outrem?<br /><br />Folheando a Bíblia, temos várias vocações. Vamos olhar uma mais de perto: a vocação de <em>Moisés</em>. Ela está em <em>Ex 2,23-4,17</em>, mas não precisamos ler tudo de início. Para começar, basta irmos até o <em>cap. 3</em>, <em>v. 10</em>. O Deus que aí encontramos vê a miséria de um povo, ouve o seu clamor, desce, age... Ele está presente, de forma atuante, junto desse povo. Mas de que forma Ele atua? Deus diz que vai libertar o povo, mas manda Moisés ir ao Faraó. Ora, quem vai libertar o povo? É Deus ou Moisés?<br /><br />O modo de Deus atender o clamor do povo é acionando Moisés. A vocação, o chamado de Moisés é ir ao centro da opressão (Egito) e dizer ao opressor (Faraó) que deixe o povo partir. Tarefa fácil??? Sabemos que não... Mas o que convém destacar aqui é que...<br /><br /><strong><span style="font-size:130%;"><em>A vocação de Moisés é a resposta de Deus ao clamor de um povo.</em><br /></span></strong><br />Ah... E Moisés se vê realizado profissionalmente com isso??? Conte quantas vezes ele nega a missão, lendo de onde paramos até o <em>cap. 4</em>, <em>v. 17</em>. Cinco vezes? Pois é... e pelos motivos mais covardes e mesquinhos possíveis.<br /><br />Moisés sabia a situação do povo. Ele já havia fugido do Egito porque não suportava ver o povo naquela situação e sabia que, se ficasse ali, acabaria se envolvendo (<em>Ex 2,11-15</em>). Javé não fala de uma situação que Moisés não conhece. Moisés só queria fazer de conta que não existia... Mas, em vez de se consumir, a sarça ardia cada vez mais em seu peito.<br /><br />Olhando para hoje, a realidade juvenil... Quais são os clamores das/os jovens? Quem são o Egito e o Faraó da juventude? E o nosso Moisés? Será ele um justiceiro solitário?<br /><br />Olhando <em>Ex 3,16; 4,13</em>, veremos Javé orientando Moisés a procurar Aarão e os anciãos. Javé ordenou que Moisés procurasse ajuda, não fosse sozinho. Moisés formou um grupo, formou comunidade.<br /><br />Ser Juventude, no fim das contas, é isso: Viver em comunidades (as “<em>tribos</em>”), de forma consciente, responsável, articulada, organizada (Moisés fará isso, Aarão aquilo...). E tudo isso para atender ao clamor de um povo. Aliás, povo do qual, a princípio, essa mesma juventude faz parte.Possato Jr.http://www.blogger.com/profile/09900284739908000817noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-28981641.post-3588821487474638762009-08-02T12:49:00.000-03:002009-08-02T12:50:05.806-03:00Entreter ou controlar?Ando sem criatividade pra blogar... Então vou contar uma história:<br /><br /><strong><span style="font-size:85%;">"Um dia resolvi desenhar uma cidade. Mais... Tentei personificá-la. Pensei nela como um todo. Dei-lhe um corpo. Imaginei seus contornos, sua voz, seu estilo, suas habilidades e competências. Para não faltar com a realidade, olhei mais de perto. Vi seus movimentos, suas cores e seu ritmo acelerado. Quis, por fim, desenhar-lhe um rosto. Que dificuldade... Precisei olhar mais de perto. E então vi uma senhora com o rosto pintado de jovem. E pensei... É este o rosto da cidade onde eu moro."</span></strong><br /><br />Nossas cidades são jovens? O shopping, o cinema, as escolas, as rádios, as novelas, as praças, os bares, os esportes midiáticos, a Internet, os automóveis cada vez mais parecidos com naves espaciais, os muros grafitados e os prédios coloridos parecem dizer "sim"! Mas todo esse mecanismo é usado para entreter, informar e promover a juventude, ou para mantê-la sob controle? Por quê???Possato Jr.http://www.blogger.com/profile/09900284739908000817noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-28981641.post-61637460354557113382009-06-27T22:42:00.004-03:002009-06-27T22:55:21.885-03:00Intolerância religiosaOlhem as seguintes imagens...