Pois bem... Estavam muito boas as férias, mas é hora de retomarmos nossas reflexões! Depois de analisar os 7 Dias da Criação, passaremos à “História das 5 Quedas”.
Mas primeiro... opa!!! Estamos no cap. 2 de Gênesis e... o mundo está sendo criado novamente?
Curioso, não!?! Tanta gente defende uma leitura bíblica ao “pé-da-letra”... Como será que eles explicam dois relatos diferentes da criação do mundo?
Teria sido o mundo criado, destruído e recriado? O que deverão ter feito as primeiras criaturas para o mundo ser destruído e refeito? Seria algo pior ainda do que no Dilúvio, pra não ser nem mencionado?
Para mim está claro!!! Ou passamos a vida toda achando os possíveis ossos de Adão e Eva, ou encaramos a Bíblia como ela realmente é: Palavra de Deus, que para Ele não volta sem causar efeito em nós (1Ts 2,13).
Ora, a Palavra de Deus não me parece tão preocupada em dizer quem foram os primeiros humanos quanto em nos dizer o que é preciso fazer para ter vida, e vida em abundância (Jo 10,10).
Portanto, ao ler o segundo capítulo, a pergunta que cabe ser feita é: Que vida Deus quer para nós?
E isso por quê??? Ora, porque o texto fala de duas árvores, das quais a humanidade deve escolher uma: a da Vida (vv. 9 e 16).
Se lembrarmos as reflexões anteriores, veremos que o primeiro relato também tinha um propósito: Fortalecer a Fé dos exilados e apontar as causas do Exílio (= Idolatria).
Morta a charada, resta saber quando e por que o texto foi escrito. Certamente não foi na mesma época do primeiro relato.
Comecemos pelo começo... No primeiro relato, “Deus criou o céu e a terra” (Gn 1,1). No segundo, “Deus criou a terra e o céu” (Gn 2,4b). Ora, que importância tem a terra vir antes ou depois do céu, não é mesmo!?! Mas vejamos...
Continuando... Enquanto se conta os dias lá, realçando a importância do sábado, isso aqui não tem a menor importância. Quando que o sábado passa a ter importância mesmo?
Tem mais... Enquanto há abundância de água lá (sendo sinal, inclusive, do caos), aqui “Deus ainda não havia feito chover sobre a terra” (v. 5). Ah... Certamente não estamos mais (ou ainda?) na Babilônia! Será algum deserto?
Enquanto lá toda a criação é uma preparação do terreno para que venha a humanidade, aqui depende da humanidade o início da criação. Afinal, “não havia ainda nenhum [verde]... porque... não havia homem para cultivar o solo” (v. 5).
Ops!!! A terra vem antes do céu... e agora estamos falando de cultivar o solo... Ou Deus nos fez agricultores (todos nós), ou o texto é proveniente de um grupo de camponeses.
Lá, homens e mulheres são quase deuses (= Imagem e Semelhança). Ou seja... o rei babilônio pode até parecer um deus... Mas é gente!!!
Aqui o homem é feito do barro! Quer ligação mais perfeita com a terra?
Enquanto o Espírito pousava sobre as águas lá, aqui Ele anima água e terra (v. 7). Do barro, Deus faz o homem e todos os animais (v. 19). Não somos Um apenas entre nós, mas com toda a criação.
Um parêntese: Notem que até aqui não falamos da mulher. É que ela vem depois, da costela do homem.
Podem dizer o que quiserem... que Deus não faz a mulher dos pés, nem da cabeça... que ela é tirada da costela, para ficar ao lado do homem... mas ainda assim ela vem em segundo lugar e sua condição é de “auxiliar” do homem (v.18).
Isso está claro no texto... não está??? Ora, devemos estar numa época de forte cultura patriarcal. Nem tudo é libertador no texto... algumas coisas ficam presas à época e à cultura. Assim como esta nossa análise, feita nos dias de hoje.
Por fim, o homem é criado fora do Éden e colocado lá dentro (v.8). O paraíso seria o céu? Enfim... Deus o introduz no Jardim, com a missão de cultivar, de cuidar do solo.
Tarefa fácil!!! Todos os grandes rios conhecidos daquela época brotam do Éden (vv. 10-14). Ou seja... terra e água o Jardim tem de fartura. Aqui, em se plantando, tudo dá!
Estamos, com toda certeza, falando do mundo dos sonhos de um camponês. Uma terra de onde o verde brota espontaneamente, bastando apenas cuidar de uma ou outra erva daninha. É certamente “uma terra onde mana leite e mel”.
Bom... Ainda não podemos dizer qual a data, exatamente. Mas podemos dizer que o texto não foi escrito no Exílio e nem por sacerdotes. É gente da roça que nos fala: Escolham a Vida!!!
Mas quando isso??? E o que estava tirando a vida do povo??? É o que veremos, a partir do próximo texto...
Até lá!!!
Os Peregrinos
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4 caminhantes:
Muitíssimo interessante, amigo!
domingo, 08 junho, 2008Conseguiu me prender a atenção!
Muita força para continuar!
Muita paz
Fa-
Irmãos(as), paz e alegria.
quinta-feira, 12 junho, 2008Parabéns pelo conteúdo do blog. Sou cristão protestante de orientação ecumênica e progressista.
Inclusive, já escrevi sobre as fortes ligações existentes entre à TL e o Protestantismo.
Caso desejem ler este meu humilde artigo, estou a disposição.
Em Cristo, esperança nossa.
André Tadeu de Oliveira
Igreja Presbiteriana Independente do Brasil
Oi, André!!!
sábado, 14 junho, 2008Adoraríamos ler teu artigo... Mas como podemos fazer isso?
Tem algum link??? Ou queres mandar por e-mail???
Paz & Bem!!!
Zé Luiz.
Rezemos por Ferrer García, preso político católico cubano, em greve de fome por condições desumanas
terça-feira, 17 junho, 2008Postar um comentário