Os Peregrinos

O caminho não é novo... O novo está em nós, no nosso jeito de caminhar!

Um Menino com 2000 anos???

É Natal!!! Um menino nos foi dado...

Linda simbologia!!! Um menino, uma criança, sinal de uma nova vida! Mas que vida nova é esta?

Se fixarmos a atenção nos Presépio, seja rico ou pobre, comum ou criativo, vivo ou cenográfico, sempre veremos algo novo! Mas entenderemos qual a novidade?

Desconfio consideravelmente que é necessário ver o todo, o que Cristo foi e é (um Menino que virou Homem e revelou-se Deus), o que Ele fez (o nascimento em um ambiente fedendo estrume de vaca, a infância e adolescência cercadas de mistérios, uma vida pública agitada e cheia de tumultos, perseguições, traições, lágrimas, suor, vinho, festas, discussões políticas...) e a conseqüência de seus atos (sua “vergonhosa” morte na Cruz, que lhe propiciou a Vitória sobre a Morte e a Glória da Ressurreição).

Entretanto, o que temos? De um lado, o Presépio, que torna o nascimento numa manjedoura (cocho para cavalos) uma honra, um luxo, a coisa mais terna que o Natal tem a nos oferecer... Do outro lado, temos a Via-Sacra, que mostra o quanto o Homem-Deus sofreu, deixando-nos com uma culpa tão pesada que quase morremos de tristeza ao ver tanto sangue derramado (por nós, como se faz tanta questão de enfatizar).

E entre uma coisa e outra, o que temos???

Que legal, né!?! Resta-nos a ilusão de que tudo é flor (mesmo cheirando a comida de cavalo), ou dor (com tanto sangue e culpa que chega-se a esquecer do que o próprio Cristo disse: “Pecado não é hereditário; os revéses inexplicáveis da vida não são ‘herança maldita’!”).

Entendo que algumas coisas são difíceis de retratar... Os valores, por exemplo, tais como “amar até os inimigos”. Ou então o verdadeiro motivo de Cristo ser dado a festas e ao vinho. Ou então os motivos políticos e sociais que estavam por trás das discussões com os Doutores da Lei.

Mas não há como negar uma coletiva má vontade que nos força a tratar o assunto sempre com superficialidade, não é!?!

E não será por isso que o Natal e a Páscoa se resumiram a festas e presentes? Não será por isso que as crianças exigem presentes em troca de bom comportamento, enquanto Cristo ensinou a gratuidade, em vez da retribuição?

Não será por isso que uma jovem morreu em Santa Cruz/RS, sentada na janela de um carro, manobrado “radicalmente” por seu namorado, em “comemoração” ao Natal?

Não será por isso que os inimigos dizem, hipocritamente: “Só por hoje vou te perdoar”?

Não será por isso que Papai Noel virou a figura central da festa de nascimento do Cristo?

Aliás... Papai Noel não começou mal! Ele era o Bispo Nicolau – este sim um Bom Velhinho – que ajudava os mais necessitados, principalmente no Natal. Mas, desde que a Coca-Cola “comprou o seu passe”, ele está a serviço do dinheiro. Assim, quanto mais rico, mais fácil viver o “Espírito do Natal”.

O Menino virou Homem e revelou-se Deus. Bendito seja o dia em que Ele veio ao mundo. E que todos saibamos realmente o que estamos comemorando.

Feliz Natal!!!

Natal é tempo de quê???

Em tempos de Advento, urge perguntar: “Advento de quê???” O que nos remete a outra pergunta: “Por que o Natal???”

Se nem todos nos perguntamos isso – talvez porque já nascemos vivendo o “Espírito(?) do Natal” – é bom saber que há quem se pergunte! E é gente muito cristã e muito católica! Como esse Padre...
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DIÁRIO ABERTO
(apenas alguns trechos)

2007 DEZEMBRO 03

[...] O natal do menino-jesus dos clérigos e da sua Igreja católica romana foi, nos últimos anos, totalmente comido pelo natal do menino-jesus e do pai-natal do grande Comércio e das suas feéricas catedrais de Consumo, todas elas muito mais atraentes e confortáveis do que as velhas e inestéticas catedrais dos bispos e as igrejas paroquiais mal iluminadas e gélidas nestes dias de outono-inverno, [...] com imagens de santas e de santos que remetem [...] para tempos e modelos de vida humana que não são mais os nossos, nem nunca voltarão a ser [...].

[...] Não pensem, então, que estou a escrever tudo isto com satisfação, num desapiedado bota-abaixo contra a Igreja. Não. É com dor e lágrimas que escrevo. Porque eu próprio sou Igreja nesta Igreja, ainda que já não alinhe, desde que, felizmente, cresci na Fé cristã jesuânica, em nada destas coisas eclesiásticas [...].

[...] O menino-jesus não existe mais, nem sequer como fotografia, e, quando historicamente existiu, nos seus anos de infância, ninguém o tratou como hoje o tratam, nem sequer a mãe e o pai biológicos, pois ele foi um menino pobre/remediado em tudo igual aos demais. As imagens que dele se têm feito [...] são uma injúria ao seu Nome de Homem adulto e à sua Memória politicamente subversiva e perigosa e conspirativa, pois têm o perverso efeito de nos [...] fazer sair do Tempo e introduzir-nos no Mito, uma arma mais e poderosíssima das minorias dos privilégios contra as suas inúmeras vítimas que, graças a ele, também saem do Tempo e da Luta política duélica que sempre haveriam/haverão de protagonizar para passarem dos Ninguém que são a Alguém que todas elas estão chamadas a ser [...].

[...] Constato, com tristeza ainda maior, que nem estes meus irmãos mais ilustrados rasgam o véu da Mentira institucionalizada à volta destes adventos e destes natais eclesiásticos, o que manifestamente retira profecia aos seus escritos e Boa notícia de Deus, a de Jesus, a qual, como já sublinhou o apóstolo Paulo, pela década de 50 do século I, é escândalo para todos os eclesiásticos/religiosos e loucura para todos os Executivos do Mundo, nomeadamente, os três mais vertebrais, o do Dinheiro, o do Poder político e o do Templo/Religões, todos eles muito bem disfarçados de personalidades, mas que, no fundo, não passam de profissionais da Mentira e assassinos, por omissão e acção, dos povos, já que é graças a eles, que esta perversa Ordem Económica Mundial do Dinheiro que fabrica pobres e pobreza em massa se perpetua, de geração em geração [...].

[...]Que fique, pois, aqui bem claro e duma vez por todas: O menino-jesus não existe (existiu Jesus menino, como todos os seres humanos quando nascemos), mas como menino-jesus, a nascer todos os anos, não existe nem nunca existiu. O natal que a Igreja e os donos das grandes catedrais do Consumismo nos querem obrigar a celebrar todos os anos [...] não é de Jesus, o de Nazaré, nem tem nada a ver com ele. O advento do calendário litúrgico eclesiástico [...] Não passa de um jogo litúrgico que serve apenas para entreter/ocupar clérigos formatados para desviarem as populações do Tempo e das lutas políticas duélicas que foram sempre as de Jesus, o de Nazaré, e têm de ser as das suas discípulas, dos seus discípulos, enquanto durar a História [...].

[...] É então mais do que tempo de acordarmos, como Igreja e como Humanidade. Evangelizar os pobres e os povos é preciso, imperioso e urgente. E do núcleo essencial da Boa Notícia de Deus que é Jesus, o de Nazaré, [...]faz parte a boa notícia de que o Mito, por muito poético que possa ser, só serve para nos tirar e aos povos do Tempo e das lutas políticas duélicas que urge travarmos com inteligência e audácia desarmadas. Igualmente faz parte essencial desse núcleo da Boa Notícia de Deus a anunciar/praticar hoje e sempre que o Ressuscitado Jesus da nossa Fé cristã eclesial é o Crucificado Jesus, sob Pôncio Pilatos e a pedido dos sumos sacerdotes Anás e Caifás, devido às Causas em que ele duelicamente se envolveu contra a Mentira e o Assassínio institucionalizados, no seu tempo e país, já então disfarçados de Ordem Mundial [...].

Fonte:

http://padremariodemacieira.com.sapo.pt/diario.htm

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O texto, em tom agressivo – nitidamente um desabafo – não deixa de ser profético.

Vale lembrar que é um texto de Portugal, onde a imagem do menino-jesus é tão comercialmente explorada quanto, aqui no Brasil, a do nosso “Bom(?) Velhinho”!

Alguns poderão dizer: “Mas... e as nossas crianças? Elas precisam de um mundo de fantasias e de sonhos! É no imaginário que se desenvolvem todas as suas potencialidades... Não podemos simplesmente vendá-las!”

É verdade... Não podemos impedi-las de sentir o fascínio do Papai-Noel! Mas podemos ensiná-las a lutar, desde pequenas, pela igualdade!

Não estamos ensinando nossos filhos, desde muito cedo, a discriminar os mais pobres e a se fechar no individualismo?

Exemplo: “Arturzinho... Você mereceu seu presente, pois foi um bom menino! A Manuelita, filha do nosso vizinho, não se comportou... Por isso não ganhou a bicicleta!”

E o Arturzinho conclui: “Tadinha da Manuelita... Mas o importante é que EU ganhei meu Play Station!”

E por que o ponto alto da celebração de Natal são os presentes? Onde fica a partilha? A convivência? A solidariedade?

Se, de pequeninos, eles aprendem a se preocupar com os coleguinhas, a ser solidários com os pobrezinhos, quando crescer certamente vão querer um mundo melhor para todos! E aí vão entender que o Menino nascido numa manjedoura, embora Rei, de tudo se despojou pelo bem dos que nada tinham, com o único objetivo de que fosse imitado, inclusive na Morte e Ressurreição!

Se pelo menos isso pudermos mudar, então, com todo direito, poderemos nos desejar... UM FELIZ NATAL!!!

Oração aos Orixás

Há tempos que não ando nas estradas deste blog...
partilho com os amigos o texto que postei no Olhe o Céu...
mas que tem mais cara de Peregrinos...
Divirtam-se.
Babi

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Que a irreverência e o desprendimento de Exú me animem a não encarar as coisas da forma como elas parecem à primeira vista e sim que eu aprenda que tudo na vida, por pior que seja, terá sempre o seu lado bom e proveitoso! Laro Yê Exu!

Que a tenacidade de Ogum me inspire a viver com determinação, sem que eu me intimide com pedras, espinhos e trevas. Sua espada e sua lança desobstruam meu caminho e seu escudo me defanda. Ogum Yê meu Pai!

Que o labor de Oxossi me estimule a conquistar sucesso e fartura às custas de meu próprio esforço. Suas flechas caiam à minha frente, às minhas costas, à minha direita e à minha esquerda, cercando-me para que nenhum mal me atinja. Okê Arô Ode!

Que as folhas de Ossanhe forneçam o bálsamo revitalizante que restaure minhas energias, mantendo minha mente sã e corpo são. Ewe Ossanhe.

Que Oxum me dê a serenidade para agir de forma consciente e equilibrada. Tal como suas águas doces – que seguem desbravadoras no curso de um rio, entrecortando pedras e se precipitando numa cachoeira, sem parar nem ter como voltar atrás, apenas seguindo para encontrar o mar – assim seja que eu possa lutar por um objetivo sem
arrependimentos. Ora YeYêo Oxum!

Que o arco-íris de Oxumaré transporte para o infinito minhas orações, sonhos e anseios, e que me traga as respostas divinas, de acordo com meu merecimento. Arrobobo Oxumaré!

Que os raios de Yansã alumiem meu caminho e o turbilhão de seus ventos leve para longe aqueles que de mim se aproximam com o intuito de se aproveitarem de minhas fraquezas. Êpa Hey Oyá!

Que as pedreiras de Xangô sejam a consolidação da Lei Divina em meu coração. Seu machado pese sobre minha cabeça agindo na consciência e sua balança me incuta o bom senso. Caô! Caô Cabecilê!

Que as ondas de Yemanjá me descarreguem, levando para as profundezas do mar sagrado as aflições do dia-a-dia, dando-me a oportunidade de sepultar definitivamente aquilo que me causa dor e que seu seio materno me acolha e me console. Odoyá Yemanjá!