<br /><a href="http://4.bp.blogspot.com/_2Cn6X-NURMk/SkbNGBWPN_I/AAAAAAAAAWo/HY76YzhAZJA/s1600-h/image+173.jpg"></a><br /><br /><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5352190710501029874" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 240px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://4.bp.blogspot.com/_2Cn6X-NURMk/SkbNGBWPN_I/AAAAAAAAAWo/HY76YzhAZJA/s320/image+173.jpg" border="0" /><br /><div><a href="http://4.bp.blogspot.com/_2Cn6X-NURMk/SkbM3vwF8hI/AAAAAAAAAWg/Rqb9dhTc5jc/s1600-h/Imagem+002.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5352190465259467282" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 240px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://4.bp.blogspot.com/_2Cn6X-NURMk/SkbM3vwF8hI/AAAAAAAAAWg/Rqb9dhTc5jc/s320/Imagem+002.jpg" border="0" /></a><br /><div><div><div></div>O que elas dizem pra vocês???<br /><br /><div></div></div></div></div>Possato Jr.http://www.blogger.com/profile/09900284739908000817noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-28981641.post-21525939908447101002009-05-21T00:48:00.003-03:002009-05-21T00:56:43.523-03:00Ecumenismo católico?Pois bem... Ando pra lá de atarefado e não tenho tido tempo de elaborar textos de mais de 10 linhas.<br /><br />Então vou começar a fazer uma série de "rapidinhas" e gostaria que os/as amigos/as prestigiassem, contribuindo com seus comentários.<br /><br />Então lá vai a primeira da série... Mas primeiro:<br /><br />Acessem meu blog sobre futebol!!! É o blog de um corinthiano apaixonado, mas nem sempre falo do Corinthians! Às vezes falo de comportamento, ética, política, religião... tudo -- claro -- relacionado ao esporte das chuteiras!<br /><br /><a href="http://corintiano-gracasadeus.blogspot.com/">http://corintiano-gracasadeus.blogspot.com/</a><br /><br />O nome é inspirado num livro do grande Dom Paulo Evaristo Arns, que torcedores de todos os times deveriam ler, independente de falar do Timão! O nome do livro é: "Corintiano, Graças a Deus".<br /><br />Bom... Já fiz o meu merchan... Agora a rapidinha de hoje:<br /><br />Um amigo padre me disse que o bispo o convocou para um curso sobre ecumenismo, promovido pela Diocese. Diz o Bispo: "Tu, que anda envolvido com essas coisas, deve ir ao curso para aprender o jeito católico de fazer ecumenismo!"<br /><br />E aí eu pergunto... Existe um jeito restrito a alguma religião de fazer ecumenismo?Possato Jr.http://www.blogger.com/profile/09900284739908000817noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-28981641.post-76057638344487928302009-04-12T22:33:00.002-03:002009-04-12T22:44:45.388-03:00Feliz Páscoa ou aperto de mão???<strong><span style="font-size:130%;color:#6666cc;">Por que “Feliz Páscoa”?<br /></span></strong><br /><span style="color:#009900;"><strong>“Então é Natal... e o que você fez???”<br /></strong></span><br />Ops... música errada!!! Mas a pergunta até que faz sentido...<br /><br />Eu fico me perguntando: o que realmente desejamos quando dizemos “<em>Feliz Natal</em>”, “<em>Boas Festas</em>”, “<em>Feliz Páscoa</em>”?<br /><br />Os que me dizem isso não se zanguem; não estou desprezando seus votos! Pode ser dúvida minha, pode ser que os outros saibam o que estão desejando, pode ser que o carente de sentido seja eu.<br /><br />Mas sabemos mesmo o que significa a Páscoa? E é nisso que pensamos quando nos saudamos?