Todos acompanharam a visita do Papa, alguns cheios de preconceitos, outros com conceitos muito bem formados... Mas todos com grande expectativa!
Neste ponto, creio que Bento uniu a todos!
Sei que existem muitas análises sobre as falas e a postura de Bento no Brasil... O material é tanto que talvez nada tenhamos a acrescentar!
Mas então o que dizer??? Ah... Já sei!!! Deixem-nos falar sobre nossas impressões! Disso ninguém ainda falou, por razões óbvias!
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Segue a narrativa, em três tempos:
1º) Tese: Até meses atrás, se alguém falasse mal do Papa, ou da Igreja, teria que se ver conosco! Arrumamos, inclusive, muita briga em listas que abominam o Papa e querem mais é derrubar definitivamente o que chamam de “a continuação do Império romano” (= Vaticano)!
2º) Antítese: Aí veio a Encíclica Sacramentum Caritatis... E o Papa chamou a 2ª União de praga/chaga/ferida (o termo fica à escolha do freguês, pois pra nós tanto faz)...
Somos um casal de 2ª União e, por isso, sentimo-nos excluídos! É como se a nossa mãe, ou o nosso pai, olhasse pra nós e dissesse: “Você é a minha vergonha, o motivo da minha dor!”
Isso e mais o sentimento anti-Vaticano, alimentado pelas listas supra-citadas, foi envenenando nossa visão de Igreja romana, foi aumentando em nós o desejo de uma Igreja exclusiva dos latino-americanos!
3º) Síntese: Mas então Bento XVI veio ao Brasil! Não disse nada de novo, embora tenha mudado o tom do discurso...
Por exemplo: Foi na abertura do CELAM que, pela primeira vez, ouvimos Bento falar: A opção preferencial da Igreja é pelos pobres! Outro exemplo: Ainda na abertura do CELAM, Bento reforçou que não é papel da Igreja envolver-se com a Política, mas cobrou dos leigos o fato de não haver mais cristãos autênticos engajados na administração púbica!
Entretanto, a visita à Fazenda da Esperança, uma experiência com o que de melhor vemos na Teologia da Libertação, (porque liberta das drogas e gera uma vida nova), ainda que o seu fundador nem cogite ser ao menos simpatizante de tal Teologia (coisa que lá em nosso íntimo duvidamos), foi uma demonstração de carinho inesperada deste alemão de cara-fechada! O Sumo Pontífice sai de seu trono, em Roma, e vem ao encontro dos pequeninos: Fantástico!
Por fim -- como tiro de misericórdia --, um teólogo da Libertação, o Prof. Mário Sérgio Cortella (na verdade filósofo e Doutor em Educação, Prof. na PUC-SP), foi o entrevistado do programa Canal Livre, da Band, neste domingo (13/05, dia da partida de Bento)! Apesar da linha que segue, considerada inimiga do Papa, sua análise não partia de ataques pessoais!
Dizia ele que, à época do Concílio Vaticano II, o então Cardeal Ratzinger era considerado progressista, enquanto hoje alguns o consideram ultra-conservador; mas o pensamento dele continua o mesmo, como a 40 anos atrás! Uma crítica, portanto; mas sem ofender o Papa! Pelo contrário, tentando compreendê-lo!
Ele disse também que a visita do Papa combatia muito mais a Teologia da Prosperidade do que a da Libertação! E que a diferença entre o Vaticano e a TL estava no ponto de partida para a opção pelos pobres, pois Bento afirma que o princípio é a Fé, o Evangelho, o próprio Cristo!
Ora, a TL não acredita que seja o contrário, embora para isso parta do social! Para o Vaticano, há uma inversão do processo, mas ambos estão “cristocentrados” (boa essa, não??? Acho que acabei de inventar uma palavra...)!
Para concluir, este Prof. disse que a Igreja precisa da TL, precisa de alguém chamando a atenção para a realidade dos oprimidos e excluídos! Não há outra Teologia comprometida com a causa dos “órfãos e viúvas” de nossos tempos! Que falamos “comprometida”, não é só envolvida... É engajada mesmo, lado a lado! As outras até pensam no social, mas agem de cima pra baixo, de forma assistencialista, vindo do alto de sua superioridade dar migalhas aos pombos (= pobres)!
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Depois de tudo isso, concluímos que:
1) O Papa continua alemão, tem lá seu lado pop, mas não é, de forma alguma, o monstro que pintávamos!
2) A TL tem lá seus erros, mas há que se pensar nos pobres! Afinal, se você tiver duas túnicas e o teu irmão nenhuma... (Lc 3, 11)
3) A Sacramentum Caritatis cumpre perfeitamente o seu papel: Chamar a atenção para a Eucaristia! Mas não deixou claro como vivenciar o sacramento! Que bom que o Papa cobrou maior participação dos leigos na Política!
4) Que a opção preferencial pelos pobres seja conseqüência do amor, seja um resposta às exigências do Evangelho, como quer o Papa (sinceramente, não me lembro quem poderia ter dito o contrário...), desde que ela (a opção) seja feita! Amém!!!
Os Peregrinos
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2 caminhantes:
Olá, pessoas queridas!!!
quinta-feira, 17 maio, 2007Faz tempo q não escrevo por aqui... mas isso não significa que não deixo de ler...
Muito bom o texto de vcs... acho interessante esse equilíbrio, nem 8, nem 80... acredito que extremismos não levam a uma reflexão sadia, e que em tudo há um lado bom...
Minha esposa (que acha o Bentinho parecido com o "Tio Chico" da Família Addams) diz que ele "até tá ficando bonitinho"... Conclusão dela: cada dia como Papa ele vai ficando mais Santo.
Afinal, será uma tarefa fácil ser Papa??? Será que o Papa tem medo, dúvidas, receios, dor de barriga, frio na espinha??? JPII os tinha? João XXIII os tinha? Pedro os tinha? São humanos como nós, "infalíveis" enquanto guardiães dos preceitos da magistratura e da fé, mas são humanos... E tenho certeza de que ele vai aprendendo a ser Papa, e que se suportadas as diferenças e trabalhados os pontos comuns (que acredito ser a maioria), trabalhamos juntos na construção do Reino, a Igreja Romana e a Latina...
E já que, queiramos ou não, o "Tio Chico" é nosso pastor, nos resta é incluí-lo em nossas orações para que ele possa realizar o melhor pontificado possível!
Um abraço!!! Paz e Bem!!!
PS.: Zé, tua piadinha infame do X-bacon... só vc mesmo... hehehe ah, só vc e o Lula com suas comparações futebolísticas... mas sabe q ilustrou bem???
Gozado, assim como a esposa do Amilton eu sempre achei o papa a cara do Tio Chico. mas foi importante a vinda dele, pois pelo menos pudemos ver todos os lados dessa nossa grande Igreja.
quinta-feira, 17 maio, 2007O que pega é que cada um usa o que interessa dos discursos do Papa para fazer sua "politica clerical".
Agora que ele já foi, voltamos a velha tônica: simpatizantes da TL e outros movimentos e pastorais encurralados pelo proselitismo da RCC em colocar a Igreja em seu guarda-chuva. Enquanto isso a extrema-direita católica está crescendo a custa de bolgs e missas em latim.
vamos ver no que vai dar e que Deus nos abençõe.
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