Que as cabaças de Obaluayê tragam não só a cura de minhas mazelas corporais, como também ajudem meu espírito a se despojar das vicissitudes. Atotô Obaluayê!

Que a sabedoria de Nana me dê uma outra perspectiva de vida, mostrando que cada nova existência que tenho, seja aqui na Terra ou em outros mundos, gera a bagagem que me dá meios para atingir a evolução, e não uma forma de punição sem fim como julgam os
insensatos. Saluba Nanã!

Que a vitalidade dos Ibeijis me estimule a enfrentar os dissabores como aprendizado; que eu não perca a pureza mesmo que, ao meu redor, a tentação me envolva. Que a inocência não signifique fraqueza, mas sim refinamento moral! Onibeijada!

Que a paz de Oxalá renove minhas esperanças de que, depois de erros e acertos; tristezas e alegrias; derrotas e vitórias; chegarei ao meu objetivo mais nobre; aos pés de Zambi maior! Êpa Babá Oxalá!

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Sabem que sou católica, até pouco tempo atrás, era 'de carteirinha'...
hoje tô mais prá católica por teimosia...
mas vamos em frente!

Recebi esta oração em um grupo que preza o diálogo inter-religioso, e não pude deixar de postar, até porque... o 20 de novembro está chegando, e a questão do negro no Brasil é uma questão ainda pouco explorada.

Moro em uma região de colonização alemã, (o berço, aliás, pois foi aqui que a primeira leva chegou .. em 1824).
Chegou e simplesmente 'deletou' a existência dos negros, que estavam em São Leopoldo desde muito antes, haja visto que isto era uma Real Feitoria (um espaço onde o império mantinha escravos com o intuito de cultivar a terra e produzir para o império... aqui plantava-se linho).

Deixo neste espaço esta oração, pois rezar com o diferente, é uma forma de também enxergar Deus.
Acho muito interessante a forma como a cultura africana se relaciona com suas divindades... a questão do 'ter a divindade em seu corpo' é uma teologia muito interessante... muito diferente de nós cristão ocidentais que a jogamos cada vez mais para fora... trancamos em igrejas/padarias, portadoras e únicas fabricadoras do Deus/pão.

Egoísmo?
bom... isso é discussão para outro momento....

Rezemos com o povo negro...

E que neste dia 20 de Novembro saibamos aprender um pouco a resistir aos poderes opressores, como fez Zumbi.

E que, do mesmo modo que os africanos/africanistas rezam com seus orixás... que nos aproximemos de verdade do nosso Deus, dos nossos valores.

Amém, Axé!

Divórcio: o Povo leva a Fama...

“Ai, meu pé... Não olha por onde eu ando!?”

Pois é... Pisão no calo dói pra chuchu! E um calo que tem doído muito em nossa amada Igreja é o divórcio.

O assunto é sério!!! E merece ser tratado com respeito!

Então... Estava eu trocando os canais da TV quando me deparei com um conhecidíssimo programa, estilo mesa-redonda, que passa às noites, durante a semana, na Canção Nova.

As pessoas – coitadas – ainda escrevem para lá querendo algum consolo, algum conforto.

Aconteceu de alguns divorciados escreverem pro programa, contando sua situação. Esperavam, de certo, palavras do tipo “Deus te ama”, “siga em frente”, “procure seu padre” etc.

Mas qual o quê, minha gente!? Foram queimados, como bruxas, em praça pública.

“A culpa é do egoísmo do homem (opa!!! cadê a mulher!?), que busca sua própria felicidade! O segredo do casamento é fazer o outro feliz!” – vaticinavam eles.

Mas peralá um pouquinho... Primeiro, se a culpa é do homem; se homossexualismo é sodomia, haram, pecado gravíssimo; então o segredo é fazer A outrA feliz.

(quem não entendeu a ironia, leia a postagem anterior)

Um programa que vai diariamente ao ar, em rede nacional, pretendendo ser a “voz” da Igreja (opa... não é mais a voz de Deus!? Que bom... só não sei se evoluímos ou retrocedemos)...

Um grupo que – vira e mexe – sai dando carteiraço, ou seja, “esfrega” esse ou aquele documento da Igreja na cara de seus interlocutores (engraçado como quase nunca citam a Bíblia)...

Enfim... Esses santos vêm a público tratar um assunto tão sério, tão delicado, com tamanha leviandade?

Ora, façam-me um favor! Não ofendam a minha inteligência!

Tá certo... Cada um deve ser responsável por seus atos... Mas responsabilidade, neste caso, requer discernimento, que é condição para o livre-arbítrio, ou seja, para a Liberdade: liberdade de escolher quem é a pessoa que vai passar a vida toda ao nosso lado.

Só que, para discernir, é preciso informação! Agora me digam... Que qualidade de informação tem um curso de noivos aplicado em 7 encontros, ou 1 dia, ou 1 final de semana?

Os divorciados são os culpados de sua sina? Que seja!!! Mas por que há tantos divorciados, tanta gente “errada”?

E por que há setores da Igreja (veja bem: se-to-res) agindo como os “amigos” de Jó, insistindo no castigo divino, em vez de ouvir a denúncia de Jó, que aponta as reais causas do sofrimento (cf. Jó 24,1-12)?

Não falta, também, à Igreja, assumir sua culpa? Sim, culpa!!! Também a Igreja é culpada pelo que está acontecendo!

Imaginem... Outro dia chegou um crismando pra mim e falou que Cristo era um espírito. Não... Não o Espírito Santo... Se fosse confusão com a Ssma. Trindade até dava pra encarar, pois é muito comum. Ele falava de um espírito mesmo, vagando por aí...

Ora... Se nem isso lhe ensinaram na catequese (teoricamente, a especialista em doutrina), imaginem o que essas crianças aprendem sobre valores como o Amor, a Vida, a Justiça, a Felicidade...

Daí, quando milhares de casais sobem despreparados ao altar, e em pouco tempo se divorciam, vêm algumas “autoridades eclesiais” dizer ao público que a culpa é do povo, pois este só pensa na beleza do cerimonial, no status perante a sociedade, esquecendo-se da importância do sacramento.

Pois bem... Mas Jesus, quando fala do divórcio, não chama exatamente o povo de “duros de coração”.

Quando perguntado sobre a Lei do Divórcio, o Mestre critica a própria Lei, ou seja, os fariseus. Afinal, não são eles os interlocutores de Jesus, naquele momento? (cf. Mt 19,3-8; Mc 10,2-6; Lc 16,14-18)

Não é curioso que os textos mostrem Jesus chamando a atenção dos fariseus, os líderes políticos e religiosos da Palestina?

Exime-se, assim, o povo de culpa??? Não... Com certeza não!!! Mas Cristo mostra que culpa maior têm os Doutores da Lei, os detentores do Poder (Informação também é Poder).

Portanto, herdeiros e herdeiras do farisaísmo... Menos falácia e mais cuidado com o povo! Não... Não é pra ter medo do povo! Cuidado, aqui, quer dizer: olhem com carinho para o povo, desçam até ele, até nós, até os pobres, o povão... aí olhem de perto e vejam que não somos maus! Talvez mal orientados... Mas maus nunca, jamais!

Coisas de macho!!!

– João, é verdade que tu é heterossexual?
– Deixa disso, ómi... Eu sou é macho!!!
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– Por que piada de loira é curtinha?
– É pras morenas entenderem...
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Pois é... O assunto virou piada, mas não tem graça. Um dos piores problemas levantados nas discussões de gênero é a discriminação. E mesmo as pessoas mais esclarecidas não conseguem se livrar totalmente da bagagem machista, herdada quiçá genética ou convenientemente.

Cientes de estarmos num grupo privilegiado, mas ainda assim discriminado – o dos homens que querem discutir Gênero – iniciamos em São Leopoldo/RS, numa quinta-feira (29/Ago/2007), via CEBI-RS (Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos), os encontros sobre Bíblia e Masculinidades.

É um grupo bem reduzido – 9 homens. Estamos, nesta fase inicial, olhando o que já foi construído pelas mulheres e pelos homossexuais. Constatamos que elas e eles já avançaram muito. E, por isso, pegamos uma carona nessas reflexões para, a partir daí, começarmos a construir conceitos de masculinidades.

Mas nem só das discussões femininas e homossexuais se vive um grupo de homens. Esboçando algumas discussões sobre o nosso gênero, vimos que o termo mais apropriado para o nosso estudo é exatamente “masculinidades” (no plural), pois há diversas experiências, diversos modelos, diferentes atitudes que tornam inviável classificar o universo masculino dentro de um único grupo.

Exemplo disso são as nossas próprias experiências particulares. No dia-a-dia sentimos a existência de um comportamento imposto, que manda ainda as mulheres para a cozinha e é pra lá de homofóbico (como o presidente da federação pernambucana de futebol, que considerou “muito carinhosa” a atitude do dirigente são-paulino que abraçou um jogador corintiano). Essa mesma linha de pensamento diminui, ridiculariza homens como nós, que questionam, hoje e desde sempre, esses “padrões”.

Alguns de nós, por exemplo, são casados. Entre eles, há os que contribuem menos com os rendimentos da casa do que suas esposas. Perante os próprios parentes, esses homens sentem o peso do discurso dominante. São os pais e irmãos os primeiros a cobrar que eles assumam “seu” papel(?) de provedor. Afinal de contas... “É uma vergonha um homem ser sustentado pela mulher”.

Foi, inclusive, sugestão de um dos casados, sentindo o peso dessa suposta “humilhação” que querem nos impor nossos parentes e amigos, que iniciássemos nossos estudos lendo Jó. Constatamos que Jó encarna perfeitamente o papel do homem que supostamente fracassa – e, por isso, tem de ouvir o escárnio dos “amigos” – mas cuja vida acaba denunciando um sistema estereotipado e excludente, onde ser autêntico não tem vez.

Bom... Enfim... O ano está praticamente encerrado e muita coisa vai ficar para o ano que vem. Mas já colocamos o pé na estrada. Só o fato de perceber que, além de homens e mulheres machistas, mulheres e homossexuais conscientizados e algumas mulheres feministas (em sentido pejorativo: aquelas que querem que os homens também sejam mulheres), existe ainda um “grupo de Jó”, do qual fazemos parte. Um grupo que questiona o machismo, o patriarcalismo; e defende um mundo onde se construam relações igualitárias, ainda que estejamos descobrindo às apalpadelas o que isso quer dizer.

“Onde há ódio, que eu leve o amor...
À ofensa, o perdão... às trevas, a luz!”
“E é morrendo que se vive para a vida eterna!”

(Seu Chico)

Ah, Chicão... Precisamos te redescobrir, Chicão! Hoje eu, franciscaníssimo que sou, queria muito homenagear seus feitos e seus ensinamentos... Mas não consigo viver num mundo paralelo!

Explico-te, oh Poverello! É que andaram acontecendo algumas coisas lá na minha comunidade...

Ah... Então não sabes??? Pois vou te explicar!!!

Olha o post anterior... Tens lá uma carta! Ela foi lida na despedida de um padre da nossa comunidade, durante a missa de 29-Set-07.

Explicando...
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Adalberto é padre da Fraternidade Palavra e Missão – Não, não... Acho que não tem muito a ver com a tua definição de Fraternidade; mas também é algo parecido com uma Ordem religiosa.

É um sujeito muito simples, filho do interior, homem pacato... Ao contrário do atual presidente da comunidade (pasme, Chicão... ainda existe este modelo de organização nas nossas igrejas).

Bom... Ao contrário agora!!! Pois, antes de ser presidente, o distinto cidadão era muito parecido com o Adalberto.

O padre não se metia nos assuntos administrativos da comunidade. Talvez aí estivesse o seu erro... Mas não é justamente um padre mais “Pastor” que vivemos reclamando?

Ao presidente não bastava ter liberdade para agir. Ele precisava mostrar quem manda...

Aí começaram as perseguições, as restrições, as proibições... E o padre recuando...

Até que foi necessário o Fraterno Geral (líder e fundador da Fraternidade) intervir. Sua ação foi bem simples... Recolheu seu padre, levantou acampamento e partiu.

Tá certo que houve alguma negociação com o Bispo... Mas – creio eu – não era hora de exigências, de nenhum dos lados.

E aí ficamos nós, nas mãos da Paróquia – que é diocesana – outra vez.