<br /><br />Então vejamos... Comecemos pelo significado da palavra “<em>Páscoa</em>”. É uma tradução difícil! Para uma maioria, significa “<em>passagem</em>”. Mas este é o significado que a palavra “<em>pessach</em>” adquiriu quando traduzida para o grego e o latim. Outros defendem que o significado seja “<em>cordeiro</em>”, “<em>alimento</em>”, ou “<em>salto</em>”, “<em>pulo</em>”.<br /><br />Sendo a Páscoa celebrada com uma grande ceia, onde o cordeiro é o prato principal (no caso dos cristãos, o pão é/simboliza o “<em>Cordeiro de Deus</em>”), faz sentido.<br /><br />Mas, se lembrarmos do Êxodo, da décima praga, onde Javé “<em>pula</em>” as casas hebreias (marcadas pelo <em>sangue do cordeiro</em> nas portas), vemos que também isso é possível.<br /><br />Talvez não cheguemos a um consenso sobre a tradução, mas sabemos com toda certeza a que eventos concretos esta palavra está ligada. Para judeus, a libertação do Egito; para os cristãos, a ressurreição, que também é uma libertação.<br /><br /><strong><em><span style="color:#009900;">Vencendo a Morte, Jesus nos chama a retomar o Projeto de Vida do Pai!<br /></span></em></strong><br />Logo, desejar uma Feliz Páscoa não é somente ficar na torcida para que as coisas melhorem. Nem esperar que o coelhinho esteja mais gordinho este ano e deixe uma quantidade maior de ovos de chocolate.<br /><br />Tá... Chocolate é uma delícia!!! Não faz mal comer chocolate, seja na Páscoa, seja em qualquer época do ano! Bom... Comer demais qualquer coisa faz mal, mas... Ah, vocês entenderam, não é mesmo!?!<br /><br />Desejar uma Feliz Páscoa é, primeiro, assumir o compromisso de que a crucificação de Jesus não tenha sido em vão, que Ele não tenha simplesmente “morrido em meu lugar”, o que me deixaria muito tranquilo, pois nada mais precisaria ser feito.<br /><br />E é também um convite para que a/o irmã/o junte-se a nós nesta caminhada, rumo ao Reino, um Reino concreto, feito a partir da terra, da realidade humana, aqui e agora.<br /><br />Um Reino onde todas as diferenças se tornem enriquecimento social, em vez de motivo de guerra. Onde os projetos governistas estejam voltados para todos, em vez de uns poucos. Onde a fome e a miséria sejam combatidas por todos/as. Onde os problemas do/a vizinho/a tenham mais importância do que a variação da bolsa de Nova York, etc.<br /><br />Portanto, celebrar a Páscoa, desejar uma Feliz Páscoa, só tem sentido na minha comunidade de fé e de vida, entre aqueles/as que não só comunguem os ideais cristãos, mas estejam realmente comprometidos/as com a construção de um mundo melhor!<br /><br />Fora disso, é mera formalidade, é verniz social, palavras polidas que ajudem a fechar uma venda, a não passar por deselegante, ou simplesmente para finalizar uma conversa.<br /><br />Mas enfim... e então??? Posso te desejar uma Feliz Páscoa, ou podemos ficar simplesmente no aperto de mãos???Possato Jr.http://www.blogger.com/profile/09900284739908000817noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-28981641.post-30798365044936758932009-01-28T11:21:00.003-02:002009-01-28T11:26:24.630-02:00OUTRO EVENTO, OUTRA CIDADE, A MESMA CAUSA!Bom... Depois de um loooooooooongo período de férias, é hora de movimentar este blog! E, pra começar, partilho uma experiência recente (de 05 a 24-Jan-09).<br /><br />Quase na mesma data em que aconteceu o 9º ENPJ, estive em Vitória-ES, para o Curso de Capacitação Nacional para Assessores/as do CEBI.