Os Peregrinos

O caminho não é novo... O novo está em nós, no nosso jeito de caminhar!

Oração aos Orixás

Há tempos que não ando nas estradas deste blog...
partilho com os amigos o texto que postei no Olhe o Céu...
mas que tem mais cara de Peregrinos...
Divirtam-se.
Babi

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Que a irreverência e o desprendimento de Exú me animem a não encarar as coisas da forma como elas parecem à primeira vista e sim que eu aprenda que tudo na vida, por pior que seja, terá sempre o seu lado bom e proveitoso! Laro Yê Exu!

Que a tenacidade de Ogum me inspire a viver com determinação, sem que eu me intimide com pedras, espinhos e trevas. Sua espada e sua lança desobstruam meu caminho e seu escudo me defanda. Ogum Yê meu Pai!

Que o labor de Oxossi me estimule a conquistar sucesso e fartura às custas de meu próprio esforço. Suas flechas caiam à minha frente, às minhas costas, à minha direita e à minha esquerda, cercando-me para que nenhum mal me atinja. Okê Arô Ode!

Que as folhas de Ossanhe forneçam o bálsamo revitalizante que restaure minhas energias, mantendo minha mente sã e corpo são. Ewe Ossanhe.

Que Oxum me dê a serenidade para agir de forma consciente e equilibrada. Tal como suas águas doces – que seguem desbravadoras no curso de um rio, entrecortando pedras e se precipitando numa cachoeira, sem parar nem ter como voltar atrás, apenas seguindo para encontrar o mar – assim seja que eu possa lutar por um objetivo sem
arrependimentos. Ora YeYêo Oxum!

Que o arco-íris de Oxumaré transporte para o infinito minhas orações, sonhos e anseios, e que me traga as respostas divinas, de acordo com meu merecimento. Arrobobo Oxumaré!

Que os raios de Yansã alumiem meu caminho e o turbilhão de seus ventos leve para longe aqueles que de mim se aproximam com o intuito de se aproveitarem de minhas fraquezas. Êpa Hey Oyá!

Que as pedreiras de Xangô sejam a consolidação da Lei Divina em meu coração. Seu machado pese sobre minha cabeça agindo na consciência e sua balança me incuta o bom senso. Caô! Caô Cabecilê!

Que as ondas de Yemanjá me descarreguem, levando para as profundezas do mar sagrado as aflições do dia-a-dia, dando-me a oportunidade de sepultar definitivamente aquilo que me causa dor e que seu seio materno me acolha e me console. Odoyá Yemanjá!

Que as cabaças de Obaluayê tragam não só a cura de minhas mazelas corporais, como também ajudem meu espírito a se despojar das vicissitudes. Atotô Obaluayê!

Que a sabedoria de Nana me dê uma outra perspectiva de vida, mostrando que cada nova existência que tenho, seja aqui na Terra ou em outros mundos, gera a bagagem que me dá meios para atingir a evolução, e não uma forma de punição sem fim como julgam os
insensatos. Saluba Nanã!

Que a vitalidade dos Ibeijis me estimule a enfrentar os dissabores como aprendizado; que eu não perca a pureza mesmo que, ao meu redor, a tentação me envolva. Que a inocência não signifique fraqueza, mas sim refinamento moral! Onibeijada!

Que a paz de Oxalá renove minhas esperanças de que, depois de erros e acertos; tristezas e alegrias; derrotas e vitórias; chegarei ao meu objetivo mais nobre; aos pés de Zambi maior! Êpa Babá Oxalá!

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Sabem que sou católica, até pouco tempo atrás, era 'de carteirinha'...
hoje tô mais prá católica por teimosia...
mas vamos em frente!

Recebi esta oração em um grupo que preza o diálogo inter-religioso, e não pude deixar de postar, até porque... o 20 de novembro está chegando, e a questão do negro no Brasil é uma questão ainda pouco explorada.

Moro em uma região de colonização alemã, (o berço, aliás, pois foi aqui que a primeira leva chegou .. em 1824).
Chegou e simplesmente 'deletou' a existência dos negros, que estavam em São Leopoldo desde muito antes, haja visto que isto era uma Real Feitoria (um espaço onde o império mantinha escravos com o intuito de cultivar a terra e produzir para o império... aqui plantava-se linho).

Deixo neste espaço esta oração, pois rezar com o diferente, é uma forma de também enxergar Deus.
Acho muito interessante a forma como a cultura africana se relaciona com suas divindades... a questão do 'ter a divindade em seu corpo' é uma teologia muito interessante... muito diferente de nós cristão ocidentais que a jogamos cada vez mais para fora... trancamos em igrejas/padarias, portadoras e únicas fabricadoras do Deus/pão.

Egoísmo?
bom... isso é discussão para outro momento....

Rezemos com o povo negro...

E que neste dia 20 de Novembro saibamos aprender um pouco a resistir aos poderes opressores, como fez Zumbi.