Não que seja lá muito ruim... Mas é que são trabalhos bem distintos! Nossa Diocese é bem romana (nada contra nossa querida Itália, Francisco... tu também tiveste problemas com o pensamento romano, não é!?!).

Bom... em contrapartida, a proposta da Fraternidade é bem mais popular. Como somos um bairro de periferia... Conheces a periferia, não é!?! Não vieste de lá, mas aos pobres escolheste como família e, portanto, lá te tornaste santo e lá morreste.

Não tínhamos formações populares, antes da Fraternidade chegar. Nenhuma manifestação do povo seria possível de se imaginar, quando quem nos guiava era um diocesano.

Uma participante, liderança ativa, confessou que teria simplesmente abandonado tudo, se fosse outra época. Mas que a Fraternidade – e principalmente a Escola da Palavra (estudo bíblico popular) – fizeram-na rever suas atitudes.

Tu também quiseste ser santo a partir de uma leitura popular da Bíblia, não é, Chicão!?! Lembra??? “Alla lettera...”

Tudo muito bom, tudo muito bem... Mas realmente... Embora tenhamos feito uma pequena experiência de comunidade, quando nos reunimos para manifestar nosso desagrado com a partida do padre Adalberto, o certo é que ainda somos grupos isolados e, não, uma comunidade.

Colocamos a culpa toda no presidente, como se a nossa omissão e a nossa desarticulação não tivessem também lá sua parcela de responsabilidade.

Como na Bíblia, onde as mais fortes experiências de Deus estão vinculadas ao sofrimento (êxodo, exílio, crucificação, martírio...), parece que hoje também precisamos sofrer para dar/ter valor, para fazer os valores do Reino acontecerem.

Aliás... Lembro-me que contigo aconteceu algo semelhante... Foi só quando beijaste um leproso que realmente te tornaste o “Pobrezinho de Assis”, não!?!

Que possamos, pelo menos daqui para frente, ser verdadeira comunidade, unidos, compromissados, atuantes... As experiências bíblicas, há pouco citadas, mudaram o comportamento e a cultura de povos e nações. Por que agora precisa ser diferente?

Quem sabe, como primeiro passo, em vez de uma diretoria, não montamos um Conselho Pastoral? Aí as decisões serão sempre de todos e ninguém mais poderá se eximir das responsabilidades.

E não é só pra ter culpados que o Conselho serve. Trata-se de um belo exercício de democracia e é um meio muito eficaz de colocar em prática as orientações do Concílio Vaticano II, voltadas para a participação do leigo na Igreja.
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Que achaste, Francisco??? Concordas???

Bom... Fica a dica... E agora vamos à carta!

Eu a escrevi, com grande colaboração da Babi e aprovação de toda a comunidade, que a subscreveu (a carta; não a Babi, hehehehe...).

Segue abaixo... Boa leitura!!!

São Leopoldo/RS, 29 de setembro de 2007.


Ao Padre Adalberto
e a todos os que querem o bem de nossa comunidade,
pela graça de Nosso Senhor Jesus Cristo
e pela intercessão de Nossa Senhora das Graças,
Paz & Bem!!!


Ainda com um nó em nossas gargantas, recordamo-nos do dia 15 último, quando nos comunicaste, Pe. Adalberto, a decisão da Fraternidade Palavra e Missão, em comunhão com Dom Zeno, de que esta comunidade voltará às mãos de um padre diocesano.

O problema não é quem chega! Afinal, todo padre é um vocacionado, um enviado de Deus. O que nos entristece são os motivos pelos quais estão te tirando daqui.

Sabemos que o teu jeito simples, humilde e até -- desculpe-me dizer -- meio atrapalhado, foi confundido com fraqueza. Dói confessar, como membro desta comunidade, que houve quem se aproveitou de tua aparente "fraqueza" para, em vez de agir com misericórdia, tripudiar. Sede de poder??? Quem sabe...

Mas eu pergunto: Onde está a fraqueza de um filho do interior, que preza a família, os amigos e as pessoas muito antes de tijolos, lajotas e paredes rebocadas?

Aprendemos a gostar de ti, do teu jeito desengonçado. Aprendemos que as roupas sociais e a fisionomia séria escondem um gurizão, um irmão, um verdadeiro fraterno, de mente, peito, braços e coração abertos.

Aprendemos, principalmente, que gostas mais de ser um companheiro do que um administrador; que és como Cristo, quando disse aos Apóstolos que deixassem os pequeninos virem até Ele; e isso foi o que encantou a maioria de nós.

Quantos aqui são gratos porque estivemos doentes e foste nos visitar, estivemos tristes e foste nos consolar, estivemos carentes e nos deste atenção...

Entretanto, nem um ano completaste entre nós e já vais embora... Ficamos muito, muito tristes com isso.

Queríamos ir contigo; mudar-nos para Porto Alegre... Mas não iremos!!! Este é o nosso chão; esta é a nossa comunidade. Se a fraternidade -- tua esposa, como tu mesmo nos disseste -- sentisse o mesmo, não arredaria o pé também.

Mas não queremos condená-la! Temos só o que agradecer!!! A ti, ao Padre Stoffel, ao Edmilson, à Irmã Nazaré... E às Irmãs do CCI, cujo trabalho dedicado aos pequeninos de Deus é incansável. Lamentamos apenas que esse trabalho as deixe tão ausentes do dia-a-dia da comunidade.

Não, Pe. Adalberto!!! Não vamos contigo!!! Vamos ficar aqui, mergulhados em incertezas, mas cientes de que toda crise gera uma oportunidade de crescimento.

E olha só o que já aprendemos com os acontecimentos: Dia 15, mesmo dia em que nos deste a triste notícia, quase toda a comunidade se manifestou, pedindo a tua permanência, aplaudindo-te de pé.

Digo "quase toda" porque, sabemos muito bem, dois ou três não te querem por perto.

Ora... Dois ou três, numa assembléia onde estavam mais de cem pessoas; o que esse número representa? E, no entanto, a vontade desses dois ou três é que foi feita. Não está claro, para nós, que somos muitos, mas não somos ainda uma autêntica comunidade de fé?

Numa autêntica comunidade de fé, há unidade, há compromisso, há organização. Desunidos, desorganizados, descompromissados, não passamos de massa de manobra. É isso que queremos? É isso, Comunidade Divino Espírito Santo?

Também nós, que queremos tua permanência, Pe. Adalberto, temos culpa pela tua saída. Nada fizemos, enquanto podíamos. Nosso egoísmo nos isolou.

Somos tão individualistas que hoje esta comunidade não tem nenhuma pastoral forte.

Tinha grupo de jovens, mas acabou. Tinha a Cáritas, mas hoje está praticamente terminada. Tinha Pastoral do Dízimo, mas não tem mais. Não se ouve mais falar em ECC, grupos de família, grupo de mulheres... Não temos nem ministros e coroinhas suficientes para as celebrações. Aliás, quantos ministros visitam os nossos doentes?

Pra falar a verdade, a única coisa que funciona é a catequese e o Grupo de Oração... E olhe lá!!! Porque nem todos os catequistas e carismáticos encontramos nas missas.

E agora queremos condenar dois ou três, cuja motivação até entendemos. Não concordamos... Mas entendemos: eles caíram em tentação; e nós, na omissão.

Em Judá, o Templo foi destruído duas vezes. E ainda assim os judeus não entenderam que as pessoas são mais importantes do que a Lei.

E aqui??? Quantas vezes precisaremos destruir este Templo de tijolos para entender isso? Somos cristãos... Já deveríamos saber de antemão que para Cristo o que importa é a vida, são as pessoas; e tijolos não têm vida, não são pessoas.

Bom... Mas chega de "mea culpa"! Tenho certeza de que todos já entendemos que há algo a aprender nessa história toda, não!?!

Boa sorte em Porto Alegre, Pe. Adalberto. Nossas casas estão abertas para tuas visitas. Esperamos que sejam freqüentes, pois temos em ti um irmão.

Ass.: Comunidade Divino Espírito Santo.

Pai, afasta de mim este "fale-se"!!!

"E Deus nos deu o dom do discernimento... Pra quê???"

Em nosso mais recente 7 de Setembro, tudo ia como de costume, até que em Maceió/AL "malvados" policiais civis "estragaram" as "festividades" (e tome-lhe aspas), invadindo o desfile com narizes de palhaço e exigindo o que já deveria ser seu por direito.

As pessoas, na rua, choravam... Onde já se viu estragar um desfile tão bonito!?!

E eu me perguntava, diante da TV... Que contra-senso terrível: Exigir um direito???

Ora!!! O "cansei", de Hebe, Ivete, Ana Maria e Regina Duarte, ilustres conhecidas que não pagam a conta de ninguém, parou São Paulo, mas é um movimento justo, diz o público em geral...

Entretanto, a manifestação de desconhecidos nada ilustres, cheios de conta pra pagar, é uma ofensa aos nossos olhos, que só queriam um feriadão pra esquecer a dura realidade?

Que barbaridade, né!?! Nem no dia da Pátria podemos afastar a realidade de nossos olhos...

Houve um tempo em que não se podia falar nada livremente, neste país. Foi o tempo da ditadura, de exilados políticos, das músicas de protesto... E aquele tempo era muito ruim!

Hoje é um tempo de liberdade de imprensa, de liberdade cheirando a impunidade (tanto no caso dos nosso políticos em Brasília quanto no caso dos jovens que se drogam tranqüilamente nas praças, à luz do dia)... E continua ruim???

Aliás... Se hoje é um tempo de liberdade, por que são as Forças Armadas que ainda tomam conta dos desfiles de 7 de Setembro? Por que o Presidente e os demais chefes-de-Estado precisam continuar batendo as tropas em revista?

Meu pai que não me ouça; ele é militar! Sabe... Eu até gosto das marchinhas militares... Aliás, se elas não fossem tão gostosas, não falassem aos nossos corações, não despertassem nossos sentimentos de patriotismo, não animariam ninguém a pegar em armas e "defender" a Pátria (olha as aspas aí de novo, geeeeeeente!!!).

Mas o 7 de Setembro não é um dia para celebrar a Liberdade? Então não é dia do povo nas calçadas, vendo as tropas preparadas para a guerra! Muito pelo contrário: Quem deveria estar desfilando era o Povo!

Mas não é o que acontece... E não é porque somos obrigados a ver este "espetáculo"! Vamos livremente às ruas, correndo para assumir nosso papel de marginais (pois que ficamos à margem, nas calçadas).

Foi pra isso que Chico Buarque e Gilberto Gil (putz... Gil... ministro da cultura... quem diria...) cantaram "Pai, afasta de mim este cale-se" (sim... eu sei que a letra diz "cálice")? Ou então "calada a boca, resta o peito... calado o peito, resta a cuca"?

Por que não ser como os profetas Isaías e Miquéias? Em tempos de guerra eles sonhavam transformar as armas em enxadas e foices, a serviço da vida (Is 2,2-4; Mq 4,1-4).

Tá certo que o profeta Joel sonhou o contrário: Tornar enxadas e foices em instrumentos de guerra (Jl 4,10). Mas ele viveu outra realidade: A do Exílio.

É óbvio que o povo, naquele momento, precisava reagir. Leia todo o capítulo 4 e perceba como estava a situação do povo, naquele momento.

O mais importante, porém, é que em ambos os casos era o povo quem agia; não ficava esperando que alguém fizesse por eles.

E nós??? Até quando, meu Deus??? Até quando deixaremos outros viverem a nossa vida?

Cansou??? Mas já???

Espero que o leitor não se canse de ler...

Pois tenho que falar algumas coisas sobre a onda de "grandes esforços" que têm cansado a elite do nosso país.

Antes, porém, vejam como é a tecnologia. Agora descobri que não preciso mais copiar trechos de artigos, ou artigos na íntegra. Basta criar um link. Não é bacana? Ainda tenho muito a aprender sobre a Net.

Então é o seguinte... Para aqueles tão "hábeis" quanto eu, na navegação, se a palavra estiver de cor diferente e sublinhada, é link... Pode clicar... Que legal... Estou maravilhado...

Mas enfim... Vamos ao texto!!!

Já é conhecido de todos o movimento de empresários, artistas e outros "da grana": o Cansei.

João Doria Jr., considerado mentor do movimento, jura de "pé-junto", que é um ato apolítico.