<br /><br />Foram 20 dias onde o CEBI proporcionou uma grande partilha de experiências sobre assessorias, além de técnicas de exegese e hermenêutica bíblica. Enquanto o curso lançava os pilares da Leitura Popular, uma leitura de construção coletiva, onde todos partilham o que sabem – e, segundo Paulo Freire, todo indivíduo sabe alguma coisa –, eu transmitia a todo o Brasil a necessidade de uma hermenêutica das Juventudes.<br /><br />De início, como de costume, vieram algumas resistências. Logo quando eu disse que queria ver, no CEBI, uma hermenêutica das Juventudes, alguém me puxou de canto e disse: “Isso não é coisa do CEBI, menino!” Menos mal que não era um dos coordenadores do curso; era uma participante. Mas o curso foi feito por lideranças dos CEBI’s estaduais. E isso sim muito me preocupou.<br /><br />Também ouvi alguém dizer que, em sua região, “Fulana” era jovem, MAS era respeitada POR SER catequista. Quando chegou a vez de contar a minha experiência em assessoria bíblica, disse a todos que quero ver chegar o dia em que “Fulana” será respeitada TAMBÉM por ser jovem.<br /><br />Durante o curso, obviamente me aproximei mais dos jovens. Ao meu lado estava um Pastor Batista de 26 anos. Alguém veio nos dizer que sua primeira impressão sobre nós é que não estávamos lá para levar a sério o curso. Éramos os dois mais animados da turma. Felizmente a convivência desfez esta desconfiança, mas me aborreceu saber que o preconceito foi gerado pelo nosso jeito jovem de ser.<br /><br />Ouvi, ainda, piadinhas do tipo: “Ah, este é aquele postulante a jovem!” De fato, tenho 32 anos. Algumas pessoas acharam estranho eu querer que o CEBI criasse uma “Dimensão Juventude”. Mas qual o problema em apoiar os jovens? Isso é bem diferente de não querer reconhecer que a fase adulta já chegou.<br /><br />Felizmente, se por um lado a diferença de idade em relação aos demais participantes causou uma tensão (a esmagadora maioria dos participantes tinha mais de 40 anos de idade), por outro lado o conteúdo do curso me trouxe o que faltava para iniciar, com os jovens de minha região, uma Leitura Popular e Jovem da Bíblia. Com que olhos devo ir aos textos (eisegese)? Como tirar dos textos o que eles dizem, e não o que eu quero escutar (exegese)? Como usar os textos para iluminar uma proposta jovem de seguir a Cristo (hermenêutica)?<br /><br />Além disso, se fico triste porque alguns CEBI’s estaduais não me deram abertura, pelo menos o CEBI Nacional ficou sensibilizado com a minha luta. Tenho certeza de que não encontraremos objeção a que bons materiais elaborados pela Juventude possam ser divulgados pelo programa de publicações do CEBI.<br /><br />Se hoje não temos publicações para jovens, a justificativa que me deram é que essa necessidade deve surgir das bases, e que das bases quase nada apareceu em nível nacional. Ou seja... Minha voz é quase única hoje, dentro do CEBI, quando o assunto é Juventude.<br /><br />Se você, jovem que está lendo esta carta, participa do CEBI em alguma instância, comece a exercitar hermenêuticas jovens em suas assessorias, ou nas assessorias em que você participa. Veja de que forma os textos podem nos ajudar a realizar o protagonismo juvenil. Provoque esse tipo de discussão entre os jovens, mas também com os adultos.<br /><br />Enfim... Assim que esta experiência demonstrar resultados em minha região, terei o maior prazer em levá-la a outros cantos do país (onde for convidado, é claro!!!), para que o processo possa ser multiplicado e a Juventude possa, enfim, ter na Bíblia uma aliada, em vez de uma repressora.<br /><br />Sem mais, um grande abraço jovem de um jovem não muito jovem, mas apaixonado pelos jovens!!!Possato Jr.http://www.blogger.com/profile/09900284739908000817noreply@blogger.com4