Os Peregrinos

O caminho não é novo... O novo está em nós, no nosso jeito de caminhar!

Entendendo o que é Educação Popular

Perdão pela ausência, pessoal! 2010 foi um ano muito corrido, principalmente no segundo semestre.

Foi, sem dúvida, um ano de muitos acontecimentos. Gostaria de lembrar, particularmente, os frutos do curso Bíblia e Teatro. Com ele, aprendi muito sobre assessoria e educação popular.

Cada etapa do curso consistia em um primeiro momento de reflexão bíblica, seguido de uma produção cênica. Esta produção era fruto da interpretação que as/os próprias/os participantes faziam dos textos bíblicos trabalhados.

No início, eu trabalhava as reflexões bíblicas como de costume: abria espaço para as/os jovens participarem, mas buscava fazer o fechamento com uma conclusão positiva, que inspirasse alguma atitude, algum engajamento popular.

Eu falava muito bem, mas logo na primeira experiência de tradução das reflexões em linguagem cênica, tive o maior choque de realidade que já me ocorreu até o presente momento.

Refleti longamente sobre o sentido social da comunhão. Disse-lhes que comungar não era ser um “papa-hóstia”, que comunhão era trabalho em grupo, era o ápice celebrativo de uma vida em comunidade.

Disse que, antes do rito litúrgico, deveríamos pensar na comunhão como alimento para o corpo de Cristo, que era a própria comunidade, segundo os textos que estávamos trabalhando (1Cor 11,17-34 e 1Cor 12,12-27). Logo, comungar era tornar-se uma ameaça para o sistema opressor, pois comungar era fortalecer a comunidade, o corpo de Cristo, que subvertia a lógica de sistemas como o capitalismo, onde o que vale é o lucro, e não a vida digna para todas/os. Enfim... Como dizem os gaúchos: “eu estava me puxando nas reflexões...”

Só que chegou o segundo momento, o momento teatral do curso. Foi pedido aos cursistas que ficassem em dupla e, ao ser dito qualquer palavra, que a interpretassem interagindo entre si. Foram ditas muitas palavras, até que o assessor (que neste momento não era eu) falou “comunhão”! As duplas foram unânimes em mostrar um padre colocando a hóstia na boca ou na mão de um/a fiel.

Foi um baque. Entrei em uma crise muito profunda. Não era nada daquilo que eu tinha dito. Foi então que percebi: estava tão preocupado com o que eu queria dizer que não parei um minuto para ouvi-las/os.

Antes disso, quantas vezes, em inúmeras assessorias de meio período, saí metralhando informações e voltei pra casa satisfeito porque todos gostaram de minhas palavras, quando na verdade estavam eufóricos com meu jeito comunicativo e com as músicas animadas que eu tocava ao fim dos encontros.

Depois do choque, comecei a escutar mais, a deixar que as/os participantes falassem mais, para depois ajudá-las/os a refletir criticamente sobre suas próprias opiniões. Mas nunca fechando definitivamente as discussões. Deixo sempre que voltem para casa refletindo sobre suas próprias vidas, sobre a relação entre o que leram e o que viveram até então.

Ainda não sei se estou alcançando meu objetivo, mas sinto que a cada dia entendo melhor o que é a educação popular. Nem sempre as conclusões são aquelas que eu queria, mas sempre são fruto da reflexão coletiva. E isso me anima a continuar...

3 caminhantes:

fa_or disse...

Caro amigo,


Que este Natal te fortaleça com os dons do Deus Menino
para caminhar em 2010 sem desânimo.

Que as melhores prendinhas de Jesus no seu sapatinho para o Novo Ano sejam as da Tranquilidade e da Paz, Saúde, Amor e União.


Estes são os meus votos extensivos a toda a sua família.

Abraços

quarta-feira, 23 dezembro, 2009  

rapaz fazer postagem é luxo, mas vou tentar fazer alguma de fim de ano, a faculdade esta um sonho, gostando pakas!

quinta-feira, 24 dezembro, 2009  
Fá menor disse...

«Santo é o dia que nos trouxe a luz. Hoje uma grande luz desceu sobre a Terra!»

Amigo,
Boa continuação das Festas de Natal!
Bjnhos fraternos

sexta-feira, 25 dezembro, 2009