Difícil, então, deve ser explicar como um ato cívico, sem o menor interesse político, sai às ruas gritando "Fora Lula".

Sem querer defender o governo, muito menos o PT... Mas não é estranho que tanto alvoroço venha de empresários e artistas considerados de primeiro escalão?

Onde estavam eles nos tempos da ditadura? Quem eram eles, à época do "Diretas Já"? E quando os caras-pintadas foram às ruas, pedir o impeachment do Collor... Onde estavam os cansadinhos?

Tá... Vamos falar de uma época mais próxima então! Antes do apagão aéreo, veio o apagão da Energia... O que será que estava cansando nossa elite naquele momento? Será que o sucateamento do serviço público e das estatais, visando facilitar o caminho da privatização do país, deixou nossos empresários um pouquinho cansados, pelo menos?

Será que a gracinha da Hebe, a medrosa da Regina Duarte, a Ivete Sangalo e a Ana Maria Braga-Menos-Você (duas delas "socialities" confessas) não estariam cansadas do povo morrendo nas filas do SUS? Não... Para elas, problemão é o povo morrendo nos vôos da TAM! E por quê??? Porque na TAM elas embarcam, bem!!! Já no Sus...

É bem como diz Maurício Rands, petista, em seu site, no texto "O Cansaço das Elites":

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(...) as elites declaram-se cansadas. Peritas em sonegar impostos, declaram-se cansadas de pagá-los. Acostumadas a afrontar os pobres com a exibição de luxo e festas faraônicas, declaram-se cansadas de violência.

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Estão cansados de colher o que plantaram! A violência é fruto da desigualdade. E quem a criou? Os que queriam ficar pobres? Por que tantos impostos??? Porque todos os contribuintes realmente contribuem?

Ora, façam-me o favor esses Rico-Riquinhos, modelos de bondade, como se fosse bom ter muito dinheiro e deixar o outro morrendo de fome!

O restante do texto do Maurício Rands talvez possa desabonar seus argumentos, pois o que segue não passa de propaganda do PT. Mas então o que dizer da entrevista (lembra do lance de clicar na letrinha de cor diferente e sublinhada?) de Cláudio Lembo, ex-governador de SP?

Além do mais, há uma pergunta no texto do Maurício que não quer calar; e com ela termino o meu texto, pra não cansar a minha beleza, nem a dos caros leitores:

"Afinal, de que (foi que) a elite cansou?"

Retomando o caminho...

Olá... Retornamos!!!

Bem... Eu, Zé Luiz, retornei! Mas não se assustem!!! A Babi continua me acompanhando! Só que eu vou ficar mais à frente deste blog, já que ela tem o seu próprio < olheoceu > e costuma colocar os pensamentos dela lá!

Estive ausente, por motivo de desemprego! Continuo desempregado, mas dei um jeito de voltar ao mundo virtual! Domingo é meu aniversário e, neste mesmo dia, tem concurso da prefeitura! Como estou inscrito, espero me dar um belo presente e passar no concurso!

Excepcionalmente desta vez estou postando dois textos! Este primeiro é só uma satisfação pelo “sumiço”! O próximo é um pensamento sobre o PODER!

Mas, antes de falarmos sobre o Poder, convém dar uma palavrinha sobre algumas acusações de “anônimos” que agressivamente vieram “visitar” nosso blog! Esses “intrusos” nos mandaram mudar de religião, lavar a boca antes de falar do Papa e, pior... Alguns até mandaram mudarmos o nome do blog, pois de peregrinos não temos nada!

Ora, ora, ora... Por acaso, o nome do nosso blog é “cordeirinhos”? Ou então “paus-mandados”? “vaquinhas-de-presepio”? Porque, se forem estes os nomes, então precisamos mudar mesmo, uma vez que não somos nada disso!

PEREGRINAR É AÇÃO!!! É verbo!!! Peregrinos são os agentes!!! Peregrinos sabem aonde vão, traçam suas rotas, têm vontade própria, sem no entanto esquecerem quem é o Caminho!

Nós nos apegamos demais à imagem do Bom Pastor e achamos que ser ovelhinha é viver que nem rebanho, andando tudo pro mesmo lado, de cabeça baixa, feito gado! Mas não é nisso que Cristo nos compara às ovelhas; é claro que somos muito mais do que elas, pombas!!!

(Aviso importante: "pombas", aqui, é apenas uma interjeição de indignação. Em menhum momento foi nossa intenção colocar as pombas acima ou abaixo das ovelhas, hehehehe...)

Quem intenta nos castrar também não age como as ovelhinhas em que quer nos transformar! Dizia Jesus para tomarmos cuidado com os lobos em pele de cordeiro... Mas hoje os lobos estão ainda mais ousados: eles se vestem em pele de pastor!

No mais, aos amigos que sempre concordaram ou discordaram respeitosamente de nossas opiniões, sejam novamente bem-vindos! Tentaremos manter a “casa” arejada, abrindo nossas “janelas” com um pouco mais de freqüência! Ok!?!

E era isso... Acompanhem, logo abaixo, o texto sobre o Poder.

Paz & Bem!!!

Ah... E como diz o Anonymus Gourmet (chefe de cozinha bem conhecido aqui no Rio Grande do Sul), esse sim um anonymus pra lá de simpático: Voltaremos.

Estava eu conversando com um amigo, outro dia, sobre o Poder. O motivo foi um documentário de 1934, propagandista do nazismo, mostrando a chegada de Hitler em Nuremberg. Em tudo o documentário fazia lembrar a recente visita de Bento XVI ao Brasil.

Já começa mostrando a vista aérea, minutos antes do avião do Führer pousar. Poucos instantes onde o que se vê são somente nuvens, uma cena de indescritível leveza e que nos remete logo ao céu (ou seja... o Poder vem do alto).

Aí ele desce e entra num carro, de onde acena para as milhares de pessoas amontoadas nas calçadas das ruas por onde segue o desfile. O que se segue são as tais quebras de protocolo, comuns nos governos populistas, tais quais aquelas que vimos acontecer com o Presidente Lula, especialmente em sua primeira eleição.

O mesmo foi feito por Bento XVI, andando com as janelas do Papamóvel abertas, dando trabalho aos seguranças quando resolveu caminhar entre os jovens da Fazenda Esperança, etc e tal.

Depois o líder alemão entra no hotel onde vai ficar hospedado e, instantes depois, aparece na janela, saudando o povo que não arreda pé de lá.

A seguir, o documentário passa para outra cena: a dos jovens hitlerianos (da qual, inclusive, fazia parte o jovem Joseph Ratzinger). Esses mesmos jovens lotam um estádio de futebol, em outra cena, eufóricos com as falas do amável e atencioso líder.

Já, com seus generais, o discurso é duro e inflamado, tal qual fez Bento na abertura do CELAM. Provavelmente é o que o Lula faz com seus Ministros também... Por que não???

Mas enfim... Este meu amigo não gostou nada da comparação entre Bento XVI e Hitler e me perguntou se o Poder é ruim. Disse-lhe eu, à época (ainda um pouco assustado com a sua reação enérgica) que definitivamente o Poder não é ruim.

Depois de uns dias, voltei pra casa e refleti mais calmamente sobre o assunto. E então percebi que há dois tipos de Poder. Talvez haja mais... Porém, duvido que não sejam variações desses dois: O Vertical, invariavelmente de cima pra baixo; e o Horizontal, normalmente baseado no amor e no serviço.

É claro que eu deveria ter dito a esse meu amigo que o documentário, intitulado “O Triunfo da Vontade”, tornou-se na verdade uma fonte onde podemos apreciar os símbolos do Poder, qualquer Poder, não só o de Hitler ou do Papa. Mas confesso que tenho esse defeitinho de provocar os outros...

No fim das contas, a película serve mesmo para diferenciarmos as duas formas de Poder. O que vem do alto (das nuvens) obviamente é o Vertical.

Ora, o Poder de Cristo não vem do alto! Do Alto, com certeza... mas do alto não mesmo. Ele se tornou um de nós, igualou-se, desceu ao nosso “degrau”.

No lava-pés, afirmou que era o Mestre e Senhor, mas disse também que quem quisesse ser o primeiro, que imitasse o seu exemplo (Jo 13, 1-17). Ou seja: que os líderes, os detentores do Poder fossem aqueles que lavassem os pés dos demais.

Lavar o pé, aí, significa o quê, se não for estar a serviço do próximo? Jesus está entre nós, é um de nós, exerce sua Autoridade, que é dada do Alto, sem no entanto colocar-se acima de nós.

Portanto, maldito seja o Poder que faz uns serem mais do que outros e que, por isso, dá origem ao infame ditado: “Manda quem pode; obedece quem tem juízo”.

E que esse meu amigo, se estiver lendo o presente texto, desculpe-me o mau jeito. Não quero o mal do Papa. Pelo contrário, quero o bem da Igreja; daquela Igreja que Cristo instituiu...

Amar: Verbo Transitivo Direto

Depois de tanto falarmos sobre o Papa e o Vaticano, aos quais fizemos severas críticas – e as mantemos de pé!!! – resolvemos voltar às raízes (só um pouquinho, hehehe...).

Portanto, segue reflexão sobre o Evangelho do último Domingo (Lc 7, 36-50).

Mas, primeiro, o trecho bíblico:

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36. Um fariseu convidou Jesus a ir comer com ele. Jesus entrou na casa dele e pôs-se à mesa.
37. Uma mulher pecadora da cidade, quando soube que estava à mesa em casa do fariseu, trouxe um vaso de alabastro cheio de perfume;
38. e, estando a seus pés, por detrás dele, começou a chorar. Pouco depois suas lágrimas banhavam os pés do Senhor e ela os enxugava com os cabelos, beijava-os e os ungia com o perfume.
39. Ao presenciar isto, o fariseu, que o tinha convidado, dizia consigo mesmo: Se este homem fosse profeta, bem saberia quem e qual é a mulher que o toca, pois é pecadora.
40. Então Jesus lhe disse: Simão, tenho uma coisa a dizer-te. Fala, Mestre, disse ele.
41. Um credor tinha dois devedores: um lhe devia quinhentos denários e o outro, cinqüenta.
42. Não tendo eles com que pagar, perdoou a ambos a sua dívida. Qual deles o amará mais?
43. Simão respondeu: A meu ver, aquele a quem ele mais perdoou. Jesus replicou-lhe: Julgaste bem.
44. E voltando-se para a mulher, disse a Simão: Vês esta mulher? Entrei em tua casa e não me deste água para lavar os pés; mas esta, com as suas lágrimas, regou-me os pés e enxugou-os com os seus cabelos.
45. Não me deste o ósculo; mas esta, desde que entrou, não cessou de beijar-me os pés.
46. Não me ungiste a cabeça com óleo; mas esta, com perfume, ungiu-me os pés.
47. Por isso te digo: seus numerosos pecados lhe foram perdoados, porque ela tem demonstrado muito amor. Mas ao que pouco se perdoa, pouco ama.
48. E disse a ela: Perdoados te são os pecados.
49. Os que estavam com ele à mesa começaram a dizer, então: Quem é este homem que até perdoa pecados?
50. Mas Jesus, dirigindo-se à mulher, disse-lhe: Tua fé te salvou; vai em paz.

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A leitura, como sempre, tem vários pontos a ser explorados. Temos visto por aí muita gente abordando a luta de classes, presente no texto. Outros analisando a figura da mulher e sua condição de excluída (notem que nem nome ela tem). Outros, ainda, exaltando o perdão como sinal de amor. Tantos pontos diferentes, mas todos centrados no amor, que afinal de contas é a mensagem central do texto.

Mas... O que é o amor???

Diz o dicionário que amar é: “sentir grande afeição, praticar o ato sexual, gostar muito de, escolher...”

Exceto pela última definição – “escolher” – parece que amor é sentimento... Não é!?! Mas será que o texto fala de um sentimento?

Disse Jesus que a mulher, denominada por alguns Maria Madalena (a coitadinha da Madalena sempre levando a culpa...), demonstrou muito amor (v. 47). Baseado em quê??? Nos coraçõezinhos que dela emanavam, feito desenhos apaixonados? Será por que ela suspirava muito, enquanto beijava os pés do Mestre?

Antes, não foi pelas ações que Ele avaliou o amor dela (vv. 44-46)?

