Creio que, ao sermos perguntados sobre o que é vocação, qualquer um/a dirá que é uma palavra proveniente do latim “vocare” e significa “chamado”. Bom... Isso é o básico que aprendemos na catequese e/ou nas escolinhas dominicais, não é!?! Mas, se nos perguntarem: “chamadas/os a quê?”; aí vai embolar o meio-de-campo.
O mais provável é alguém dizer que somos chamados a ser engenheiros, médicas, psicólogas, arquitetos... Claro, empregos bons de preferência, porque em teste vocacional de faculdade nunca aparece balconista, servente de pedreiro, ou gari.
Mas vocação está mesmo atrelada a sucesso profissional? Viver a vocação é uma realização pessoal? Não é de um chamado que estamos falando? Quando alguém nos chama, é para que seja satisfeita a nossa necessidade, ou a de outrem?
Folheando a Bíblia, temos várias vocações. Vamos olhar uma mais de perto: a vocação de Moisés. Ela está em Ex 2,23-4,17, mas não precisamos ler tudo de início. Para começar, basta irmos até o cap. 3, v. 10. O Deus que aí encontramos vê a miséria de um povo, ouve o seu clamor, desce, age... Ele está presente, de forma atuante, junto desse povo. Mas de que forma Ele atua? Deus diz que vai libertar o povo, mas manda Moisés ir ao Faraó. Ora, quem vai libertar o povo? É Deus ou Moisés?
O modo de Deus atender o clamor do povo é acionando Moisés. A vocação, o chamado de Moisés é ir ao centro da opressão (Egito) e dizer ao opressor (Faraó) que deixe o povo partir. Tarefa fácil??? Sabemos que não... Mas o que convém destacar aqui é que...
A vocação de Moisés é a resposta de Deus ao clamor de um povo.
Ah... E Moisés se vê realizado profissionalmente com isso??? Conte quantas vezes ele nega a missão, lendo de onde paramos até o cap. 4, v. 17. Cinco vezes? Pois é... e pelos motivos mais covardes e mesquinhos possíveis.
Moisés sabia a situação do povo. Ele já havia fugido do Egito porque não suportava ver o povo naquela situação e sabia que, se ficasse ali, acabaria se envolvendo (Ex 2,11-15). Javé não fala de uma situação que Moisés não conhece. Moisés só queria fazer de conta que não existia... Mas, em vez de se consumir, a sarça ardia cada vez mais em seu peito.
Olhando para hoje, a realidade juvenil... Quais são os clamores das/os jovens? Quem são o Egito e o Faraó da juventude? E o nosso Moisés? Será ele um justiceiro solitário?
Olhando Ex 3,16; 4,13, veremos Javé orientando Moisés a procurar Aarão e os anciãos. Javé ordenou que Moisés procurasse ajuda, não fosse sozinho. Moisés formou um grupo, formou comunidade.
Ser Juventude, no fim das contas, é isso: Viver em comunidades (as “tribos”), de forma consciente, responsável, articulada, organizada (Moisés fará isso, Aarão aquilo...). E tudo isso para atender ao clamor de um povo. Aliás, povo do qual, a princípio, essa mesma juventude faz parte.
Os Peregrinos
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1 caminhantes:
Gostei!!!
segunda-feira, 14 setembro, 2009Especialmente porque você faz uma leitura da realidade iluminando a mesma com a PALAVRA.
obrigada pelo teu trabalho, por teu compromisso com a juventude e com a VIDA.
um abraço
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