E que, do mesmo modo que os africanos/africanistas rezam com seus orixás... que nos aproximemos de verdade do nosso Deus, dos nossos valores.

Amém, Axé!

Divórcio: o Povo leva a Fama...

“Ai, meu pé... Não olha por onde eu ando!?”

Pois é... Pisão no calo dói pra chuchu! E um calo que tem doído muito em nossa amada Igreja é o divórcio.

O assunto é sério!!! E merece ser tratado com respeito!

Então... Estava eu trocando os canais da TV quando me deparei com um conhecidíssimo programa, estilo mesa-redonda, que passa às noites, durante a semana, na Canção Nova.

As pessoas – coitadas – ainda escrevem para lá querendo algum consolo, algum conforto.

Aconteceu de alguns divorciados escreverem pro programa, contando sua situação. Esperavam, de certo, palavras do tipo “Deus te ama”, “siga em frente”, “procure seu padre” etc.

Mas qual o quê, minha gente!? Foram queimados, como bruxas, em praça pública.

“A culpa é do egoísmo do homem (opa!!! cadê a mulher!?), que busca sua própria felicidade! O segredo do casamento é fazer o outro feliz!” – vaticinavam eles.

Mas peralá um pouquinho... Primeiro, se a culpa é do homem; se homossexualismo é sodomia, haram, pecado gravíssimo; então o segredo é fazer A outrA feliz.

(quem não entendeu a ironia, leia a postagem anterior)

Um programa que vai diariamente ao ar, em rede nacional, pretendendo ser a “voz” da Igreja (opa... não é mais a voz de Deus!? Que bom... só não sei se evoluímos ou retrocedemos)...

Um grupo que – vira e mexe – sai dando carteiraço, ou seja, “esfrega” esse ou aquele documento da Igreja na cara de seus interlocutores (engraçado como quase nunca citam a Bíblia)...

Enfim... Esses santos vêm a público tratar um assunto tão sério, tão delicado, com tamanha leviandade?

Ora, façam-me um favor! Não ofendam a minha inteligência!

Tá certo... Cada um deve ser responsável por seus atos... Mas responsabilidade, neste caso, requer discernimento, que é condição para o livre-arbítrio, ou seja, para a Liberdade: liberdade de escolher quem é a pessoa que vai passar a vida toda ao nosso lado.

Só que, para discernir, é preciso informação! Agora me digam... Que qualidade de informação tem um curso de noivos aplicado em 7 encontros, ou 1 dia, ou 1 final de semana?

Os divorciados são os culpados de sua sina? Que seja!!! Mas por que há tantos divorciados, tanta gente “errada”?

E por que há setores da Igreja (veja bem: se-to-res) agindo como os “amigos” de Jó, insistindo no castigo divino, em vez de ouvir a denúncia de Jó, que aponta as reais causas do sofrimento (cf. Jó 24,1-12)?

Não falta, também, à Igreja, assumir sua culpa? Sim, culpa!!! Também a Igreja é culpada pelo que está acontecendo!

Imaginem... Outro dia chegou um crismando pra mim e falou que Cristo era um espírito. Não... Não o Espírito Santo... Se fosse confusão com a Ssma. Trindade até dava pra encarar, pois é muito comum. Ele falava de um espírito mesmo, vagando por aí...

Ora... Se nem isso lhe ensinaram na catequese (teoricamente, a especialista em doutrina), imaginem o que essas crianças aprendem sobre valores como o Amor, a Vida, a Justiça, a Felicidade...

Daí, quando milhares de casais sobem despreparados ao altar, e em pouco tempo se divorciam, vêm algumas “autoridades eclesiais” dizer ao público que a culpa é do povo, pois este só pensa na beleza do cerimonial, no status perante a sociedade, esquecendo-se da importância do sacramento.

Pois bem... Mas Jesus, quando fala do divórcio, não chama exatamente o povo de “duros de coração”.

Quando perguntado sobre a Lei do Divórcio, o Mestre critica a própria Lei, ou seja, os fariseus. Afinal, não são eles os interlocutores de Jesus, naquele momento? (cf. Mt 19,3-8; Mc 10,2-6; Lc 16,14-18)

Não é curioso que os textos mostrem Jesus chamando a atenção dos fariseus, os líderes políticos e religiosos da Palestina?

Exime-se, assim, o povo de culpa??? Não... Com certeza não!!! Mas Cristo mostra que culpa maior têm os Doutores da Lei, os detentores do Poder (Informação também é Poder).

Portanto, herdeiros e herdeiras do farisaísmo... Menos falácia e mais cuidado com o povo! Não... Não é pra ter medo do povo! Cuidado, aqui, quer dizer: olhem com carinho para o povo, desçam até ele, até nós, até os pobres, o povão... aí olhem de perto e vejam que não somos maus! Talvez mal orientados... Mas maus nunca, jamais!