Disse Jesus: "Vós sois meus amigos, SE FAZEIS o que vos mando!" (Jo 15, 14).

Peguemos o mais famoso texto escrito sobre o amor. Trata-se do cap. 13 da 1ª Epístola paulina aos Coríntios. Lá diz que o amor é paciente, é bom, não busca seus próprios interesses, tudo perdoa, tudo crê, tudo suporta...

Trata-se de ações, de hábitos, de um verdadeiro perfil comportamental, sem dúvida nenhuma.

Em algum momento o texto diz que o amor é um sentimento???

Bem é verdade que, por outro lado, o texto começa dizendo que de nada adianta doar tudo aos pobres e entregar o próprio corpo para ser queimado, se não houver amor (v. 3).

Mas isso não é a negação da ação. Antes, serve para mostrar que o amor não é vazio, que as ações não são nada se servem apenas ao propósito mesquinho de não ficar mal com Deus.

Ora, sabemos que alguns agem buscando o Bem, mas apenas e tão-somente visando uma barganha com Deus: “Ah... Conforme meus atos, ganho uns pontos com o Paizão e Ele, no fim das contas, acaba relevando alguns pecadinhos meus...”

A ação, pra ser sinal de Amor, pra gerar um Bem, precisa sair do nosso coração (sem confundir com sentimentalismo, por favor!!!!!!!!!!!!!), de forma gratuita e generosa.

Deve ser uma resposta ao apelo da Vida, que é abundante, mas só é plena quando é para todos. Não é este o desejo do Mestre (Jo 10, 10)???

E isso não tem receita pronta; não tem uma maneira certa de agir. Afinal, as respostas têm de ser dadas de acordo com as questões, não é!?! Mas há uma dica: Visar o Bem, promover a Vida! Não é nesta direção que o perdão (vv. 43 e 47) aponta?

Basta ver a relação: "Perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos..." e "amai-vos uns aos outros assim como Eu vos amei..."

Assim fica claro, não???

Ainda sobre os Josés…

Alguém aí conhece o resumo do Projeto de Jesus, contado pelo evangelista São Lucas?

Está em Lc 4, 16-30:
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16. (Jesus) Dirigiu-se a Nazaré, onde se havia criado. Entrou na sinagoga em dia de sábado, segundo o seu costume, e levantou-se para ler.
17. Foi-lhe dado o livro do profeta Isaías. Desenrolando o livro, escolheu a passagem onde está escrito (Is 61,1s.):
18. O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu; e enviou-me para anunciar a boa nova aos pobres, para sarar os contritos de coração,
19. para anunciar aos cativos a redenção, aos cegos a restauração da vista, para pôr em liberdade os cativos, para publicar o ano da graça do Senhor.
20. E enrolando o livro, deu-o ao ministro e sentou-se; todos quantos estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele.
21. Ele começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu este oráculo que vós acabais de ouvir.
22. Todos lhe davam testemunho e se admiravam das palavras de graça, que procediam da sua boca, e diziam: Não é este o filho de José?
23. Então lhes disse: Sem dúvida me citareis este provérbio: Médico, cura-te a ti mesmo; todas as maravilhas que fizeste em Cafarnaum, segundo ouvimos dizer, faze-o também aqui na tua pátria.
24. E acrescentou: Em verdade vos digo: nenhum profeta é bem aceito na sua pátria.
25. Em verdade vos digo: muitas viúvas havia em Israel, no tempo de Elias, quando se fechou o céu por três anos e meio e houve grande fome por toda a terra;
26. mas a nenhuma delas foi mandado Elias, senão a uma viúva em Sarepta, na Sidônia.
27. Igualmente havia muitos leprosos em Israel, no tempo do profeta Eliseu; mas nenhum deles foi limpo, senão o sírio Naamã.
28. A estas palavras, encheram-se todos de cólera na sinagoga.
29. Levantaram-se e lançaram-no fora da cidade; e conduziram-no até o alto do monte sobre o qual estava construída a sua cidade, e queriam precipitá-lo dali abaixo.
30. Ele, porém, passou por entre eles e retirou-se.
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O texto todo daria uma bela reflexão, mas é de uma mudança de comportamento que eu pretendo falar agora.

Todos devem ter percebido que as pessoas dentro da sinagoga, naquele sábado, ficaram maravilhadas com Jesus... Até que alguém se lembrou: “Não é este o filho de José?”

Pronto... Começou o conflito!!! Jesus já não merecia mais crédito; e isso porque era filho de José, um simples carpinteiro.

“José” significa “Deus acrescentará”. Na Bíblia, existem alguns Zés... Mas dois foram os mais famosos: O esposo de Maria e o vice-Rei do Egito.

O do Egito viveu milhares de anos antes do outro. Mas ambos tinham algo em comum: Não eram Zés-manés!

O que tiveram de similar era a capacidade de ler os sinais (= sonhos).

O do Antigo Testamento soube interpretar os próprios sonhos, mas principalmente o do Faraó; e isso lhe proporcionou poder sobre todo o império egípcio, abaixo apenas do Faraó sonhador (Gn 41, 1-45).

O do Novo Testamento aceitou Maria, evitou que Jesus Menino caísse nas mãos do impiedoso Herodes e, dois anos depois, de seu filho Arquelau. Tudo porque “fora avisado por um anjo”. E adivinhem como este avisava José? Isso mesmo!!! Em sonhos!!! Curioso, não!?!

Outra semelhança foi o caráter: Um foi assediado por sua senhora, no Egito. Acabou preso porque todos preferiram acreditar na madame, em vez de acreditar no escravo (Gn 39, 6b-20).

O outro não acreditou muito naquele papo de “obra do Espírito Santo”, de início... Mas não iria deixar que apedrejassem Maria mesmo assim. Por isso, intentava deixá-la em segredo (Mt 1, 18-25). Desfeita a dúvida, ele assume Maria e, depois de Jesus nascido, Zé-carpinteiro comporta-se como o verdadeiro pai do Menino (Lc 2, 40-52).

As diferenças só começaram a aparecer quando surgiu o poder:

O Zé do Novo Testamento foi tutor do Rei, do Deus feito Homem. E nada se diz sobre ele na Bíblia, depois do “susto” que Jesus lhe dera, aos 12 anos de idade. Hoje este Zé é venerado como santo e é considerado o patrono dos trabalhadores. Fala-se da Sagrada Família, mas ele sempre aparece como o “terceiro no comando”. Foi o legítimo Zé-carregador-de-piano.

Já, o Zé-vice-Rei-do-Egito, uma vez tendo assumido o poder, subjugou o próprio pai e os irmãos, “oferecendo-lhes” moradia no Egito, durante o período das vacas magras. Aparentemente, um agradinho aos familiares... Mas o tempo das vacas magras durou apenas 7 anos, enquanto Israel (nome dado por Javé a Jacó, pai de José) só pôde sair do Egito 400 anos depois.

Portanto, senhoras e senhores, lembrem-se: O Zé não é mais do que ninguém... Nem menos!!! Menosprezar um homem pelo nome que tem é o mesmo que dizer: "Eu sou mais do que você!" E aí aquela historinha de "diante de Deus somos todos iguais" não vai passar de papo furado... Mas qual o quê??? Ame o teu próximo como a ti mesmo!

Ser Zé...

Oi... Aqui é o Zé Luiz!

Antes do texto, quero agradecer ao Brito e ao Rogério pelas palavras... E dizer para o Danilo que não julgue as pessoas pelo nome, pois também Natanael achava que nada de bom poderia vir de Nazaré, quando lhe apresentaram Jesus (Jo 1, 45-46)... E olha no que deu!!!

Sem mais... segue o texto:

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"E agora, José???" (Carlos Drummond de Andrade)

Dizem que nem Jesus conseguiu agradar a todos... Eu, embora insistentemente chamado de herege e constantemente "convidado" a abandonar a Fé (ou a Igreja; o que vier primeiro), diria que Ele não o quis. Mas acho que isso não vem ao caso agora, pois o fato a destacar é que Ele realmente não agradou a todos; e isso porque Ele não foi um Zé.

Nas propagandas da Kaiser, todo mundo, ou gosta, ou quer ser que nem o "Baixinho". Mas isso não é porque ele toma a cerveja da marca tal; e, sim, porque ele é o perfeito José.

José é o masculino de Maria, por excelência. Por isso -- creio eu -- Milton Nascimento não discordaria de que José também é um dom, uma certa magia, uma força, é o som, é a cor, é o suor, é uma gente que não vive, apenas agüenta... e, ainda assim, possui a estranha mania de ter fé na vida.

O Zé é uma unanimidade! Ele é Dirceu, é Genoíno, é Sarney, é Serra... É o José do Egito, que passa de escravo a senhor de seu pai e seus irmãos (Gn 30 - 50)... Mas também foi o pai de Jesus! E hoje é o Pe. Zezinho, o Pe. Zeca, os padres, religiosos e leigos José, Zé, Zezão... Foi meu bisavô, é meu pai, meu irmão, meu sogro e meu cunhado, primos e tios, sou eu mesmo...

Enfim... É um vício, uma virtude, uma característica! Tem o Zé-mané, o Zé-galinha, o Zé-vai-com-os-outros, Zé-mentira, Zé-povinho... O Zé só não é "bobo" nem "ninguém" (isso é coisa do coitado do João). Dado o poder pejorativo que têm, todos se lembram desses títulos. Mas quem se lembra do Zé que inventou a roda? E do que descobriu o fogo? E do primeiro a dominar as técnicas de plantio, da fundição, da escultura, da expressão lingüística e corporal? Podem ter sido um Zé-qualquer, mas o que fizeram certamente não era tarefa para qualquer Danilo.

Há pouco falávamos de Pentecostes, de como o Espírito sopra onde quer. Pois bem... Pode parecer arrogância que um Zé se meta a filosofar, a teologar, a criticar "sabedorias" """bimilenares""" (desculpem... eu não sabia que Bento XVI era tão velho assim... tá bem conservadinho, né!?!)... Mas desdenhar de um José, só porque atende pela alcunha de Zé, é o mesmo que dizer dizer ao Paráclito: "Você não sopra onde quer!" E isso, meus amigos, é uma blasfêmia, uma heresia, um verdadeiro pecado contra o Espírito Santo; o que, segundo Jesus Cristo mesmo diz, não tem perdão (Mt 12, 31-32; Lc12, 10-12).

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Ah... E eu não podia deixar de falar de outro Zé, o José Perez, vulgo Tinoco! No último domingo ele foi homenageado no Programa Raul Gil, da Band. 86 anos de vida, simples, mas cheia de bons exemplos. Ele é simplesmente uma unanimidade no universo artístico, principalmente no mundo da MPB. Esse senhor é a maior prova viva de que os Zés merecem respeito! Queee beleeeeeza!!!

- Terço oficial de Aparecida, em prata e terracota;
- Imagem de N Sra. Aparecida, que reza a Ave-Maria;
- Medalhas banhadas a ouro, prata e bronze, com a face de Bento XVI;
- Pingente com água do Rio Jordão e terra santa de Israel;
- Tour pelas cidades européias onde estão imagens milagrosas de N Sra...

Tudo isso é dinheiro revertido em obras que visam a opção preferencial pelos pobres, evidentemente, não!?!

E depois nós, católicos, vamos a público, com a cara-de-pau que Deus nos deu, alertar o povo sobre os falsos profetas, pastores de outras religiões, que nos aliciam ardilosamente, quando no fundo visam somente o nosso dinheiro.

Pior... Como não dar razão a eles – e a tantos outros – quando nos apontam que a mesma Igreja que defende os valores do sexo “realmente” seguro e da família “tradicional” é a que possui padres mulherengos, homossexuais e (o que dói mais) pedófilos?

Reclamamos que os não-católicos, seja lá no que acreditem, perseguem-nos, talvez – quem sabe – buscando auto-afirmação. Entretanto, Jimmy Swaggart, talvez o mais famoso Pastor evangélico de todos os tempos, cuja pregação era transmitida pela Band, nos anos 80, foi considerado um falso profeta, depois de provado o seu envolvimento com prostitutas. Enquanto isso, os “padres pedófilos” dos EUA (como se não os houvesse em outras partes do mundo), foram considerados dignos da nossa compaixão, pois são homens e, por isso, falíveis, pecadores.

Agora a pergunta que é um espinho na garganta: “Em qual dos dois casos agimos corretamente?” Se no primeiro, cadê o perdão e a misericórdia? Se no segundo, como diremos às famílias das vítimas para perseverarem no modelo de família tradicional?

Mas há outra pergunta; uma dúvida mais cruel ainda... Como confiar numa Igreja que, apesar de bimilenar, possui pastores tão pecadores?

Felizmente, a Bíblia traz algumas respostas:

“É melhor confiar no Senhor do que confiar no homem.” (Sl 118, 8)
(a propósito deste versículo, circulam e-mails dizendo que se trata do centro da Bíblia... Mas isto só acontece nas Bíblias evangélicas, que possuem 7 livros e alguns versículos a menos do que as católicas! E, depois, fala sério, né... O centro da Bíblia é a Revelação do Deus de Amor, contida na mensagem do Cristo, que se fez Homem e habitou entre nós)

"Guardai-vos dos falsos profetas. Eles vêm a vós disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos arrebatadores. Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinhos e figos dos abrolhos?" (Mt 7, 15-16)

“Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não pregamos nós em vosso nome, e não foi em vosso nome que expulsamos os demônios e fizemos muitos milagres? E, no entanto, eu lhes direi: Nunca vos conheci. Retirai-vos de mim, operários maus! Aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática é semelhante a um homem prudente, que edificou sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa; ela, porém, não caiu, porque estava edificada na rocha. Mas aquele que ouve as minhas palavras e não as põe em prática é semelhante a um homem insensato, que construiu sua casa na areia. Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa; ela caiu e grande foi a sua ruína.” (Mt 7, 21-27)

Notem... Em nenhum dos casos, fala-se da Igreja, mas de homens, pastores, falsos pastores...

Tá... Tem as cartas paulinas... Tem também o Apocalipse, dirigido às 7 igrejas... Mas são igrejas particulares! Os Apóstolos seguem repreendendo um pequeno grupo, mas não a Igreja!

Utiliza-se só duas vezes a palavra “Igreja”, nos Evangelhos! Todas para mostrar que é Vontade do Cristo a existência dela:

“Tu és Pedro; e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja!” (Mt 16, 18a)

“Se recusa ouvi-los, dize-o à Igreja. E se recusar ouvir também a Igreja, seja ele para ti como um pagão e um publicano.” (Mt 18, 17)

De resto, em todo o Novo Testamento, sempre que se refere à Igreja, é para mostrar sua perseverança, seu testemunho de vida, sua resistência aos que a perseguiam... Enfim, para mostrar os inúmeros exemplos de como ela é santa!

Então, que mantenhamos esta mesma visão, bíblica! Não é o Papa, o padre, o(a) catequista que determinam nossa adesão ao Projeto de Cristo, mas o Espírito Santo, o verdadeiro Condutor da Igreja! E se o Papa, o padre, ou o(a) catequista disserem o contrário, tenhamos misericórdia deles, pois estes também precisam de uma “assopradinha” do Divino!

(Texto baseado em reflexão sobre a Festa de Pentecostes, que está chegando!)

Todos acompanharam a visita do Papa, alguns cheios de preconceitos, outros com conceitos muito bem formados... Mas todos com grande expectativa!

Neste ponto, creio que Bento uniu a todos!

Sei que existem muitas análises sobre as falas e a postura de Bento no Brasil... O material é tanto que talvez nada tenhamos a acrescentar!

Mas então o que dizer??? Ah... Já sei!!! Deixem-nos falar sobre nossas impressões! Disso ninguém ainda falou, por razões óbvias!

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Segue a narrativa, em três tempos:

1º) Tese: Até meses atrás, se alguém falasse mal do Papa, ou da Igreja, teria que se ver conosco! Arrumamos, inclusive, muita briga em listas que abominam o Papa e querem mais é derrubar definitivamente o que chamam de “a continuação do Império romano” (= Vaticano)!

2º) Antítese: Aí veio a Encíclica Sacramentum Caritatis... E o Papa chamou a 2ª União de praga/chaga/ferida (o termo fica à escolha do freguês, pois pra nós tanto faz)...

Somos um casal de 2ª União e, por isso, sentimo-nos excluídos! É como se a nossa mãe, ou o nosso pai, olhasse pra nós e dissesse: “Você é a minha vergonha, o motivo da minha dor!”

Isso e mais o sentimento anti-Vaticano, alimentado pelas listas supra-citadas, foi envenenando nossa visão de Igreja romana, foi aumentando em nós o desejo de uma Igreja exclusiva dos latino-americanos!

3º) Síntese: Mas então Bento XVI veio ao Brasil! Não disse nada de novo, embora tenha mudado o tom do discurso...

Por exemplo: Foi na abertura do CELAM que, pela primeira vez, ouvimos Bento falar: A opção preferencial da Igreja é pelos pobres! Outro exemplo: Ainda na abertura do CELAM, Bento reforçou que não é papel da Igreja envolver-se com a Política, mas cobrou dos leigos o fato de não haver mais cristãos autênticos engajados na administração púbica!

Entretanto, a visita à Fazenda da Esperança, uma experiência com o que de melhor vemos na Teologia da Libertação, (porque liberta das drogas e gera uma vida nova), ainda que o seu fundador nem cogite ser ao menos simpatizante de tal Teologia (coisa que lá em nosso íntimo duvidamos), foi uma demonstração de carinho inesperada deste alemão de cara-fechada! O Sumo Pontífice sai de seu trono, em Roma, e vem ao encontro dos pequeninos: Fantástico!

Por fim -- como tiro de misericórdia --, um teólogo da Libertação, o Prof. Mário Sérgio Cortella (na verdade filósofo e Doutor em Educação, Prof. na PUC-SP), foi o entrevistado do programa Canal Livre, da Band, neste domingo (13/05, dia da partida de Bento)! Apesar da linha que segue, considerada inimiga do Papa, sua análise não partia de ataques pessoais!

Dizia ele que, à época do Concílio Vaticano II, o então Cardeal Ratzinger era considerado progressista, enquanto hoje alguns o consideram ultra-conservador; mas o pensamento dele continua o mesmo, como a 40 anos atrás! Uma crítica, portanto; mas sem ofender o Papa! Pelo contrário, tentando compreendê-lo!

Ele disse também que a visita do Papa combatia muito mais a Teologia da Prosperidade do que a da Libertação! E que a diferença entre o Vaticano e a TL estava no ponto de partida para a opção pelos pobres, pois Bento afirma que o princípio é a Fé, o Evangelho, o próprio Cristo!

Ora, a TL não acredita que seja o contrário, embora para isso parta do social! Para o Vaticano, há uma inversão do processo, mas ambos estão “cristocentrados” (boa essa, não??? Acho que acabei de inventar uma palavra...)!

Para concluir, este Prof. disse que a Igreja precisa da TL, precisa de alguém chamando a atenção para a realidade dos oprimidos e excluídos! Não há outra Teologia comprometida com a causa dos “órfãos e viúvas” de nossos tempos! Que falamos “comprometida”, não é só envolvida... É engajada mesmo, lado a lado! As outras até pensam no social, mas agem de cima pra baixo, de forma assistencialista, vindo do alto de sua superioridade dar migalhas aos pombos (= pobres)!

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Depois de tudo isso, concluímos que:

1) O Papa continua alemão, tem lá seu lado pop, mas não é, de forma alguma, o monstro que pintávamos!

2) A TL tem lá seus erros, mas há que se pensar nos pobres! Afinal, se você tiver duas túnicas e o teu irmão nenhuma... (Lc 3, 11)

3) A Sacramentum Caritatis cumpre perfeitamente o seu papel: Chamar a atenção para a Eucaristia! Mas não deixou claro como vivenciar o sacramento! Que bom que o Papa cobrou maior participação dos leigos na Política!

4) Que a opção preferencial pelos pobres seja conseqüência do amor, seja um resposta às exigências do Evangelho, como quer o Papa (sinceramente, não me lembro quem poderia ter dito o contrário...), desde que ela (a opção) seja feita! Amém!!!

Milhares de pessoas cantam, rezam, choram, gritam e se descabelam em Marte (que local mais apropriado, não!?!), acompanhando a canonização de Frei Galvão.

Mas, enquanto isso, na Sala da Injustiça...

(Tá... o poder Judiciário fica em outra Sala... Sabemos!!! Mas não iríamos perder o trocadilho por nada neste mundo, que não é Marte!)

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REUTERS - 09.05.2007 22:13

No dia do papa, Câmara aprova salário maior para políticos BRASÍLIA (Reuters)

A Câmara dos Deputados aprovou na noite desta quarta-feira o aumento de 29,81 por cento no salário de parlamentares, ministros de Estado, presidente e vice-presidente da República.

O reajuste refere-se à inflação acumulada de dezembro de 2002 a março de 2007, calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O reajuste para deputados foi promessa de campanha do deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), atual presidente da Casa.

A medida foi decidida no primeiro dia de visita do papa ao país, num momento em que todas as atenções da imprensa estão voltadas para o sumo pontífice. A expectativa de alguns deputados é que a repercussão negativa em virtude do reajuste seja diluída pela visita de Bento 16.

Confira o texto, na íntegra, em: http://br.today.reuters.com/news/newsArticle.aspx?type=domesticNews&storyID=2007-05-10T014949Z_01_N09346640_RTRIDST_0_BRASIL-POLITICA-CAMARA-SALARIO-POL.XML&archived=False

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Temos quatro comentários:

1) Não somos contra a Igreja e nem estamos querendo pegar no pé do Papa... Mas já viram a palavra que a mídia está usando para classificar os eventos acontecidos durante a visita de Vossa Santidade??? A palavra é: SHOW!!! Os repórteres não param de dizer o quanto o “espetáculo” é emocionante! E aí os microfones caem na boca dos “fiéis”, que despejam um monte de sandices e heresias, às quais ninguém condena! Manifestar um Jesus mais humano é motivo para silenciar um homem do povo! Mas adorar o Papa é motivo de glória para a Igreja... Como nos dá vergonha ser católicos, às vezes!

2) Para pesquisar esta notícia, visitamos alguns sites e vários blogs! Principalmente nestes, que expressam opiniões pessoais, vimos muito o seguinte argumento: “Porque eles (os deputados) não aumentam o MEU salário?” Bom, gente... O problema é o aumento abusivo do salário dos nossos representantes no governo, ou no fato de não sermos nós a poder contar vantagem? Se for a segunda opção, em que seremos menos corruptos, menos egoístas do que eles?

3) Estamos curiosos com uma coisa: Que diria o Papa, que pede aos fiéis para não se envolverem com política, ao saber que sua visita foi a desculpa perfeita para essa verdadeira traição que nos aprontaram os nossos deputados?

4) Gente... Viram como o Papa fala um português impecável e praticamente sem sotaque? Moramos perto de colônias alemãs e a nossa cidade (São Leopoldo/RS), inclusive, foi a primeira do Brasil a acolher os imigrantes alemães! Na verdade, foram eles que a fundaram! Já faz mais de 180 anos isso, o que quer dizer que os atuais “alemães” daqui são, na verdade, brasileiros! Mas alguns destes, alguns já há mais de 50 anos morando em nossas terras, têm um sotaque tão carregado que quase não dá pra entender o que falam! Curioso, não!?! O Papa ainda pode contar com a nossa admiração em muitas coisas (quem vê pensa que ele até nem dorme, só pensando nisso, hehehe...)! Sua fluência em português é uma delas!

Dia 11 de maio 2007.

Dia da canonização de Frei Galvão, o primeiro santo genuinamente brasileiro! Um belo dia pra falar da Igreja e da visita do Papa!

Mas primeiro...

Tem mais um tema que não dá pra deixar passar em branco!

Ta acabando a novelinha “O Profeta”... Sabiam???

Pois é... Uma visão bem romântica e “mágica” -- novelesca mesmo -- de como é um profeta! Desconfio que nem o próprio espiritismo acredita na versão apresentada pelo autor!

Mas, de alguma forma, corremos mesmo o risco de achar que os profetas tinham super poderes! Isaías, por exemplo, profetizando sobre a vinda do Cristo, 700 anos antes do fato sucessido... Que fenômeno, não??? Mas ele estava se referindo, na verdade, a Ezequias, o príncipe que acabara de nascer e no qual se depositava muita esperança!

Falando nisso, antes das eleições estaduais, vínhamos falando que o Banrisul (Banco do Rio Grande do Sul) não poderia mesmo ser privatizado, maaaaaassssss... Falávamos, também, que olhando para a realidade de outros Estados, governados pelo PSDB, era previsto que o Banrisul, não podendo ser privatizado, seria vendido!

Pois bem... Olhem a seguinte notícia:

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25/04/2007 - 08h31
Governo do RS coloca à venda ações de banco estatal

da Agência Folha, em Porto AlegreO governo do Rio Grande do Sul decidiu ontem colocar à venda ações do Banrisul, banco estatal, como forma de garantir a entrada de recursos extras no caixa do Estado.O governo de Yeda Crusius (PSDB) enfrenta dificuldades para quitar dívidas com fornecedores e fazer investimentos.Apesar de o governo ter afirmado que a negociação não abrirá caminho para a privatização do banco, a medida acirrou o confronto com a oposição, já que Yeda havia garantido, durante sua campanha, que não venderia o Banrisul.

Leia na íntegra, em:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u91544.shtml

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Isso é profecia!!! Denúncia e anúncio!!! Sem mágica... Apenas lendo os sinais (que, neste caso, mais pareciam "pegadas de elefante")!

Não que eu sinta muito prazer em dizer isso, mas... EU TE DISSE!!! EU TE DISSE!!! EU TE DISSE...

Olá, pessoas!!!

Hoje vamos fazer um pouquinho diferente! Em vez de um único texto, traremos trechos de um verdadeiro debate entre duas Teologias: a da Prosperidade (TP) e a da Libertação (TL).

Esta postagem será longa – pedimos desculpas, antecipadamente, por isso – mas os textos serão úteis, principalmente aos nossos irmãos de outros continentes, que tanto nos visitam, mas talvez não conheçam a fundo a realidade (e a dualidade) da Igreja Latino-Americana.

O primeiro texto é uma entrevista de Frei Betto, adepto da TL, ao Jornal Valor, falando sobre a visita do papa ao Brasil:
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Jornal Valor: Como avalia os quase dois anos de pontificado de Bento XVI? E a imagem que ele tem passado, principalmente com a polêmica declaração de que o segundo casamento é uma "praga"?

Frei Betto: Gostei muito da primeira encíclica deste papa, "Deus É Amor", por superar os antagonismos platônicos que tanto marcam a teologia cristã. Mas lamentei quando, às vésperas da primeira viagem à América Latina, ele censurou o teólogo Jon Sobrino, de El Salvador. E considero infeliz a expressão do papa quanto ao segundo casamento de tantos católicos. Jesus jamais cedeu ao moralismo farisaico e sempre agiu com tolerância e compaixão.

Jornal Valor: Quais são as principais reformas que a igreja deveria fazer?

Frei Betto: Primeiro, estar sempre ao lado dos pobres, como Jesus. Depois, valorizar as Comunidades Eclesiais de Base, o ecumenismo, o diálogo inter-religioso. Ainda deveria se abrir ao sacerdócio das mulheres, permitir o celibato facultativo dos padres e admitir a importância do uso de preservativos na contenção da aids.

Jornal Valor: E como vê a luta da igreja para manter os fiéis e angariar novos?

Frei Betto: No Brasil, nos últimos 20 anos, a igreja tem perdido 1% dos católicos a cada ano. Isso é o que move a visita do papa em maio. Mas não devemos nos preocupar com estatísticas. O papel da igreja é se empenhar, como disse Jesus, para que "todos tenham vida e vida em plenitude". No Brasil, bem faz a igreja ao defender a Amazônia, tema da Campanha da Fraternidade deste ano, e apoiar os que lutam por reforma agrária, distribuição de renda, saúde e educação de qualidade.

* Você pode ler a entrevista na íntegra, em: http://www.unisinos.br/ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=6499
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Bom... Isso provocou a reação de quem estava a favor do papa. Entre os mais exaltados, houve aqueles que não se importaram com O QUÊ se estava falando, mas com QUEM falava. Dentre estes (alguns dos quais muito provavelmente se joguem de um penhasco a uma ordem do papa), destacamos o Prof. Felipe Aquino. Olhem a resposta que ele deu a Frei Betto:
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CARTA A FREI BETTO

É de se lamentar que frei Betto, mais político do frei, mais agitador do que teólogo, mais uma vez coloque suas palavras de desconfiança em relação ao Papa Bento XVI, e tente jogá-lo contra o saudoso papa João Paulo II e contra nós católicos; nesta hora sublime em que o esperamos com alegria e expectativa. (...) Será que Betto já se esqueceu que foi o então Cardeal Ratzinger que mostrou ao mundo em 1984 que a Teologia da Libertação é a pior heresia que a Igreja já enfrentou, uma vez que reinterpreta o Cristianismo em chave marxista? Ou será que ele espera que agora, feito Papa, Bento XVI venha abençoar a heresia? Espere sentado! Betto é malicioso e maldoso, preconceituoso em relação ao Vaticano e ao Papa; (...) E agora vem questionar Bento XVI; quem é você?Que arrogância é esta de ousar questionar o Papa ou lhe ensinar o que ele deve dizer a nós brasileiros? Você é melhor do que ele? Você se acha mais assistido e guiado pelo Espírito do que o Papa? Você agora vem, mais uma vez, como um lobo vestido de ovelha, querer jogar o rebanho contra o Pastor, na hora em que as ovelhas se preparam para recebê-lo a primeira vez no Brasil. Sim, meu caro Betto, eu vou dizer a você desde já o que Bento XVI vai dizer no Brasil. Ele vai dizer o mesmo que João Paulo II diria. Ele vai dizer, sim, que a Igreja está do lado dos pobres, mas não aceita a teologia da libertação marxista, que quer acabar com a miséria pela guerra de classes e pela semeadura de ódio nos corações dos pobres. Ele vai dizer, sim, Betto, o que João Paulo disse em Puebla: “esta visão de Jesus como um revolucionário de Nazaré não se coaduna com a fé da Igreja”. Cristo veio para “tirar o pecado do mundo” (Jo 1, 29) e não para fazer política e agitação social.

Prof. Felipe Aquino

* Você pode ler a resposta na íntegra, em:
http://blog.cancaonova.com/felipeaquino/2007/02/07/carta-a-frei-betto/
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Pronto!!! Estava feita a confusão!!!
Aí leigos, padres e até bispos se meteram no meio! Vejam outro texto, de Dom Pedro Casaldáliga, que é, assim como Frei Betto, adepto da TL:
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AMÉRICA LATINA: A VERDADE, PILATOS, É...

(...) A Igreja, a Igreja católica, celebra, em Aparecida, (Brasil), neste mês de maio, a V Conferência do Episcopado Latino-americano e Caribenho. E já se têm levantado vozes, sinceras e dignas de toda participação, cobrando "o que não pode faltar em Aparecida": a opção pelos pobres, o ecumenismo e o macro-ecumenismo, a vinculação de fé e política, o cuidado da natureza, a contestação profética ao capitalismo neoliberal, o direito dos povos indígenas e afro-americanos, o protagonismo do laicato, o reconhecimento efetivo da participação da mulher em todas as instancias eclesiais, a co-responsabilidade e a subsidiariedade de toda a Igreja, o estímulo às CEBs, a memória comprometedora dos nossos mártires, a inculturação sincera do Evangelho na teologia, na liturgia, na pastoral, no direito canônico.

Enfim, a continuidade, atualizada, da nossa "irrenunciável tradição latino-americana" que arranca, sobretudo, de Medellín.

O tema do V CELAM é: "Discípulos e missionários de Jesus Cristo, para que n’Ele os nossos povos tenham vida. Eu sou o caminho, a verdade e a vida". (As discípulas e missionárias, não entrando no enunciado, esperamos que entrem nas decisões da Conferência...).

O discipulado e a missão são a vivência concreta e apaixonada do seguimento de Jesus, "na procura do Reino". O teólogo A. Brighenti assinala que o déficit eclesiológico do Documento de Participação se expressa, sobretudo, no eclipse do Reino de Deus, citado apenas duas vezes em todo o documento. Por que será que se tem tanto medo do Reino de Deus, que foi a obsessão, a vida, a morte e a ressurreição de Jesus?

Nessa Conferência do CELAM não está tudo tranqüilo. Com um gesto mais do que suspeito, agora, nas vésperas da Conferência, estourou o processo do nosso querido Jon Sobrino. Muito sintomático, porque um cardeal da Cúria romana já tinha declarado que antes de Aparecida estaria liquidada a Teologia da Libertação. Esse ilustre purpurado terá de reconhecer, imagino, que depois de Aparecida continuará vivo e ativo o Deus dos pobres, e continuará subversivo o Evangelho da libertação; e que infelizmente a fome, a guerra, a injustiça, a marginalização, a corrupção, a cobiça, continuarão a exigir da nossa Igreja o compromisso real ao serviço dos pobres de Deus.

(...) Com desdém prepotente, Pilatos pergunta a Jesus o que é a verdade, mas não espera a resposta e o entrega à morte e se lava as mãos. Maxence van der Meersch responde a Pilatos e nos responde a todos: "A verdade, Pilatos, é estar do lado dos pobres". A religião e a política têm de acolher essa resposta até as últimas conseqüências. Toda a vida de Jesus, aliás, é essa mesma resposta. A opção pelos pobres define toda política e toda religião.

Dom Pedro Casaldáliga, Bispo Emérito da Prelazia de São Félix do Araguaia (MT) e um dos mais importantes militantes brasileiros pelos direitos humanos.

Leia este artigo na íntegra, em:
http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=26873
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Óbvio que não parou por aí! Felipe Aquino também atacou Dom Pedro Casaldáliga, da mesma forma agressiva, chegando a dizer coisas tais como: “Felizmente, Deus está tirando do palco os que erraram o caminho” (referindo-se a D. Pedro e os demais adeptos da TL). O teor de sua carta não está (mais) disponível na Internet; somente a sua retratação.

Confira em:
http://blog.cancaonova.com/felipeaquino/2007/04/15/carta-confidencial-a-d-pedro-casaldaliga/

Muito mais gente entrou neste debate! Mas resolvemos escolher só mais o texto a seguir, de um adepto da TP, por acreditarmos ser bastante esclarecedor da raiz desta divisão entre TL e TP:

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CARTA ABERTA AO PROFESSOR FELIPE AQUINO, À D. PEDRO CASALDALIGA, AOS AFICCIONADOS DA TL, Á DIREITA, À ESQUERDA E AO CENTRO DA CNBB E DO CLERO CATÓLICO BRASILEIRO
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Desde há muitos anos a América Latina se converteu em palco de conflitos ideológicos que noutras partes do planeta perderam todo significado prático. O senso comum reconheceu, nos fatos da história, que as liberdades públicas, as liberdades políticas, as liberdades econômicas e os bons sistemas de governo, andam juntos e concorrem para a realização da dignidade da pessoa humana e para a justiça em todas as suas dimensões. Não há perfeições, é claro, nas realizações humanas, mas é incomparável o resultado obtido nas sociedades que fizeram opções corretas em relação àquelas que adotaram receitas alinhadas com as utopias esquerdistas.

Quando se relacionam as nações segundo seus indicadores de liberdade econômica, qualidade da gestão pública, estabilidade institucional, PIB per capita, liberdade de imprensa e Índices de Desenvolvimento Humano, salta aos olhos que o topo da lista é ocupado pelos mesmos países, ou seja, por aqueles que fizeram escolhas certas. Se bons indicadores de desenvolvimento humano estão entre os objetivos que os cristãos devem perseguir porque colocam a pessoa no lugar exigido por sua dignidade, não cabem dúvidas sobre as escolhas a fazer. Há sociedades que resolveram o problema da pobreza e outras que se empenham em aprofundá-la mediante mecanismos cujo fracasso já está para lá de comprovado.

(...) Não se diga que a abertura econômica gera concentração de riqueza porque nunca a riqueza esteve tão concentrada quanto nos grandes impérios da antiguidade clássica, ou nos absolutismos monárquicos, ou no mercantilismo, ou como ainda hoje se vê nos estados totalitários, nos quais o poder político e o econômico se concentram nas mesmas mãos.

Bem ao contrário do que muitos afirmam, é a economia de mercado que melhor gera e melhor distribui a riqueza produzida pelas sociedades que a adotam. Portanto, se resolver o problema dos pobres é a missão eclesial reconhecida como única ou como a mais importante pela Teologia da Libertação, reflitam seus inspiradores sobre os sistemas econômicos que funcionam. Em vez de invadir e destruir o que não lhes pertence, que peçam educação de qualidade, instituições políticas modernas e joguem na lata do lixo os paralisantes ensinamentos de viés marxista que ministram em suas escolas. Desse mato é que não sairá o coelho da prosperidade material.

Que o Senhor Deus dos cristãos nos preserve em sua verdade.

Percival Puggina

O texto, na íntegra, está em:
http://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.phtml?cod=24537&cat=Cartas
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Bom... Por fim, nossa opinião:

Já deixamos claro que optamos pela TL, não!?! É importante colocar isso em primeiro lugar!

Crescem cada vez mais os ataques de linhas conservadoras da Igreja Católica à TL. O Ecumenismo tá na moda! Acolhe-se outras denominações, mas os católicos não se entendem “dentro de casa”.

Aqui mesmo, em nosso blog... No penúltimo post, há um comentário que nos acusa de anti-católicos. É doído... Mas é assim mesmo!!! Para os representantes da Teologia da Prosperidade, há sempre um lado certo e o lado da TL!

O engraçado, principalmente no último texto, é que a TP defende o tempo todo um modelo político-econômico (o capitalismo) e depois condena a TL por "se meter com política"! Vai entender...

Outra coisa, também do último texto, chamou-nos a atenção: Para defender o sistema capitalista, chega-se ao contra-senso de afirmar que nossa luta por igualdade é o desejo de implantar um sistema monárquico, totalitário. Como esse problema da dualidade é complicado... Não é de "A", tem que ser necessariamente de "B"...

Enfim... Este texto deixa claro que nunca iremos nos entender. A TP fala para os governantes, latifundiários, grandes empresários... E a TL fala para o povo, para os "pobres da terra".

A TP defende a propriedade privada; a TL defende a terra para todos! Uma age pela Retribuição, pelos méritos; a outra pela Gratuidade, pela Graça. No fundo, uma determina seu ingresso no Céu (manda em Deus) e a outra esforça-se por ouvir a Vontade d'Ele. Isso parece bem claro, não!?!

Mas o problema vai além das barreiras culturais (até porque uma cultura a gente ainda consegue mudar) e da mística: estas questões são UTERINAS mesmo.

Uns vão sempre defender o "justo" Rei Davi e os outros sempre se remeterão às primeiras comunidades, que "mantinham tudo em comum". Não adianta... Ambos sempre terão ao seu lado a Bíblia, pelo menos onde seus trechos forem mais convenientes.

Por isso, lutamos por nos esclarecer e esclarecer os que estão à nossa volta. Mas não queremos ficar discutindo ideologias com quem já tem suas convicções, porque ideologias só dão frutos se encontram eco dentro da gente. Felipe Aquino nunca vai mudar. Nós também não!!! Combater as idéias dele não vai nos aproximar dos que ainda não se esclareceram. Agora, divulgar nossas idéias poderá ser mais eficaz, pois daremos às pessoas a liberdade de escolherem, de optarem por um ou outro projeto de vida.

E isso é Libertação, não!?!

Fazendas do Brasil usam pobres como escravos

Um artigo intitulado "Escravos da Floresta", publicado no jornal britânico The Sunday Times, afirma que os fazendeiros da Amazônia não estão apenas destruindo o meio-ambiente, mas também usando brasileiros pobres "para fazer seu trabalho sujo, deixando-os endividados, presos em cativeiro e abandonados".
De acordo com dados citados na reportagem, pelo menos 25 mil pessoas estariam vivendo em escravidão no Brasil, trabalhando sob um calor extremo, em condições terríveis, muitas vezes presos por dívidas criadas por seus empregadores.
O jornal denuncia que esses homens - quase sempre ingênuos e sem estudo - deixam suas cidades de origem depois de ouvirem promessas de trabalho com bons salários e excelentes condições de moradia na Amazônia.
Eles seriam recrutados pelos "gatos", funcionários de ricos fazendeiros da região amazônica.
Quando chegam a seu destino, no trem conhecido como "Expresso da Escravidão", os trabalhadores "são informados de que devem dinheiro aos proprietários das terras pelos gastos com a viagem, então começam a trabalhar já endividados", afirma o The Sunday Times.
O dominical britânico cita um relatório de 2003, nunca publicado pela Organização Internacional do Trabalho (ILO, na sigla em inglês), que diz que "casos de humilhação são freqüentes e casos de tortura física, como homens levando coronhadas e apanhando com correntes, já foram registrados".
Bhavna Sharma, da ONG Anti-Slavery International, afirma na reportagem acreditar que o governo brasileiro está genuinamente fazendo o possível para resolver o problema, mas que não teria os recursos necessários para ser bem-sucedido.
O artigo conclui que mesmo quando esses trabalhadores são libertados e passam a receber pagamentos do governo durante três meses, a tendência é que eles retornem ao ciclo de exploração.
"Eles voltam a não ter nada. Então, acabam escolhendo a mesma solução de antes - o 'gato'. É um círculo vicioso", contou o Frei Xavier Plassat, que tenta acabar com a escravidão no Brasil há 17 anos.
Fonte: bbc Brasil 03 de setembro, 2006 - 15h12 GMT

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Nossa opinião:

Como não se estarrecer com isso?

Como não se estarrecer também com os pais que colocam suas crianças nos faróis, matando-as aos poucos, intoxicadas pelo escape dos automóveis, a troco de “trinta moedas”?

Como não se estarrecer com a morte de uma professora, recentemente, no interior do RS, assassinada por traficantes? Dizem que eles ficaram enfurecidos pelo trabalho dela, de organização da classe estudantil e combate às drogas. Aliás... Guardemos esta bela palavra: Organização.

Como não se estarrecer com o muro da exclusão, construído em Santa Maria/RS, para separar um bairro em classe média e classe pobre? Não fere isso, inclusive, nossa constituição, que preza o direito de todo cidadão de ir e vir? O fato fez alguém aí se lembrar do Muro de Berlim?

Agora, a pergunta fundamental: Como sair do estarrecimento?

Ou melhor: Como tornar o estarrecimento algo positivo, que transforme a realidade e liberte nosso povo da opressão?

Devemos ficar apenas rezando para que tudo se resolva? Diante dos fatos, torna-se mesmo relevante a preocupação com o gestual, a indumentária e a posição disto ou daquilo, em nossas missas?

Não seria melhor ter mais padres melhor preparados, melhor informados, atentos à realidade, que ensinem o povo a partir da linguagem do povo mesmo, em vez de homilias que nos tornem ainda mais alienados, preocupados com o cardápio da visita “pastoral” de Bento XVI?

Que Deus nos conceda a graça de enxergar além do fundamentalismo de nossas celebrações e que nós tenhamos coragem de buscar o martírio, se preciso for, para defender a verdadeira causa de Jesus!

A Bíblia fala o tempo todo que há coisas mais importantes do que os ritos! Mas vejamos apenas uma citação: "De que me serve a multidão de vossos sacrifícios? - diz o Senhor! - Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos; cessai de fazer mal. Aprendei a fazer bem; procurai o que é justo; ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão; tratai da causa das viúvas." (Is 1, 11.16-17)
“Senhor, dai pão a quem tem fome e fome de justiça a quem tem pão!” (Dom Hélder Câmara)

“Tudo me é permitido, mas nem tudo convém.”
(I Cor 6, 12)

Mas então... O que convém? Quem pode dizer o que convém? A Igreja? O papa? Minha consciência?

Perguntinha difícil... Se digo que é o papa, ou a Igreja, declaro o fim da minha liberdade. Por outro lado, se digo que é a minha consciência, condeno o sentido comunitário do cristianismo e reforço o individualismo, que está distanciando as pessoas, cada dia mais, e tornando o mundo, embora superpovoado, um lugar solitário de se viver.

A recente Exortação Apostólica, de Bento XVI, parece apontar para a primeira hipótese. Ou seja: Devemos recorrer à Igreja, mais especificamente à Tradição, para saber o que é certo e o que é errado, particularmente em assuntos relacionados à moral.

Mas – vejam que ironia – o papa cita tanto Sto Agostinho (aliás, no último documento, só deu ele) e, no entanto, vem justamente do Bispo de Hipona a resposta que aponta para a outra alternativa: “Ama e faz o que quiser!”

Curiosamente esta frase, uma das mais famosas do santo – e completamente adequada ao tema da Exortação Sacramentum Caritatis – não é citada em nenhum momento.

Não queremos exaltar o individualismo, mas não podemos negar que é dele que o coletivo é feito. O Catecismo da Igreja Católica, inclusive, na introdução à II parte – sobre a Liturgia – quando fala da unidade na pluralidade, está destacando justamente isto.

Quem decide obedecer cegamente a uma instituição, deixa de ser livre, abre mão de pensar; em última instância, desiste de si mesmo. Ora, não cantávamos nós, nesta Quaresma: “Eu vim para que todos tenham vida... plenamente”? (Jo 10, 10) Por acaso, vive quem se anula?

Como pode, quem não ousa pelo menos refletir, “examinar tudo e guardar o que for bom” (I Tes 5, 21)?

Pior... Quando criticamos a Igreja, ou o papa, como aconteceu no último texto, pensam que estamos contra a Igreja... Pelo contrário, estamos muito a favor!

E é por isso que nos lembramos também de São Francisco de Assis, que agiu movido pelas palavras de Cristo, ditas diretamente a ele: "Reconstrói a minha Igreja". E de Sta Joana D’Arc, queimada como herege, mas declarada santa séculos depois. Eles são só duas das testemunhas de que a Igreja erra.

Quando lemos, na Sacramentum Caritatis, a preocupação com a posição da cadeira do celebrante, com os trajes usados nas celebrações, com o modo como se dá a adoração do Santíssimo (inclusive, citando passo a passo como fazê-lo), ficamos pensando: Ora, se o tema é a Eucaristia, por que não falar de seus frutos, da conseqüência primeira de se comungar, que é se tornar o próprio Cristo, que age, que faz, sempre regido pelo Amor?

Aí vem a resposta, na terceira parte (Mistério vivido): O auge da ação cristã, proposta por Bento XVI, é ir às missas aos domingos e rezar pelo bem da humanidade e por mais padres.

Gente!!! Uma Igreja assim acaba se perdendo no tempo! Em vez de mostrar as riquezas do Amor, ela prefere distanciar ainda mais o povo, dizendo coisas do tipo: 2ª união é uma praga (do âmbito social). Por mais que o clero tente justificar, dizendo que o papa se referia a uma chaga social, não dá para negar que o termo “pegou muito mal”.

E mais… Grande diferença, perante o povo, né!?! “Olha… A praga não é você; é a sua situação perante a Igreja e a sociedade…”

Quando dizemos que a Igreja precisa se modernizar, tem gente que se arrepia até nos pêlos da nuca. Mas como??? A Igreja, bimilenar, deixar de lado os valores que lhe dão fundamento para viver (e, desta forma, validar) os valores modernos, passageiros?

Mas, pessoas… A Igreja não precisa – E NEM DEVE – atualizar seus valores: estes são eternos, porque fundamentados no próprio Cristo! Quando se fala que ela deve estar atenta aos tempos modernos, não é para atualizar os valores, mas para atualizar a sua linguagem.Ou vocês imaginam mesmo que conseguiremos transmitir nossos valores, tradições e bons costumes por meio de cantos gregorianos e celebrações em latim, mais preocupadas com o gestual do que com o Mistério celebrado?

Apesar dos pesares, queremos terminar reforçando o que nos diz Paulo, e o papa bem lembrou em sua Carta: “quer comais, quer bebais ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus.” (I Cor 10, 31) Simples assim... SEM UM “MAS” (“mas desde que seja segundo o que diz Bento XVI”, por exemplo). Isso – o que nos diz Paulo; não o papa – é viver segundo o Espírito, colocando o Amor acima da Lei (II Cor 3, 6), o serviço ao próximo acima da posição em que deve ficar a cadeira do celebrante no presbitério. Aliás... O que é mesmo um presbitério???